[Poesia]Uma e Outra
Girrezi Duarte Ribas
TIRANDO O PÓ:
Revirando meus escritos antigos, caderninhos e agendas da época de colégio, encontro seguidamente algumas coisas que me fazer gargalhar ao perceber como somos bobinhos e nos preocupamos com bobagens durante a infância e o início da adolescência. Tudo é motivo de “procurar a quinta pata do gato”. Porém, em uma das minhas madrugadas entediantes de insônia própria das férias, encontrei algo que me deixou contente ao ver que algumas das minhas idéias e filosofias de antes fazem sentido, pois penso da mesma forma até hoje. Inspirada pela revolta que sempre me causaram (e causam) comentários homofóbicos de qualquer espécie, escrevi, há alguns anos, essa crítica metafórica a todos aqueles que crêem que as pessoas devem se comportar da mesma maneira, muitas vezes antiquada e imposta pela sociedade.
Hoje, com um olhar mais amadurecido, aplico esse meu momento “eu lírico” também ao universo xenite, como uma homenagem à uma relação que transcende carne, sexo ou tempo. Xena e Gabrielle são muito mais do que simples corpos sarados perdidos em alguma época morta. São lição de moral, de ética e de vida.
UMA E OUTRA
Tão lindas, são as estrelas
vivendo juntas, enamoradas,
profundeza que se perde
quando se vêem separadas.
Tão lindas, coroa e pedras!
Pólo de soberania,
enquanto a virtude cresce
sublime sonho irradia.
Tão lindas, noite e lua!
Das quais depende o destino.
Sem uma há desequilíbrio,
sem outra, há desatino.
Lindas são até as letras,
distantes, não têm sentido;
unidas, são melodia
a tudo que se há vivido.
Lindas também as palavras,
que se vestem de vagão:
uma ante outra, libertas,
fazem do medo canção.
Tão lindas, morte e vida…
…e um ciclo regenera!
Se amam tanto essas fases
que uma pela outra espera.
Tão lindas são as lembranças
que jamais nos chegam sós.
Lembrando de quem viemos,
agride a ti sobre nós?
De nós, o mesmo sorriso,
de nós o mesmo defeito
de nós a mesma virtude,
mas não o mesmo direito?
Mas se o verso desaponta…
…Ai! Terrível ignorância!