Destiny
Por Thalita
Voltei galera. E o episódio escolhido é Destiny. Destiny fica entre os melhores, é o 12º da 2ª temporada. Um episódio muito bem feito, a história é boa, um grande enredo, sem contar com as paisagens, as musica e o revelador passado de Xena. Vamos começar.
Gabrielle e Xena estão de volta a Cirra, onde Xena fez um massacre da última vez que esteve ali. Gabrielle acha bonito, enquanto Xena acha o pior lugar do mundo. Xena passa por um momento de reconstrução de si mesma, quer entender o motivo de ter agido de forma monstruosa, o porquê daquele sentimento todo e o que pode fazer agora para que suas atitudes feitas no passado sejam reparadas no presente; se mesmo com sua mudança de comportamento de sentimentos realmente amenizam toda aquela destruição causada por ela. Gabrielle, como sempre, afirma que Xena já fez sua parte, que merece o perdão, mas Xena ainda não sabe se deve se perdoar, acredita que essa dor por ter feito tanta desgraça deve ser levada consigo pra sempre.
Xena, ao descer na aldeia onde agora está totalmente destruída e desabitada, lembra-se dos fogos, dos gritos e de uma menina chorando e perguntando o porquê? (Que seria, talvez, sua mente ainda inquieta e pesada torturando o seu ser). Tanto é que Xena não aguenta as lembranças e logo sobe de volta para encontrar com Gabrielle.
E, surpresa! Gabrielle não estava lá. Xena sai à procura e a encontra junto com outras mulheres e crianças que foram amarradas por uma tribo de homens de caras amarelas. Nossa guerreira fez a coisa que mais sabe fazer, bater em todo mundo, enquanto Gabi tirava as mulheres daquele lugar. Mas, uma infeliz muito curiosa fica pra ver a luta entre Xena e os homens, menina maldita. Xena, para proteger a garota, entra na frente de um tronco de árvore daqueles que pesa toneladas, o tronco bate com tudo nas costas da guerreira e arremessa-a com toda força, ela bate com tudo em uma árvore. O baque foi tão feio que Xena cai com tudo no chão, quase sem vida. O cara amarela ainda persistia em matar Xena, mas Gabrielle já havia chegado, entretanto, antes de levar o solavanco do cajado de Gabrielle o FDP ainda consegue enfiar a adaga na perna da barda. Esse seria um daqueles dias não muito fáceis, Xena quase morta, Gabrielle machucada e, ainda por cima, o único jeito de salvar a grande guerreira era andar quilômetros e quilômetros para um lugar que Xena, antes de desmaiar, dizia ser sua salvação. Imaginem, meus amigos: Gabrielle sozinha por aí, machucada e ainda por cima tendo de caminhar, já que Argo leva o corpo de sua dona. Não é nada fácil.
Enquanto isso… Voltamos há dez anos atrás pra entender melhor o passado de Xena, o porquê de suas atrocidades. Ao analisarmos a cena em que Xena está no povoado ameaçando aqueles que ficarem contra ela e sua terra natal, Amphípolis. Apesar de pôr fogo e saquear todos os mantimentos da aldeia, me parece que não matava os homens, pelo menos diretamente. Apenas ameaça e deixa-os praticamente sem recursos para se manter e sobreviver, que seria um assassinato indireto. Continuando…
Um dos homens de seu exército raptou César. Claro, ainda não era o imperador, mas logo se tornaria com a ajuda de nossa guerreira que sempre foi esperta, só que dessa vez se deixou levar. Xena acha que pode conseguir uns bons dinares com o resgate do romano. Muito curiosa e intrigada, a guerreira quer saber o porquê de toda a valentia e a falta de medo de César, já que estava prestes a morrer, por um dos piratas do seu exército. E esse comportamento confiante do romano atraiu Xena.
Ao voltarmos no presente, vemos a jovem barda meio sem rumo, tentando acordar Xena pra que ela pelo menos diga se o caminho está certo. Coitada da nossa Gabi, andando pela madrugada afora, sozinha. Cadê o cretino do Ares nessas horas? Bom, isso é outra conversa. Continuamos ao passado de Xena. Estamos junto com Xena em seu navio e de repente um clandestino, ou melhor, clandestina, aparece do nada. A moça sai lutando com todo mundo e aplica um golpe esquisitíssimo na perna da guerreira, a deixando imóvel. Mesmo assim Xena consegue pega-lá, e mostrando sua esperteza poupa a vida da mulher se ela lhe ensinar o golpe que paralisou sua perna. A mulher, como também não é boba, aceita o pedido.
Antes de Xena aprender os pontos de pressão, tem um diálogo interessante com César.
César afirma com toda a certeza que irá conquistar as três províncias do oeste de Gália. Xena fica cada vez mais intrigada com a confiança de César em governar o mundo.
X– Realmente acredita nisso?
C– É claro. Cada evento de nossas vidas é parte de um grande plano. Não existem acidentes. Apenas destino.
X- E quem molda esse destino, os deuses?
C– Talvez. Talvez seja o sangue de nossas veias. Nossas almas, nossos desejos. Nossa vontade. Estão todos presentes, juntos tecendo o que chamamos destino.
Bom, eu como sou metida a filósofa, não poderia deixar a questão passar em branco Vamos lá… Só um momento de reflexão. Esse assunto, ou melhor, essa questão, vem sendo analisada desde que o mundo é mundo, desde a Grécia Antiga mesmo, e ainda se perdura até nos dias de hoje com várias explicações. Alguma vez em nossas vidas nos perguntamos, será mesmo que existe um destino, script, roteiro feito antes da própria vida?
Tudo é pra acontecer, não existindo acidentes como César falou. Tudo tem seu propósito, não havendo nenhum acaso.
Existe algo que vai, além disso, que chamamos de vida? Ou não? Isso foi inventado, é uma visão ilusionista confortadora do ser humano, a nossa vida é moldada por nós mesmos, partindo de nossas próprias, escolhas sem interferência superior. Se realmente existe ou não, nunca vamos saber, mas, caso exista, que no meu, ou melhor, no nosso destino esteja alguma Gabrielle ou Xena. Isso aqui só foi pra descontrair.
Voltemos ao episódio.
Xena está tentando aprender o golpe que a clandestina deu nela, golpe que Xena irá usar sempre. Graças a ele obteve muitas vitórias, principalmente quando estava sem a espada, ou quando queria que o vilão confessasse algo. Golpe aprendido, agora os homens que se cuidem.
Ainda estamos viajando, uma música nos acompanha, o barco balançando e a noite chega. E César irá jantar junto com Xena. Xena está linda, provocante e sedutora, seu objetivo é envolver o romano. Em um clima charmoso, César e Xena conversam sobre os motivos de Xena ter virado o que é. Xena alega que sua terra natal uma vez foi atacada por um bruto guerreiro e, por isso, luta pra que não ocorra novamente o incidente; montou um exército e junto com ele sai roubando e ameaçando outros povoados. (Isso lembra alguém, não é mesmo?)
Então é agora a vez de César falar sobre seus motivos de governar o mundo. E como Xena também busca um “poder”, algo diferente pra sua vida “tediosa”, se envolve com ele. A noite passa, o dia vem e o resgate de César é feito com os dinares na mão de Xena, que marca um novo encontro com César. Até o encontro apreciamos as belas paisagens. O pôr-do-sol, música, os golfinhos nadando na frente do barco, o belíssimo mar azul, os peixes, as baleias, os pássaros, o céu. Essa Nova Zelândia sabe ser bonita!
Então avistam o barco de César, a clandestina ainda tenta avisar Xena de que pode ser uma armadilha, mas a guerreira está encantada e logo empareda seu barco junto com o do futuro imperador. César entra no barco de Xena, eles se olhando de pertinho, um clima de sedução no ar e… Cilada. César põe a faca no pescoço de Xena e dá um aviso aos seus homens. Ei Xena, tão esperta se deixou levar pelo sentimentalismo esquecendo a razão. Agora se ferrou de vez. Xena, junto com seus homens, são crucificados, nossa guerreira tem as pernas quebradas pelas marretas dos romanos. Imaginem a dor. Mesmo com aquele mar azul maravilhoso na sua frente, a dor era descomunal.
Voltamos ao presente… Neve, frio e já é manhã. Gabrielle cai com tudo no chão de tanto cansaço, ela esta há 24 horas andando com ferimento na perna, sozinha, com um frio da desgraça, sem comer, sem dormir. Xena parece estar piorando, e mesmo assim, Gabrielle segue o curso para achar a casa do curandeiro. Agora vem a pergunta, da onde vem essa força praticamente super-humana? Não estou falando de Xena ainda estar viva, estou falando da barda que nunca passou por uma situação tão desgraçada com limites humanos. Da onde tira a força pra continuar, mesmo quando tudo parece perdido? Logo teremos a resposta.
Vamos voltar ao passado de Xena, que agora se encontra em uma situação tão desastrosa como no presente.
Xena esta lá na cruz, esperando a morte chegar. Mas, pra felicidade de toda nação Xenite, a moça do golpe chega antes da morte e tira ela de lá e a leva à casa do curandeiro.
Curandeiro esse que, no presente, recebe Gabrielle, que está desesperada. O homem vê que se trata de Xena e logo a coloca pra dentro de sua casa. Xena consegue ver o curandeiro e fala seu nome – Nickllio.
Enquanto há anos atrás…
Nicklio põe os ossos da perna de Xena no lugar. Xena descobre que o nome da moça é M´Lila, e pergunta o motivo dela tê-la salvado. Não era hora de Xena morrer. Mas, quando seria? Não! Com Gabrielle não. O curandeiro diz que não poderá salvar Xena, depois de tanto esforço, depois de tanto sacrifício, ele não ia conseguir?
Passado…
Os homens de César invadem a casa do homem para pegar Xena, mas Xena luta mesmo sentada, M´Lila luta também e até chega a morrer, entrando na frente de Xena, e leva uma flechada. A guerreira então sentiu raiva, ódio, e mata os romanos de forma violenta. Deixa os sentimentos de vingança encherem seu coração. Dali nascia a nova Xena.
Enquanto no presente… Gabrielle está completamente desesperada, vendo sua companheira morrer aos seus olhos e ela não pode fazer nada.
O interessante é que nessa volta ao passado e ida ao presente podemos fazer algumas observações. Enquanto Xena estava quase pra morrer no presente, que seria desde a batida na árvore até a casa do curandeiro, ela desencadeou todo seu passado, passado que parecia bem vivo dentro dela, já que não conseguia se libertar das lembranças assassinas. Enquanto ela estava lá quase morta, estava revivendo o começo de sua malvadeza, talvez, tentando o buscar o porquê de tudo e de como poder viver com isso, ou pelo menos amenizar. Era isso que buscava bem no começo do episódio, quando desceu até a aldeia destruída, e mesmo assim não obteve resposta, quem sabe agora?
Xena acaba morrendo e vai ao encontro com M´lila no plano superior. Xena tem um destino de não ser mais do mal e sim do bem. Mas, voltamos à pergunta, como conviver com o passado? Como deixar de ser mal, e pior, lutar contra ele.
Ouça os vivos! Disse M´Lila. E lá vem a maior declaração de amor do mundo.
G– Xena…Sei que pode me ouvir. Onde quer que esteja. Sei que sempre me disse pra ser forte. Mas, eu não consigo… Não agora. Não pode me deixar. Sei que ainda não é a sua hora. Posso sentir em meu coração. Sinto este vazio que nunca senti antes, e isso me assusta. Xena, acima de tudo apenas lembre-se do seu destino. Lembre-se, lute. Apenas lute pra voltar. Este mundo precisa de você. Eu preciso de você.
X- Tenho que voltar.
Bom, esse final é um tanto esclarecedor. Xena jamais conseguiria ser boa sem Gabrielle. A resposta de como aguentar as lembranças do passado, como se tornar uma pessoa boa. O amor da barda. Xena aprendeu a amar, trocou a vingança, o ódio, o rancor, a raiva, pelo amor, compreensão, respeito, solidariedade, justiça e bondade. Ela só conseguiu toda essa mudança por causa do amor de Gabrielle. Enquanto Xena é a força de Gabrielle, Gabrielle é o motivo de Xena. Irei salientar isso melhor na próxima edição.
Bom, isso é tudo pessoal. Obrigada pela atenção e pela paciência. Na seqüência tem…? Isso mesmo! The Quest. Até a próxima.
