No Girl Power desse mês…
Por Alessandro Chmiel
Na indecisão de qual Girl Power – GP – (“Garota Poderosa”, literalmente traduzindo) deveria colocar na edição nº01 da nossa revista xenite, optei pela primeira heroína que fez parte da minha própria história.
Não apenas a primeira para mim, como para os jogos de luta em geral: Chun-Li é um marco na história dos games. Surgida na série Street Fighter, da CAPCOM, Chun-Li era a única mulher no meio de outros combatentes masculinos, mas nem por isso a mais indefesa. Apesar de visivelmente mais fraca que outros personagens, sua rapidez era inegável, dando agilidade e versatilidade ao jogador.
Seu nome vem do mandarim, e significa “bela flor da primavera”. Seu sobrenome varia de acordo com as fontes: Chung (fonte original), Zang/Xiang (no filme americano adaptado da década de 1990), ou mesmo Li (implícito no pequeno anime baseado na série). Além do nome curioso para uma forte mulher, sua vestimenta não deixa por menos. O que mais chama a atenção certamente são seus “chifres de boi”, enfeite comumente usado em meninas chinesas para decorar os cabelos, “vestindo-os”.
Não só de belas curvas e estilo próprio que é feita essa lutadora chinesa. Sua história é forte, apesar das inúmeras contradições a respeito, pois os jogos da série SF, sendo inúmeros, nunca mantiveram uma linha concreta.
Um resumo: Chun-Li seria uma bela jovem chinesa, filha de um agente da Interpol. Ela amava muito seu pai, e recebeu diversos treinamentos de combate de amigos dele mesmo. Mesmo com potencial, Chun-Li decidiu trilhar o caminho dos estudos, mais simples e seguro. Com o súbito desaparecimento de seu pai, Chun-Li sai em busca de informações sobre seu paradeiro. Aparentemente, o pai dela andava atrás de informações de uma organização misteriosa intitulada Shadaloo. Hábil, Chun-li retoma a missão de seu pai até encontrar M. Bison, o chefe da organização. Em uma luta breve, Bison diz que é o culpado da morte de seu pai, e que ela é muito jovem e inexperiente para seguir o caminho do pai na destruição de Shadaloo. Não convencida, Chun-Li treina com a determinação de um dia reencontrar o assassino de seu pai, na busca de vingança (nada muito xenite, não é?). O lado bom da história é que, ao que parece, Chun-Li se torna, ao longo de seu trajeto, uma treinadora de artes marciais, com o intuito de um mundo melhor através da bondade (“O amor é o caminho”?).
Na foto acima, Chun-Li: a primeira das lutadoras de rua – ou a primeira lutadora de todas!
Nos jogos, seu ponto forte, além da rapidez, são seus famosos golpes com as pernas, em chutes alternados e repetitivos. Ela também conta com poderes da arte Chi, energia semelhante ao famoso Hadouken, do personagem Ryu, também de SF.
Atualmente, a série SF sofre com a concorrência, mas, para Chun-Li, o destino está para mudar: com as gravações iniciadas em 2008, o filme Street Fighter – The Legend of Chun-Li conta a história do jogo com a heroína como protagonista, renovando a história com toques de nostalgia. Mesmo sem o filme, entretanto, Chun-Li jamais seria esquecida como a precursora das GP nos jogos eletrônicos, assim como a nossa Princesa Guerreira no quesito seriados de televisão.