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5 - 7 minutes readHeroínas em nosso tempo

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Por Andréia Lopes

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Muito falamos de nossas Heroínas Xena e Gabrielle. Dentro do mundo da fantasia elas são símbolos de perseverança, amizade, dedicação ao próximo e nos transmitiram, ao longo dos seus seis anos de aventuras, uma série de ensinamentos e mensagens de autoconfiança e transformaram muitos de nós que acompanhamos suas aventuras em pessoas melhores. Muitos inspirados pela Barda Gabrielle e pela poetisa Safo tiraram de suas imaginações milhares e milhares de contos e fanfics, fanarts, entre outros que vieram a dar continuidade ao vazio que ficou após o encerramento do seriado. 
Mas também no mundo real existem heroínas que, se não possuem as mesmas habilidades para luta de Xena e Gabrielle, são mulheres que fizeram de suas vidas, ações, caráter, palavras, exemplos para todas (os) nós. E, mesmo que não tenham conseguido mudar o mundo ou muito menos salvar com sua morte 40 mil almas, ao menos deixaram para as gerações futuras uma semente plantada que, se bem cuidada, pode e deve dar frutos que tornarão o mundo um pouco melhor para nossos filhos e netos.
Não me lembro de muitas no momento em que escrevo este artigo e nem sei se vocês, meus amigos leitores da Revista Xenite, vão achar que as coisas que aqui escrevo têm algo a ver com Xena e Gabrielle. Mas não posso deixar de citar heroínas como Princesa Daiana, Anne Frank, Madre Teresa de Calcutá, Anita Garibaldi, Maria da Penha e Joana D’arc.Cada uma, em seu tempo, lutou em prol dos fracos, oprimidos, de seus países e suas convicções e, embora tenham sido vítimas da violência e intransigência do homem, não desistiram de seus ideais. Essas mulheres hoje são, entre tantas outras heroínas anônimas, parte da história da humanidade.
Nem sempre a força deve ser usada como forma de se mudar o mundo. Essas mulheres, com seu trabalho, suas palavras, mostraram que isso é possível e modificaram, de certa forma, o seu mundo e as pessoas a sua volta.

Princesa Diana (Lady Di), como todos nós a conhecemos, teve um casamento tumultuado com o príncipe de Gales, mas ela não era uma mulher qualquer. Lady Di, se recusou a ser apenas uma figura decorativa na monarquia inglesa com sua pompa e circunstância. A princesa viajou o mundo defendendo os pobres, as vítimas de guerras, defendendo o ser humano. Talvez por não desistir de seus ideais e passou a ser odiada por muitos dentro de seu mundo. Ela morreu e deixou-nos exemplos de que há muito ainda a ser feito pela humanidade. Até a sua morte em 1997, Lady Di era a mulher mais famosa do mundo? e uma das figuras mais marcantes? do século XX, admirada por sua dedicação à caridade e às causas humanitárias?, em especial por seu envolvimento no combate à SIDA/AIDS e na campanha internacional contra as minas terrestres.

Anneliese Marie Frank, mais conhecida como Anne Frank, (Frankfurt am Main12 de Junho de 1929 — Bergen-Belsen, início de Março de 1945) foi mais uma entre tantas jovens adolescentes que tiveram suas vidas ceifadas durante o Holocausto. Vivendo escondida durante 25 meses num sotão, Anne Frank é um exemplo de vida. Durante esse período, a jovem judia teve como único amigo seu diário, no qual escrevia o que sentia, pensava e o que fazia.
Dentro das páginas de seu diário, Anne Frank relatou todos os seus medos com relação ao seu futuro, caso seus familiares e ela caissem nas mãos dos nazistas. O que aconteceu quando sua família foi denunciada e entregue aos soldados nazistas, sendo levada a Auschwitzs, um dos piores campos de concentração onde milhares de judeus perderam suas vidas. Seu diario é hoje um dos documentos mais contudentes das atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial e mostra como os jovens viam suas vidas serem ameaçadas e extermindas. Anne não lutou e nem teve como se defender, mas o que escreveu é um exemplo para que os jovens de hoje vejam que não se pode de forma alguma deixar que monstruosidades como o holocausto voltem a acontecer.

Maria da Penha Maia, biofarmacêutica brasileira que lutou para que seu agressor viesse a ser condenado. Com 60 anos e três filhas, hoje ela é líder de movimentos de defesa dos direitos das mulheres, vítima emblemática da violência doméstica.
Em 1983, seu ex-marido, professor universitário, tentou matá-la duas vezes. Os fatos que culminaram com sua deficiência física foram levados à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) e foram considerados, pela primeira vez na história, um crime de violência doméstica.
Em razão da  gravidade das violências sofridas por Maria da Penha, uma Lei foi criada e, a partir de então, passou-se a reconhecer a gravidade dos casos de violência doméstica contra mulheres, criando penas mais severas para os agressores. Foi preciso que a dor de uma mulher calasse fundo a consciência dos homens para mostrar quantas muitas outras MARIAS DA PENHA existem por aí espalhadas, que sofrem caladas as agressões de seus maridos e familiares. Não que a aplicabilidade da Lei vá fazer cessar as agressões, mas é um instrumento que todas nós mulheres dispomos para nos defender.

Antes de terminar aqui meu artigo não poderia deixar de citar outra mulher guerreira que há poucos dias saiu de seu cativeiro e tornou-se símbolo para libertação de milhares de refêns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Refiro-me a Ingrid Betancourt, ex-candidata colombiana à presidência, que foi vítima de seqüestro por revolucionários das Farc. Mulher de caráter e determinação, durante anos esteve sob o poder de uma milícia que, em nome de seus ideais políticos, matam e seqüestram cidadãos de bem. Ingrid Betancourt, a seu modo, é um exemplo de determinação que, mesmo sob forte pressão e as piores condições possíveis de vida pra um ser humano, sobreviveu e hoje luta pela libertação dos demais seqüestrados pelas Farc. Só o tempo dirá se seu trabalho e empenho surtirão efeito, mas basta a nós saber que ela vive e luta. 
Encerro aqui meu artigo. Espero ter transmitido aos meus amigos e amigas alguma coisa que nos faça pensar o que somos, porque estamos aqui, para onde iremos e o que queremos para nossos filhos e netos. Mas, principalmente, o que cada um de nós está fazendo para mudar o mundo a sua volta. Afinal, todos temos um pouquinho de Xena e Gabrielle dentro de nós.
Beijos e até a próxima edição da Revista Xenite

Ajudou-me nesta edição fazendo as correções e edição do texto a Xenite, BruneLLa Wyvern. A quem agradeço aqui pela força e por todo o enorme incentivo e apoio que tem me dado.

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