Aventuras de Doug na Xenacon parte 2
Por Doug.
Caros Xenites!!
Devo ter passado pela maior, se não a melhor experiência da minha vida! É bom vocês estarem no clima pra leitura, vai ser grande!
Para recapitular…
¬Não muito tempo atrás eu postei o tópico “Na trilha da LL” sobre minha invasão no hotel onde rolaria o London XenaCon para fazer umas fotos…e que foi o máximo que eu pude fazer até então, pois a convenção estava marcada para o dia 2 de Maio e eu já havia comprado meu ticket de volta pro Brasil um mês antes, para o dia 3 de Abril.
E foi lapidando alguns pensamentos que decidi fazer o que fosse preciso para participar da Con. Digamos que eu tinha uma missão a por em prática e o preço foi não voltar pra o Brasil.¬
Fiquei ilegal na Inglaterra por um tempo extra, sujeito a penalidade de 10 anos sem pisar novamente na Europa… mas dane-se!! Quem precisa de Europa!
Menos de 3 semanas do grande dia e eu ainda não havia garantido meu ingresso para nenhuma das noites. A Desyrée tentou me arranjar já que também participaria e tinha alguns contatos mas acabou não dando certo. Esperei até o último minuto. No meio tempo, trabalhei em dobro para ter a grana mas àquela altura do campeonato os ingressos preferenciais e de importância (como a noite da LL) já haviam sido esgotados.
Só me restaram os econômicos, ou seja, sem direito a poltrona e contato próximo com os guests. Cheguei a processar se valeria a pena ficar de pé no fundo da platéia sem prioridades… mas eu estava inquieto! Então um dia eu entro online para comprar meu ingresso e percebo que toda compra é feita no cartão e, índio que sou, não trabalho nem nunca trabalhei com cartão de crédito.
No dia 13 de Abril, mandei um email para o Adam Malin – membro da equipe Creation e um dos organizadores de Convenções da Xena ao redor do mundo:
“Hello Adam… This is Doug.
It’s been almost 1 year since I first stepped foot in London and by the time I heard there’s going to be a XenaCon over here, I just went nuts!
I have phoned the Hilton Metropole Hotel yesterday asking if by any chance I could buy my tickets at the very hotel instead of purchasing it online (I haven’t really entirely checked the Creation website so far but thing is I can only buy it with cash since I do not work with credit cards). The person who I was speaking to couldn’t tell me for sure as he needed to check out with the organizers first, then he gave me your email address so I could sort things out with you myself… let me know as soon as possible, any information will do!!”
Foi basicamente um pedido de socorro! E com todos os pedaços de informações que obtive pelo email, minha situação estava desesperadora! E para dar um tempero neste meu impasse, ainda havia o concerto da LL que era o dobro do preço. O acordo foi a possibilidade de eu achar ingressos vendidos na porta por desistência, com possível reajuste de preço… Maravilha! ¬¬
As semanas passaram… já dava para começar a contagem regressiva das horas e foi quando eu tive uma faísca nas idéias: “Que tal voltar para o hotel e arrumar um convite na cara dura?! Quem invade uma, invade duas…”. Imigrante ilegal com dinheiro escasso eu já era, não tinha muito a perder.
…
De volta ao Hilton Hotel, usei minhas artimanhas e me passei por um dos hóspedes. Fiz o mesmo trajeto de antes dentro daquele labirinto, só que dessa vez havia letreiros eletrônicos: XenaCon << que me levou direto num saguão com uma enorme porta semi-aberta, e antes que eu me aproxime o suficiente para abri-la, um homem grisalho de falar imponente me recebeu…
Richard Arnold
Foi a ponte entre eu e meu fascínio. Ele era um dos organizadores-chefes que vive a vida pelos quatro cantos do mundo montando e desmontando convenções. Antes mesmo que eu pudesse enxergar o que havia do outro lado daquela porta, este homem quis saber quem eu era e o que fazia plantado ali. Sem eu dar muitos detalhes e soar como um fanático infiltrado, expliquei a situação e sem indagar estendeu a mão pra uma proposta: “Minha trupe de Los Angeles não pôde voar essa manhã e estamos num contratempo… o que me diz de eu te ajudar com você me ajudando sendo parte da minha equipe??”
*Doug ouvindo sinos*
Sem demonstrar muito meu estado de choque com uma postura para formalidades, selei o ‘contrato’ apertando-o a mão. Richard passou o braço por cima dos meus ombros e me levou porta a dentro… Ah se minha vida tivesse trilha sonora naquele momento estaria tocando Aleluia.
Era um dos salões, o Marchandise Room, com posters da série no teto e paredes, assim como tantos outros artigos para desempacotar: CDs, DVDs, jóias, camisas, fotos oficiais autografadas, bonecos, cópias de scripts encadernados… enfim, a maioria desses produtos que se encontra no eBay.
Minhas primeiras funções:
- Desembrulhar posters e escrever os nomes dos atores na parte de trás. Tudo iria para leilão.
- Colocar fotos em display para compra sobre a mesa. (aquelas que a Sharon regula)
Com a montagem em andamento, logo foram chegando alguns organizadores locais.
Adam Malin
Quando nos fomos apresentados eu logo me liguei. Fiquei na minha até o instante que ele fez a pergunta que não queria calar: “Por acaso você gosta da série?” Respondi mostrando uma foto de celular de quando filmei minhas versões de Xeno na época da explosão do youtube e me re-apresentei como o Doug dos emails. Acho que a partir daí ficamos mais próximos e não demorou muito até que eu colocasse minha missão em prática…
Era o Adam o encarregado da programação, e no momento apropriado já estava em minhas mãos um material pra ele considerar. Me levou até a sala de painéis nos bastidores e eu o entreguei meu MP3, dando a cara a bater sem saber da reação. Conectou-o no laptop e começou a rodar meus vídeos de treinamento seguidos das paródias, se é que se encaixam nessa descrição…
Ele permaneceu com o queixo apoiado na mão o tempo todo de duração e num certo ponto confessou: “As pessoas precisam saber quem você é – se já não o conhecem. Vou encaixá-lo durante a programação. Fique por perto!”
Difícil descrever meu estado estático ali… parecia… a ejaculação de mim mesmo…
Nada mais…
Sharon Delaney
Umas dos manda-chuvas lá dentro. Mulher intrigante pelas experiências que vivera. Quando nos conhecemos eu sabia que me era familiar, até ela dar a deixa: “Que canseira! Acabei de entregar a Lucy no outro hotel…”
Ah, ESSA Sharon!! – a empresária por acidente.
Minutos depois, Adam e Richard nos convidaram para jantar e Sharon resolveu ficar desempacotando. No restaurante do Hilton, a prosa estava longe de ser parte de um jantar de negócios. Enquanto Chris me mostrava fotos do filho recém-nascido, eu respondia qualquer coisa sobre o Brasil. E quem diria que aqueles engravatados eram xenites?! O próprio Adam comentou alguns episódios enquanto esperávamos os pedidos e na mesa a decisão unânime de que Karl Urban (César) era um dos atores mais camaradas pessoalmente.
Logo mais eu voltei ajudar Sharon e ficamos sentados no chão dobrando e separando camisas por tamanho. Perguntei se LL era tudo aquilo em pessoa e a resposta foi certeira: “Ao vivo, ainda melhor! Lucy, ao contrário de Xena, é delicada. E Renee a mesma coisa. As roupas de Xena foram especialmente criadas para que ela parecesse mais alta e forte…”
…
Revelou também um episódio da vida dela. Disse que por volta de 1998 viajou até Nova Zelândia para uma pesquisa/coletiva e ao chegar ao set de filmagens, Endgame estava sendo gravado. Entre uma pausa e outra, sentava na escadaria naquela cabana amazona e dali ela assistiu de camarote Xena trazendo Brutus arrastado. Ouviu-se o ‘corta’, Lucy desceu do cavalo e enquanto esperava a próxima cena, foi dividir o degrau da escada com Sharon. Sem mais nem menos, eis o que ela ouviu da Lucy:“Estou grávida!”
Ela deve ter sido uma das primeiras a saber, quem sabe até antes mesmo do próprio Tapert.
A seguir foram chegando mais mãos ajudantes…
Chris Schmelke
Fotógrafo profissional na série e de convenções, assim sendo mascote da LL. Nos dias que se seguiram de Con, eu o ajudava no Studio levando fãs até os guests para a foto e o fundo de céu foi incumbência minha de pregar! Ele também vendia as fotos autenticadas na bancada ao meu lado e numa tarde me mostrou a coleção pessoal de MPB!!
O dia antes da Con abrir portas, ainda ajudei o Richard enumerar as poltronas. Ao final, pediu pra que eu voltasse no dia seguinte pela manhã.
Tecnicamente, minha condição ali não havia sido propriamente dita então eu pedi por um posicionamento, talvez até para fazer minha ficha cair mesmo: “Organizadores não pegam por ingressos, eles são os ingressos.” Logo eu era mais que VIP e até me ofereceu um quarto no hotel para facilitar, já que eu morava do outro lado de Londres.
E dá pra dormir numa montanha-russa?
…
Sexta-feira, dia 2.
A convenção foi inicialmente aberta após o meio-dia. 9:30a.m lá estava eu para ajudar Sharon com os últimos preparativos. Não demorou muito para eu trombar com o primeiro convidado…
Steven Sears
É o cara! Escreveu 24 episódios de Xena:
1ª temp: 5 episódios como Dreamworker e The Greater Good;
2ª temp: 7 episódios como Destiny e The Quest;
3ª temp: 7 episódios como The Bitter Suite e Sacrifice I;
4ª temp: 2 episódios: Between the Lines e Endgame;
5ª temp: 3 episódios como Sucession e Them Bones, Them Bones.
Sem contar que foi supervisor de produção e co-executivo em 99 episódios de Xena. Fala sobre a série como um filho recém-nascido.
Aqui a conversa que tivemos quando cheguei até ele:
Durante toda a convenção ele não desgrudou de sua câmera de pescoço! Tudo era novidade como se fosse uma primeira Con, e nos disse que postaria todas as fotos em seu website.
Mais detalhes sobre ele ao longo do relatório!
…
No horário, as portas para o Merchandise Room foram abertas e fãs do mundo todo foram ocupando o salão. Notável também dizer que a mim era confiado dinheiro a todo instante, tanto nas vendas dos artigos quanto durante o leilão. Era um bom sinal de equipe!
Na parte da tarde, a enorme sala da convenção foi aberta para a primeira convidada…
Adrienne Wilkson (Eve/Livia)
Assim que foi chamada ao palco, Richard me deu a liberdade de assisti-la e um assento nas primeiras fileiras.
Em minha opinião de público, ela foi a mais hilária de todos! Só pra começar ela tem um semblante de garotinha e fala em gíria de teens, assim como o nosso “tipo assim”.
Falou sobre projetos recentes e claro, sobre os tempos de Xena. Disse que no início era uma perdida no set, nunca havia pegado numa espada e conseguiu o papel por ter facilidade em memorizar passos de coreografia.
Curiosidades:
< Confessou que detestava vestir roupa de Lívia, pois peças sempre quebravam e algumas acabavam sendo rebitadas diretamente, dificultando e muito idas ao banheiro. Sem contar que não engolia aquela saia de cheerleader;
< Nas primeiras filmagens houve uma carga pesada emocional e de estresse pelas cenas intimidadoras, se referindo a ter que fazer bonito um take longo de luta para impressionar o Tapert e ainda ter que beijar Kevin Smith (cena do Coliseu);
< Sempre caia na hora de trocar o passo. Não foi fácil acostumar com os pés afundados na areia ao invés de um piso de pista de dança;
< Foi Zoe Bell (dublê de LL) que a ensinou a lutar e desferir golpes sem medo… Isso aconteceu quando Zoe errou o movimento e a acertou com a espada na canela. “… uma marca roxa era o que eu precisava!”;
< O episódio que mais gostou de fazer foi You Are There pela cena que Eve rasga o verbo com palavrões. Além do mais, teve cenas muito boas, mas que acabaram não indo ao ar por razões de censura e edição;
< Uma cena complicada: última parte do episódio Path of Vengeance, quando Eve despede-se de X e G para seguir seu próprio caminho… A cena precisou ser repetida inúmeras vezes – A última frase de Xena foi um simples “Stay outta trouble”, mas Lucy não conseguia tirar o sotaque carregado kiwi! A equipe de filmagem vencida pelo cansaço acabou inserindo a cena menos comprometedora. Adrienne disse que o que todos pensam ser Xena colando a mão no rosto pra chorar naquele episódio, é na verdade Lucy se matando de rir… E reparem na Renee!
< Nas primeiras cenas como Eve, o Tapert teve uma crise nervosa… Ela não sabia que teria que andar descalça e resolveu pintar as unhas dos pés de vermelho.
…
Após a aparição, foi aberta a sessão de fotos com Adrienne e antes de eu começar a organizar a fila e levar fã por fã até ela, o Chris me convidou para uma foto juntos.
Eu gostaria de poder ter tido mais liberdade com minhas filmagens, porém somente credenciados e profissionais puderam fazer gravações. O que eu fiz foi muitas vezes usar a câmera do meu celular como câmera-oculta. E ali diante da Adrienne pela primeira vez, mantive a câmera ligada. E foi assim:
http://www.youtube.com/watch?v=Hheov8OSylI
Enquanto ocorria a sessão de fotos de Adrienne (com os fãs que pagaram à parte), o Steven estava em sua apresentação no palco e por conta das fotos não pude assisti-lo. Ainda assim, peguei o Steven comentando sobre os subtextos da série e ele desmistificou o que até hoje é motivo de dúvida:
– “Você acha que Xena e Gabrielle vivem um amor entre casal, que são amantes? Você não está errado!
Você acha que entre elas existe um amor que vem somente da amizade? Você também não está errado!
A resposta está aonde vocês se identificam com elas… ”
Logo em seguida, no canto direito ao lado do palco, deu-se início à mesa de autógrafos com Steven e Adrienne. Minha função foi certificar quem era VIP pela cor dos braceletes. Quem fosse seguiria pela fila e os que não, eram convidados a se retirarem.
Então, pego completamente desprevenido, o Adam sobe ao palco para anunciar a programação seguinte, hora x. O evento mencionado foi o Cabaret, onde Adrienne, Steven e Brittney (Brunhilda) fariam uma espécie de “Se vira nos 30”. A mensagem foi passada e Adam pediu a atenção de todos:
– “Gostaria também de apresentar mais um convidado para esse fim de semana… muitos já devem conhecê-lo… diretamente da América do Sul… Doug, o Xeno!!!” … fui me virando lentamente para dar tempo de pensar em qualquer outra ação, ou reação! Senti a luz quente em mim, “… que veio nos mostrar o que a fé em si próprio faz… Ao longo da Con teremos Xeno Vídeos no telão!” Aplausos firmes comigo digerindo a sensação de reconhecimento em vários daqueles olhos!
…
Ao terminar a mesa de autógrafos, o salão principal do palco foi esvaziado e o Merchandise Room liberado. Graças a um sistema de portas móveis, a volta ao salão foi proibida e assim Adrienne pôde ficar à vontade no palco para ensaiar o musical que cantaria no Cabaret horas mais tarde. Nós da equipe Creation ficamos ali para dar assistência em termos de marcação, iluminação, microfone etc.
Neste instante, Richard pede pra que eu vá e espere no backstage e então eu trombo peito com peito com uma loira ao passar pela porta… Pedi desculpas e recebi um ‘não foi nada!’ com um sorriso de uma ponta a outra. (…)
Fiquei sentado esperando junto com os sonoplastas e então chega Sharon trazendo consigo um bolo de banana envolto num plástico e disse ter ganhado de uma fã. Este bolo permanecera intacto ao longo dos dias… ou quase. A confissão a fazer é que sempre que eu entrava naquela sala eu removia o plástico e cavoucava com os dedos a borda do bolo, sem ninguém perceber… Ah eu poderia abrir um capítulo em especial para esse bolo! Logo vão entender o motivo…
Bom, o Richard apareceu não muito depois acompanhado por Adrienne e tirando uma chave do bolso disse ter uma nova função para mim, a de guarda-costas! “Quero que a leve para o quarto e não permita que ninguém tire fotos. Ela precisa se trocar e descer para o Cabaret.” Dito isso ela me cumprimentou com a cabeça e me apresentei, ainda não acreditando na minha sorte!
Guiei-a até o elevador e o máximo que consegui dizer foi “Pois é, não pegou o clima mais legal… Semana passada é que tava quente!”
Béé!! LOSER!!!!
E até que ela foi bem meiga “Ah já estive em climas melhores mesmo…”
Entregue ao quarto, ela perguntou de uma maneira bem tímida se eu poderia aguardar um instante para também voltar acompanhada.
…
De volta ao backstage, já havia uma apresentação de Cabaret no palco e só então despertei: a diferença era gritante!! Mas a loira com a qual eu trombara anteriormente era Brittney!
Brittney Powell (Brunhilda)
Essa aí me tirou o fôlego! Só pra começar ela se apresentou em trajes de odalisca fazendo a dança do ventre. Minha análise instantânea foi que, mesmo os anos terem passado, a atriz em si parecia ter 10 anos a menos que sua personagem em Xena, e bem mais, uhum… caliente, digamos! Falava e movimentava de maneira voluptuosa, quase sugestiva… E eu não estava equivocado!
Meu lance com Brittney deu-se durante o Cabaret, eu assistia Adrienne num canto, ela do outro. Então parou ao meu lado como quem não quer nada e disse: “Não é minha praia, mas a Adrienne tem uma bunda arrebitadinha…” e caímos na gargalhada!
…
No Sábado foi a vez de Brittney ir ao palco.
Com toda a atenção voltada a ela, falou e falou sobre vida pessoal. Quando o assunto entrou em Xena começou dizendo que curtiu à beça as noites da Nova Zelândia após as filmagens.
É uma pessoa bem carismática, ousada e fez a platéia vibrar com certeza, principalmente quando resolveu leiloar o sutiã! Lances altos sob a garantia de ser desabotoado pelo próprio comprador.
http://www.youtube.com/watch?v=ZzTI_ttxcTE
Depois de arrebatado, muitos queriam uma foto junto com a beldade! Enquanto preparavam a sessão de fotos no estúdio, eu entrei para comandar a fila e ela num tom sensual, brincou: – “Hey. baby doll!! E eu resolvi embarcar no jogo de sedução… logo o Chris me ofereceu uma fotos juntos então ajeitei a gola da jaqueta de couro e perguntei se seria ousadia da minha parte eu a massagear os ombros para a pose… “Manda ver!”– naquele mesmo tom a La Dominatrix.
Ela própria se encaixou à minha frente e lembro-me de infiltrar meus dedos por entre as mechas louras para apertá-la o trapézio: “See you around, baby doll!”, disse depois de a foto ser tirada e a fila prosseguiu. As fotos profissionais com Brittney e Joseph foram as únicas não reveladas na hora e seriam postadas no site da Creation algumas semanas mais tarde, então não soube dessa foto até voltar para o Brasil. Quando retirei a foto pelo site eu notei que o ‘jogo’ teve início naquele instante em diante…
Lembrando que no Sábado a noite seria o primeiro show da Lucy Lawless in Concert no Carling Academy.
No início da tarde a mesa de autógrafos com Britt foi aberta, eu e Sharon assegurávamos a organização. No meio tempo, entra o Richard com passos firmes perguntando se eu havia pegado meu autógrafo. Eu disse que não me importava em ser o último… Então ele transpassou a fila e chegou até Brittney:
– “Britt, estamos de saída para o ensaio da LL e nosso taxi sai em dez minutos… você assina para um ajudante nosso?… e saí de trás do Richard com cara de pedinte… “Esse é o Doug. Ele vai ser teu guarda-costas para a festa no final de noite.”
-“Baby Doll!! Claro que assino!” – e fez um coração.
…
Por volta das 21:30 no Carling foi dado por encerrado o show da LL, a parte II do concerto seria no dia seguinte.
De volta para o Hilton Hotel, o taxi contornou o estacionamento e eis que vejo Brittney com a empresária fumando, quase num beco. Descemos do taxi e o Richard passou pela porta giratória, mas eu fiquei! Fiz um gesto com as mãos mostrando que iria telefonar e subiria logo – “Vai encontrar com a Britt, brazilian boy?!” com um sorriso de permissão (…)
Cheguei sorrateiro até elas e começamos a conversar. Ela quis saber por onde estive na última convenção em Burbank nos States, pois teria se lembrado de mim… Expliquei por cima.
– “Bom, então você perdeu a visão das mulheres daquela Con. As daqui são estranhas! Eu não sou lésbica, mas fiquei com água na boca de ver duas lindas mulheres no maior pega! Precisei parar para olhar!… E por falar nisso, adorei saber que você vai ser meu guarda-costas por dois motivos: 1 é que uma mulher enorme não sai da minha cola e isso me intimida, o outro é que gostei do seu jeito latino…”
– “E como seu guarda-costas, o que posso e não posso fazer?”, perguntei.
– “O contrato é eu ir de mesa em mesa conversar com os fãs. Você decide em qual mesa ir, basta me pegar pela mão e me levar. Também não deixe ninguém aglomerar em torno.
– “Feito!”
Dentro do hotel, tivemos uma rápida reunião com Richard. O ‘Late Night Dessert Party’ começaria em instantes, então levamos Britt, Paris e Adrienne até seus devidos quartos para se produzirem. Eu subi Britt e Paris enquanto Richard subia Adrienne logo atrás.
Ao entregar Britt recebi uma proposta – aquele tom sensual novamente:
“… wanna freshen up with me?”, Brunhilda acabara de me convidar para um banho juntos! (…)
“Desculpe, não posso!” – recusei! “Por mais que eu queria, estou a trabalho aqui!!”
Não sei se muitos teriam feito o que fiz, Britt é mesmo um mulherão… – “Ta tudo bem, eu entendo seu lado… então me dá quinze minutos que já te encontro.”
Eu não podia colocar em cheque a confiança da equipe que me botou ali dentro e a qual me deu privilégios que poucos tiveram. E se eu estava certo, tudo indicava que eu seria o protetor da LL também. Fico imaginando se eu não estava sendo testado… e uma frase ressoava como um hino:
“Não estrague as coisas deixando seu desejo superar o seu juízo.
…
Passados os minutos, Britt sai num desfilar elegante e cheirando muito bem por sinal!
O próximo evento era o coquetel com os atores em um ambiente com várias mesas redondas, pista de dança e comes e bebes.
Pela experiência posso dizer que os fãs xenites são bem civilizados. Ora ou outra alguém se jogava e eu intervinha num olhar fuzilante, mas no geral éramos todos do mesmo naipe curtindo uma boa música, lembrando alguns fatos cômicos e os convidados rindo, completando os fatos cômicos. Inicialmente, Anders (o guarda-costas alemão que preferiu ir a Con ao ver o nascimento do próprio filho) trabalhou com Adrienne, Chris com Paris e eu com Britt, porém alternávamos quando necessário. Até que Britt diz:
– “Dougie, me leva pra mais uma mesa e depois eu preciso de uma pausa pro cigarro!” Ah como um par de chifres vermelhos iria bem com aquele rosto…
Fora do hotel, encostados num pilar, meticulosamente Britt ascendeu o cigarro, tragou, assoprou a fumaça, retirou com os dois dedos o cigarro que ficara com a ponta marcada de batom e colocou na minha boca. Aí ascendeu mais um e ali ficamos tentando decifrar o olhar do outro…
O lance é que eu não fumo!
No entanto eu percebi que o fato dela ter sido segura o bastante de me colocar novamente numa situação-escolha, foi para ter certeza que havia sim algo no ar. E de certa, mais um ‘não’ que viesse de mim a faria perder o encanto. Contudo não demorou muito para o Richard aparecer e pedir um cigarro…
– “Doug, não sabia que fumava…”
E a Britt rebateu:
– “Nenhum não-fumante sabe fazer uma cara de prazer assim!
E eu sempre digo que a ocasião faz o ladrão…
…
Quando havia ‘janelas’ de uma apresentação para outra ou mesmo durante alguma exibição que não fiz muita questão de acompanhar do início ao fim, eu ajudava nas vendas dentro do Merchan. Room. Foi atrás do balcão que eu e DeborahKizzy (do youtube) nos conhecemos, ou nos reconhecemos, melhor dizendo…
E foi também atrás do balcão que de repente ouço Adam afobado: – “Doug?! Doug!! Me encontre no backstage em meia hora. Você será o próximo convidado a subir ao palco…”
Xeno
Não foi ali atrás das cortinas que eu parei para aspirar tudo o que eu estava vivenciando. Dei-me esse tempo observando a cidade pela janela do quarto do hotel já na primeira noite. Claro que eu já havia fantasiado um cara-a-cara com estes meus ídolos de infância estando noutro continente, mas em súbito estarmos todos no mesmo lugar??
E foi beijando minha sorte boa-noite que custei a dormir.
Agora eu estava passando as contra-regras com Adam, selecionando meus vídeos, posicionamentos, microfone… e prestes a ser tomado pela segunda carga de euforia, sendo a primeira quando oficialmente pisei pra dentro da Con.
Quando fui anunciado e passei pela porta, eu não sabia o que esperar. A única certeza era a de que eu ia babar no mesmo microfone da LL… De cima do palco eu só enxergava nuances da platéia, o holofote amarelo é minha lembrança maior. E as palmas fortes que me deixaram confortável!
Os meus vídeos exibidos no telão foram “Xeno Chakram”, “Xeno –Flips&Swords- Martial Arts skills” e “Xena – Xeno”. Nas cenas de um golpe mais complexo digno da Xena eu fui aplaudido em pé! E as cenas foram os três passos na árvore segurando duas espadas com o mortal, e o Chakram ricocheteando três árvores antes de cravar. Euforia elevada ao quadrado!
Logo após vieram os questionários, onde eu interagi com a platéia: como eu criei o Chakram – Se eu carregava cicatrizes – Se eu toparia o convite para um eventual Xena Movie ¬¬…
Depois do bate-papo eu deixei o palco certificado em manter o legado ‘Xena’ como sou capaz!
Paris Jefferson
Sua entrada ao palco foi no Domingo. Nosso primeiro encontro visual foi no backstage, eu estava esperando não ter ninguém para cutucar o bolo e lá estava ela conversando com o Adam.
Não cheguei junto pra não parecer inconveniente, e sai…
A apresentação dela foi morna. A minha opinião é que ela me pareceu um tanto quanto recalcada, sem muito assunto e por conseqüência a platéia se fechou. Ela precisou pedir para que alguém levantasse a mão para perguntas!
Comentou pouco sobre Xena falando mais sobre projetos atuais como peças teatrais na Irlanda. Já sobre XWP, ela retomou o pique da galera através do humor-negro.
Disse que na época de filmagem do episódio Amphipolis Under Siege entrou numa das cabanas das tropas de Atena para ajustar a roupa e saiu sem o elmo. Alguém da produção pediu pra que ela não largasse daquele elmo de forma alguma, pois não só ficava mais bonita tapando os cabelos, mas também pelo fato da idéia ser parecer-se com Atena e não a Medusa.
< Comentou sobre a falta de sangue usada quando Xena mata Atena;
< Ela não agüentava com as espadas de metal usadas para close-ups;
< Visitou a casa da LL a convite da própria.
< Alguém perguntou sobre a idéia da queda dos deuses do Olimpo pela Eve, o Crepúsculo dos Deuses (que foi o tema principal no último episódio que atuou na série)… e ela: “Estamos falando da Xena?”
…
Em seguida, a sessão de fotos.
Eu estava um tanto na defensiva com aquela mulher, mas na minha vez da foto, ela me recebeu com um sorrisão que não resisti o abraço-urso.
Até então não havíamos conversado. Durante a mesa de autógrafos eu cheguei até ela com a câmera desligada, de acordo com o regulamento. Assim que eu disse que vim do Brasil, ela arregalou os olhos dizendo que era um lugar que gostaria de conhecer e que não havia lugar melhor pra uma próxima Con. Foi quando eu pedi pra ela repetir a sentença para o vídeo.
Joseph LoDuca
O conheci no sábado quando foi até o hotel para uma reunião com Adam. Fora a apresentação na Con, Joseph também foi o guitarrista no concerto da LL, e estava correndo com os ensaios.
No Domingo a tarde, eu, Sharon, Joseph e Adam estávamos no backstage e Joseph a todo instante falando ao celular. De repente ele vem até mim: – “Por favor, pode me dizer onde encontro um lugar mais silencioso para uma ligação importante?”… E com tamanha convicção do que estava falando eu pedi pra que ele me seguisse – rumo a algum lugar, pois não tinha a menor idéia de onde ir! Ele veio atrás de mim comentando o cheiro de mofo do almoxarifado próximo do backstage… lol… E com um pouco de intuição certa eu abri a porta de um cômodo desocupado e Joseph fez cara de satisfeitíssimo.
Não assisti muito a apresentação do LoDuca, na verdade quase nada… No Domingo quando ele foi anunciado eu estava de guarda montada numa sala dos fundos de olho na maçaneta esperando LL entrar! O pouco que assisti, comentou sobre como foi trabalhar com as vocais da Bulgária e dos awards recebidos.
A sessão de fotos também passou batido; no entanto, quando estava deixando o hotel pelos fundos para retornar aos ensaios, eu perguntei sobre uma foto juntos com meu celular… – “Ah, the guy from Brazil! Sure!”… Três tentativas até conseguir uma foto nítida e bem focada: – “Sem problemas! Vamos tentando até a foto ficar boa!”
– O brasileiro ficou contente! –
Ele soube que eu era do Brasil no papo que tivemos na mesa de autógrafos. Quando pedi por uma dedicatória dizendo da onde vim, ele colocou a mão junto ao peito e disse amar o Brasil.
Eu estava cuidadoso com o espaço e bateria do meu celular, afinal foram três dias bancando o paparazzo, e justo durante o depoimento o celular apagou… O que ele me disse depois foi que grandes inspirações para a formação de compositor e musicista vieram de músicas brasileiras, e ainda citou Gilberto Gil, Milton Nascimento… num sotaque americano. Senti nele um patriotismo maior que o meu! E já que estávamos nesse assunto, perguntei sobre uma possível BrazilCon: – “Por coincidência eu e Lucy falávamos sobre o Brasil ontem!”… Eu perguntei intencionalmente, pois a Lucy havia me dito sobre essa conversa com o Joseph, e eu não botei muita fé achando ser coisa de celebridade querendo agradar fã. Logo esclarecido:
Lucy e Joseph falavam sobre o Brasil no dia anterior!
Lucy Lawless
No sábado pela manhã, olhei para o nada e pensei: “Hoje, 3 de Maio de 2008, estarei cara-a-cara com àquela que deu vida para a Mestra que junto cresci…” Também foi neste Sábado que fui chamado ao palco E o lance com a Britt. De fato uma data para se lembrar…
Então ao cair da noite, o taxi nos esperava rumo a Islington, no Carling Academy. E lá fomos eu, Richard, Anders, Chris e Adam.
Cada quarteirão passado era um marco de que mais perto de LL eu estava.
Quando chegamos, a fila atravessava toda uma galeria e contornava a rua! E o show só começaria dentro de duas horas. Demos a volta no prédio até uma porta na rua dos fundos… A porta era guardada por um segurança com cara de poucos amigos.
Mostramos nossas credenciais e entramos.
Ao pisar dentro daquela casa de shows, ouvi o cantarolar bem ao longe de uma voz bem familiar. E seguindo o Richard começamos a subir as escadas até o quarto piso. Não preciso nem dizer que eu estava com pupilas dilatadas, pulsação acelerada e tenso! A cada andar aquela voz aumentava e eu sabia que estava prestes a ser tomado pela terceira carga de euforia!
3… 2… 1…
Doug estático! Euforia elevada ao cubo!!
Lucy viu que chegamos e acenou com as mãos, e continuou com o ensaio. O restante do pessoal foi trabalhar, eu fiquei no mesmo lugar… com cara de Maníaco do Concerto.
Rapidamente peguei meu celular e fui o primeiro a registrar LL num ensaio londrino.
Ali junto havia cinco ou dez fãs que ganharam a promoção de passar alguns minutos com LL no ensaio com direito a foto profissional. (Foi a única sessão de fotos que Lucy fez.)
O Chris já havia montado a parafernália toda de fotógrafo e analisava os melhores ângulos…
Umas das primeiras frases que ouvi de Lucy tinham um quê de Xena. Enquanto o Chris processava se deveria ou não ficar em pé na poltrona estofada para tirar as fotos, LL disse uma fala da Xena no episódio “In Sickness And In Hell”, quando escolhia um voluntário para segurar a espada, dizendo: “Não seja tímido, sua mãe não era!”
Logo chega o Richard:
– “Doug, mãos a obra! Não se preocupe que você terá seus momentos com Lucy Lawless!”
…
Minha próxima função foi checar os bilhetes dos fãs e autorizar a entrada. Eu e Anders fazíamos isso enquanto assoviávamos as músicas de “The Bitter Suite”, colocando um clima na galera!
Bom, casa cheia e contagem regressiva do Adam no microfone… “Here she comes… Miss Lucy Flawless!“
Foi uma gritaria sem fim!
Algumas pessoas uivavam como lobos!
LL é bem irreverente e com certeza todos saíram bem satisfeitos, levando em consideração aquele par de nádegas em exposição… No entanto, a aparição inicial foi comportada! A ousadia com as roupas veio quando as músicas quase se auto-classificavam XXX ou Rated-R como: I touch myself.
E lá também estava Steven Sears com sua câmera de lentes enormes tirando fotos até por onde não dava, feito um pai-coruja!
Sobre o show em si… bem, Lucy tem um vozeirão, mas já ouvi melhores… Eu gostei mesmo foi da sintonia! Várias foram as vezes que LL dividiu o microfone com Joseph. Aí você pensa em XWP, na ligação por anos…
Quando o show terminou, tivemos que voltar às pressas para o Hilton Hotel e dar cabo da festa com os outros guests.
Steven Sears rachou o taxi conosco… No trajeto, Richard explicou como é delicado lidar com estrelas coadjuvantes em uma Con e ninguém melhor que ele para falar nisso já que vive de convenções. Por exemplo, disse que LL detesta quando um fã pede pra ela fazer o grito de guerra de Xena, pois muita gente não sabe separar o personagem do artista. Disse também que em um dos Lucy Lawless in Concert, uma fã atirou uma calcinha pra cima dela. Lucy achou tão vulgar que parou o show dizendo que devia muito à Xena: a vida maravilhosa, o marido e filhos…, mas que ali diante deles era uma heterossexual chamada Lucy.
…
No Domingo pouco antes da hora marcada para LL entrar no palco, o hotel transbordava de pessoas! E como eu havia dito, lá estava eu de vigia na porta pela qual Lucy teria que passar. Então alguns minutos antes dentro do backstage, sentei ao contrário em uma cadeira e apoiei o celular no encosto como um tripé…
Ao pensar em checar o espaço e regular a claridade, ouço o clique na porta! Ela entrou conversando com Sharon e falou Oiquando passou por mim. Nem consegui lidar com o celular, mas foram as primeiras palavras trocadas e o contato visual próximo!
Fiquei ali na minha… tudo em seu tempo! Joseph e a gangue foram chegando e logo o backstage ficou pequeno. Quando pensei que fosse atrapalhar, Sharon me chama:
– “Doug! Venha até aqui… “ e falou em off comigo … “A Lucy passou o dia todo sem comer, a gente precisa arrumar algo rápido!”… virou-se para Lucy e perguntou o que gostaria de comer:
– “Um sanduíche com hambúrguer, tomate, alface e cebolas.”
(Até hoje não entendi se foi com ou sem cebolas.)
Ai Sharon pediu pra que eu voasse e pedisse o serviço do hotel na cozinha já que sou mais rápido. Tempo era crucial por lá! Então sai correndo frenético e “Doug! Espera!” – Sharon resolveu ir, dizendo que a cozinha poderia estar fechada. Dito e feito!
Saímos correndo desesperados para a rua passando os olhos por qualquer coisa que parecesse um restaurante! Lucy poderia não sentir-se bem durante as próximas horas no palco e assim Sharon me deu uma missão: “Pelo bem-estar da LL e de todos presentes, encontre um lanche, Doug… Preciso voltar e repassar marcação com ela!”
Eu parecia estar correndo em maratona por Londres! O condado de Edgware Road é predominantemente formado por indianos e assim todos os eateries que entrei eram de cardápios típicos e exóticos! Vários quarteirões sinuosos e vejo o M amarelo do Mcdonalds à frente! “Vai de Big Mac, Lucy!” Entrei batendo porta e me joguei no balcão… disse que era urgente! Acabei pedindo com cebolas mesmo, se ela não gostasse que tirasse! Paguei com meu dinheiro e na pressa nem me lembrei de guardar o recibo! ¬¬
De volta para o Hotel, atravessei aquele labirinto a mil! Empurrei a porta do backstage e falei alto: “LUCY?!” – ela virou-se para mim e esse foi o instante que ficamos frente a frente com menos de um metro de distância: -“Sinto muito, a região toda é tomada por restaurantes indianos! Será que isso mata fome?”… entreguei a embalagem nas mãos dela e em troca ganhei um olhar de gratidão. Foi aí que pude reparar em tudo: praticamente mesma altura, o olho no olho nivelado de um azul bem forte e um sorriso irresistível! Eu já com cara de Maníaco do Backstage… lol… me disse que o lanche parecia ótimo e perguntou meu nome:
– “Douglas! Pode me chamar de Doug…”
– “Muito prazer, Doug! Esse lanche veio em boa hora…” apertamos mãos e Sharon cochichou de canto: – “Obrigada, Doug! Lucy ama Mcdonalds!”
Lucy sentou-se e começou a comer depressa. Por isso talvez não me portei mais exagerado, Lucy seria anunciada dentro de minutos e Adam e Sharon feitos dois abutres.
No entanto eu fiquei ali o tempo todo, só observando! Terminou o lanche, tomou a água e esperou…
Em cima da hora, deram um tempo para que ela esticasse, alongasse e fizesse qualquer ritual antes de entrar…
Eu fingia ver mensagens no celular como um rato! Então Lucy levantou-se, deu uma boa disfarçada e achando não estar sendo observada desembrulhou uma ponta daquele bolo de banana e cravou os dedos! E foi sentar-se mastigando…
O mundo é dos espertos!
Logo ela foi anunciada e nós lá dentro demos a palavra de boa sorte1 (vide vídeos no final deste relatório).
Mais assovios e gritos estridentes! Muitos ali a estavam vendo pela primeira vez! O pessoal simplesmente desmonta!
Ela pediu para levantar as mãos quem esteve no Concerto noite passada… a maioria. – “Eu estava destruída hoje de manhã!”
A interação foi diferenciada: uma fila foi formada e cada um com o golden ticket teve direito a perguntas. Falou e respondeu bastante sobre projetos atuais e vida pós Xena:
< Perguntaram sobre um fato engraçado e marcante no set:
– “Hum, aquele episódio que o navio afunda e ficamos submersos…”, a platéia já a ajudou com o título: “Tsunami”, e Lucy cuspiu o nome como se tivesse lembrado… ¬¬
– “Estivemos na água pela cintura por dias! Senti pena daqueles dois do Titanic…” Ela disse que Ted Raimi (Joxer) esteve o tempo todo com eles, mas não apareceu no episódio. O fato engraçado foi que a água era repleta de repolhos estragados boiando e ela fez uma aposta com Renee e Bruce (Autolycus) dizendo que o primeiro a se queixar do cheiro teria que pagar $5.000. Disse que ela e Bruce esperavam a câmera estar em Renee e então empurravam os repolhos em volta dela2
< Outra pergunta foi sobre a primeira vez que LL e ROC se conheceram. Lucy disse:
– “Renee é bem mais nova e estávamos trabalhando no meu país, então eu havia algumas vantagens sobre ela. Quando nos conhecemos, olhei para baixo e vi aquela pessoinha…”, todo mundo riu do modo como ela olhou para uma Renee invisível. Completou dizendo que Renee era bem tímida e do modo como apareceu ao set no primeiro dia toda cuidadosa e com muito respeito… “Era uma bajuladora de primeira! (risos) Mas que não demorou pra mostrar as garras.”
…
Foi uma apresentação longa, e agentes da TV de uma emissora britânica estavam cobrindo o dia da Lucy. Perdi um pedaço do bate-papo pois voltei ao backstage… Primeiro eu me orgulhei ao ver o bolo de banana com uma cratera deixada por mim, e bem ao lado a da Lucy!! E depois fui à lua cheirando o cachecol que ela deixara em cima da cadeira!
(…)
No final, a recebemos no backstage e respirou um pouco. Fato interessante foi que estavam selecionando clips de cenas da Xena para o telão, e fiquei ombro a ombro com Lucy vendo trechos da série pelo laptop. Percebia que ela levantava a sobrancelha com um sorriso de lado numa cena “quente”.
Não houve sessão fotos com LL, o schedule era apertado devido ao concerto. Contudo, houve a mesa de autógrafos3 onde me posicionaram como guarda-costas4 da Lucy, como eu havia previsto! Era um absurdo o tanto de flashes para cima daquela mulher! Eu guardava Lucy pela esquerda, Sharon pela direita. No final, foi minha vez do autógrafo. Eba!
E por fim, despediu-se com o pedido de contar com a presença de todos para a última parte do show, mais a noite.
Voltamos ao Carling Academy para os ensaios. Dessa vez dividimos o recinto com a equipe da emissora de Londres para uma coletiva com Lucy. O local do ensaio estava praticamente vazio e eu estava aguardando ser chamado para lidar com os bilhetes, então fiquei numa mesa vendo a produção britânica montar câmeras e ajustar os fios. E para minha surpresa, a Lucy desce do palco e vem para a entrevista, ali do meu lado. 5
A segunda noite de concerto foi, na realidade, idêntica à primeira. As mesmas músicas foram cantadas, mas com pessoas diferentes. E que maravilha estar sentado tomando uma cerveja Carling com o pessoal e o show ao vivo da Lucy rolando!
Os minutos finais de Lucy aconteceram com mais uma dose de pulmões à solta! Foi andando de costas e mandando beijos até sumir por entre a cortina.
Já de lado de fora, um beco estava tomado de fãs esperando LL sair na limo. E a imagem final foi o carro desaparecendo de vista na cidade…
…
Voltamos para o hotel e foi onde tudo terminou. Richard me ofereceu mais uma estadia no hotel, mas dentro de poucos dias eu estaria de volta ao Brasil e gostaria de curtir minha segunda família na rep. onde eu morava.
Fui atrás de Britt e nos despedimos com um beijo-canto – e até ganhei o cartão de contato…
“Me ache na próxima…”
Não pude me despedir de Sharon já que ela pretendia deixar a Inglaterra com Lucy, Joseph e Steven após o concerto. Adrienne e Paris já haviam decolado no Domingo ao entardecer;
Richard e Adam me disseram terem ficados satisfeitos e gratos com meu trabalho e que nada na vida acontece à mercê do acaso. Adam pediu pra que eu mandasse meus vídeos em CD, pois gostaria de apresentar para Lucy num dos encontros na América.
Mantemos contato regularmente e está subentendida minha volta para a próxima Con do ano que vem!!
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A experiência foi espetacular! Até quem subestima o seriado passou a dar mais valor baseado na minha história. Meu pai foi um deles;
Nunca consegui administrar ao certo minha ligação com a série… Sei que vem de muitos fatores cujas conseqüências têm refletido na minha vida. No mais, sempre ouvi que minhas habilidades não me renderiam grandes coisas. Quando recebi uma ligação de meus pais naquele 3 de Maio eu mal pude explicar ali na minha competência de Protetor das Estrelas… E que choque ao saberem que graças às minhas habilidades eu estava diante de uma realização quase impensável!
E mais uma vez eu repito:
– “Se pode ser pensado, pode ser realizado…”
Obrigadão pelo carinho de todos, de todos mesmo!!