Uma Visão Sobre Os Grandes
Por Juliana
Eu senti a necessidade de escrever aqui talvez apenas para desabafar, ou para compartilhar com vocês a minha experiência nada agradável.
A professora de gramática, literatura e redação da minha escola pediu para que todos trouxessem a letra de uma música e interpretassem seu conteúdo para apresentar. Podíamos apresentar um vídeo, slide ou como quiséssemos. Todos fizeram vídeos e apresentações de músicas muito populares e conhecidas pela maioria, porém eu optei por algo diferente.
Eu havia acabado de assistir “The Bitter Suite” e me senti inspirada, me fascinei pelo mundo de Ilusia, pela sua mensagem de perdão, por aquelas músicas que passaram uma mensagem tão significativa. O meu trabalho foi sobre isso; sei que as pessoas carregam um conceito ruim da série, mas eu só saberia a reação delas se apresentasse o trabalho e eu estava disposta a fazer isso.
Quando as pessoas souberam que meu trabalho era sobre Xena, riram e quando coloquei o vídeo a partir da música “Hate is the star” eles soltaram piadas riram e nem se quer prestaram atenção na música. Eu ouvi comentários do tipo “Como alguém perde tempo fazendo um trabalho sobre Xena?” e uma garota me falando “eu prefiro Buffy!”. E o pior disso tudo foi ver que a professora nem prestou atenção, levantou a cabeça, deu uma olhada e disse:
-“Tinha que ser Juliana! Ou isso é engraçado ou é irônico”.
Eu simplesmente não disse nada, de pensar que um dia cheguei a achar ela legal e a sentir um pingo de admiração. Aquilo pra mim foi a gota d’água, ela simplesmente perdeu meu respeito por ela como professora.
Eu retirei o trabalho do telão super frustrada, eu realmente tinha colocado minha paixão naquele trabalho, mas as pessoas infelizmente não souberam aproveitar isso.
Isso me lembrou um trecho do livro “O Pequeno Príncipe”, trabalhado na escola por essa mesma professora até, que diz assim:
“…Quando encontrava uma que me parecia um pouco esclarecida, fazia a experiência do meu desenho número 1, que sempre conservei comigo. Eu queria saber se ela era na verdade uma pessoa inteligente. Mas a resposta era sempre a mesma: “É um chapéu”, então eu não falava nem de jibóias nem de florestas virgens, nem de estrelas. Colocava-me no seu nível. Falava de bridge, de golfe, de política e de gravatas. E a pessoa grande ficava encantada de conhecer um homem tão versátil”.
As pessoas nem sempre são inteligentes como parecem, não foram para aceitar algo diferente e compreender a mensagem que eu estava disposta a passar apresentando “The Bitter Suite”; agora para ser vista como uma pessoa inteligente devo me colocar a altura deles, falar sobre esportes, atualidade, países, moda, pois são alienados demais para enxergar além disso.
A princípio eu pensei: “Mas porque é que eu fui burra a ponto de achar que eles entenderiam a mensagem que eu gostaria de passar?”.
Naquele momento me senti sozinha, mas me lembrei de vocês, por isso resolvi escrever isso, acho que vocês são os únicos que podem entender, e hoje eu pude comprovar que vocês são muito especiais, e apesar de eu ter me sentido um pouco triste e frustrada, depois, pensando melhor, me senti honrada, eu percebi que também sou especial.
Xena é uma série que pode parecer tola, mas sabemos o quanto é única e especial, conseguimos ver além do que é visível aos olhos, conseguimos sentir, viver cada momento e apesar de tudo eu estou feliz por ter percebido a dimensão da importância que temos para o mundo; não existe no mundo pessoas assim, tão especiais como nós.
Enquanto houver pessoas como nós no mundo, Xena e toda sua mensagem de redenção, perdão, amor e amizade nunca morrerá!
Quando vocês se sentirem sozinhos, ou magoados, ou frustrados com a falta de respeito que as outras pessoas têm a nós em relação à série, pensem nisso e acreditem: isso só acontece porque nós somos diferentes da maioria, somos especiais!