Sentimento Xenite
O Bardo
Algumas vezes, as pessoas olham para mim e dizem: “Xena? Que perda de tempo! É ridículo, mal feito, é impossível… Por que você gasta seu tempo com uma coisa assim?”
A vontade que me dá é de ter um chackram, ou de saber usar os pontos de pressão, e através da força bruta, ensinar para essas pessoas tudo o que Xena – Warrior Princess pode ser. Mas então, eu me lembro de Gabrielle. É, acho que ela não gostaria muito de me ver agindo dessa forma.
Mas como eu posso mostrar para os outros o porquê de Xena ser tão importante na minha vida?
Me lembro de quando eu tinha uns 7 anos. Eu estava na casa da minha avó, era domingo, hora do almoço. Liguei a tv. Estava passando “The execution”. Caramba, como aquele episódio me encantou… O plano de Xena para salvar Meleager era simplesmente mais do que a minha imaginação infantil podia criar. Então, ali, aos 7 anos, eu decidi: “eu quero ser que nem a Xena!”
A verdade é que eu fiquei muitos anos sem pensar em Xena. Por que pensar em Xena se eu podia assistir Digimon?
Mas, graças a Record (sim, eu tenho uma coisa para agradecer a essa rede de tv), eu voltei a assistir Xena. Foi em fevereiro ou março de 2006. E depois disso, nada mais conseguia tirar Xena da minha cabeça.
Foram várias lições que eu aprendi com Xena e Gabrielle. Amizade, amor, lealdade, justiça, perdão… Era sobre esses conceitos que eu ficava pensando ao assistir Xena.
Mesmo em episódios que me faziam rolar de rir, como If the shoe fits…, eu conseguia tirar alguma lição (nesse caso, é a lição do perdão e da amizade). Não precisava de mais nada, era só chegar em casa depois da escola, ligar a tv e ter certeza: hoje eu vou assistir Xena. Que fosse um episódio triste e lindo (One against an army), ou um engraçado e nojento (In sickness and in hell), ou ainda um episódio revoltante (The price – eu não gosto muito de episódios em que a Gabrielle tem que se decidir entre a vida de um ou de outro), mas tinha que passar Xena para que meu dia fosse completo. Acordava pensando “Acordando e levantando!”, ia dormir pensando em alguma cena do episódio do dia. E, algumas vezes, até no sonho eu via Xena e Gabrielle.
A verdade é que Xena e Gabrielle se tornaram uma espécie de exemplo em minha vida. Xena, porque ela mudou radicalmente, ao deixar de ser a “destruidora de nações”, passando a lutar por justiça, para recompensar seus pecados do passado. Gabrielle, porque ela teve coragem de deixar para trás a segurança da sua vida em Potédia para realizar seu sonho. E Xena e Gabrielle juntas, porque elas mostraram a importância do amor (tanto dentro quanto fora do subtexto). Aí, eu lembro daquela vez, em que eu estava com 7 anos que eu disse: eu quero ser que nem a Xena. Não é só como a Xena, mas é como Gabrielle, e Eli, e as amazonas, e cada personagem que me ensinou algo de bom. Porque Xena – Warrior Princess (o seriado em si, não apenas a personagem de Lucy Lawless) é uma lição de vida. Uma lição que eu quero sempre ter na minha memória, e que eu quero passar para a frente.
“Algumas vezes, as pessoas olham para mim e dizem: ‘Xena? Que perda de tempo! É ridículo, mal feito, é impossível… Por que você gasta seu tempo com uma coisa assim?’”
A resposta é simples: porque eu tenho dentro de mim o sentimento xenite. Porque eu sei que, se alguma coisa está errada, eu devo fazer algo para mudar. Porque eu não devo esperar que o destino se encarregue de colocar as coisas na minha vida; eu faço o meu destino.
E tudo isso foi Xena que me ensinou.