A mulher que caminhou pelo mundo..
E não, não estamos falando de Xena…
” Esse artigo contém spoilers (leves)” – River Song
Alguns meses atrás, eu escrevi uma coluna do Girl Power falando sobre minha personagem preferida da série Doctor Who, Rose Tyler. Agora em setembro, mês da estréia da sétima temporada da série, estou aqui apresentando outra “companion” do misterioso viajante do tempo: Martha Jones.
(Caso você não saiba do que se trata Doctor Who, tome vergonha na cara, leia esse artigo e depois corra assistir)
Interpretada por Freema Agyeman, Martha Jones, por algum motivo, é uma das companions mais subestimadas na série. Acredito eu, que isso se deva ao fato de ela ter sido a sucessora de Rose Tyler, com quem muitos fãs tinham um grande laço emocional (até mesmo pela relação dela com o Doctor), e daí tenha surgido uma resistência em “aceitar” Martha ao lado do Doctor.
Ao contrário de Rose, a primeira companion da série nova que era apenas uma adolescente de 19 anos, Martha é uma mulher já segura e com um emprego que ama. Ela conhece o Doctor quando o hospital onde trabalha como médica é “raptado” e levado para a lua pelos alienígenas Judoon, e trabalha ao lado dele (que está disfarçado de paciente) para garantir a segurança e a calma de todos os pacientes até que o Senhor do Tempo consiga resolver o problema.
Martha primeiro se apaixona pela perspectiva de viagens cheias de aventuras, mas não demora muito para que ela se apaixone pelo próprio Doctor, embora de início tenha a sensação de que não passa de uma “estepe” após a partida de Rose, sensação essa que se dissipa quando numa demonstração de confiança, o Doctor lhe entrega a chave da TARDIS e lhe afirma que ela “nunca foi apenas uma passageira”.
A relação deles, contudo, continua platônica, com o Doctor ainda de coração partido pela perda de Rose e por consequência sem corresponder os sentimentos românticos de Martha. Apesar disso, a companion demonstra grande força e grande lealdade ao Senhor do Tempo, tendo papel crucial em muitos conflitos e permanecendo ao lado dele, mesmo quando ele, sem memórias de sua vida de Senhor do Tempo e pensando ser humano, lhe trata como uma mera empregada.
Martha também aceitou a árdua tarefa de viajar sobre toda a terra, levando a palavra do Doctor a todos os cantos do planeta para que as pessoas não o esquecessem, e assim, eles pudessem derrotar O Mestre, o que garantiu não apenas a segurança do Doctor, mas de toda a humanidade.
Como mencionei no começo do artigo, existe no Whovianverse por parte de alguns fãs, uma certa resistência à personagem de Freema Agyeman, o que se deve muito provavelmente o fato de Rose ter passado duas temporadas inteiras com o Doctor, e por consequência o povo ter se acostumado com a loirinha. Apesar de Rose ainda ser a minha favorita (em grande parte pela personagem similar à Gabrielle), reconheço Martha como uma companion muito importante na série, não apenas pela sua postura corajosa e badass diante de gigantescos desafios, mas também por sua grande demonstração de determinação, garra e amor próprio (este último que pode ser visto no final da terceira temporada). Não pretendo citar maiores spoilers, mas digo que quanto ao amor próprio, Martha devia servir de modelo para muitas garotas por aí.
Enfim, Martha Jones é a garota que andou pela terra, contando as histórias épicas do Doctor (como uma certa barda por aí) e mostrando muita garra ao lutar pelo “greater good“…
Ah, que falta faz o Russel T. Davies para escrever companions assim…!
“Eu viajei pelo mundo. Das ruínas de Nova York aos moinhos da China, passando pelos fossos de radiação da Europa. E em todo lugar que fui, eu vi pessoas como vocês. Vivendo como escravos! Mas se Martha Jones se tornou uma lenda, então está tudo errado, porque o meu nome não é importante. Há outra pessoas. O homem que me mandou para lá, o homem que me disse para caminhar sobre a terra. E o nome dele é Doctor. Ele salvou suas vidas tantas vezes e vocês nem mesmo sabiam que ele estava lá. Ele nunca para. Ele nunca fica. Ele nunca pede agradecimentos. Mas eu o vi. Eu o conheço….eu o amo…E eu sei do que ele é capaz.”
2 Comments
Aryane
Ah, que falta faz o Russel T. Davies para escrever companions assim…!
(3)
Maryzuca, deu saudade da Martha, acredita??? Nunca pensei que diria isso, pq afinal, como vc disse, ela substitui a Rose… ou tentou… mas no final das contas, ela foi um companion maravilhosa! Claro que não está entre as minhas preferidas, digamos q ela eh a terceira preferida… Primeiro Rose, depois Donna Noble e aí sim, ela. Well… ela esqueceu o Doctor como amor platonico… e isso foi um final surpreendente pra ela!!
Lindo.
ABarda
Eu achei que eu não gostaria da Martha, mas, para minha surpresa, teve momentos na série que até me faziam pensar “Rose? Rose who?” (hahaha, não resisti :P)
A Martha me ganhou no segundo episódio dela (“EXPELLIARMUS!”) e é uma pena que só a tivemos na terceira temporada… Pelo menos ela fez suas aparições na 4ª.