7 - 10 minutes readGdE: Xena 01X03
Índice
Episódio: Dreamworker
Nome do Episódio em Português:
. Desafio Mortal 🇧🇷
Ep: 03 da Temporada 01.
S01E03
Produção nº: 76905
Roteiro nº: 303
Início das gravações em: 01 de Julho de 1995
Roteiro Pink: 07 de Julho de 1995
Roteiro Blue: 12 de Julho de 1995
Datas aproximadas de gravação: Julho 1995
Post atualizado em 25 de outubro de 2023.
18 de Setembro de 1995.
no SBT em 1996.
Convidados Especiais
Elenco Base
- Nathaniel Lees (Manus)
- Desmond Kelly (Elkton)
- Sydney Jackson (Contador de Histórias)
- Colin Francis (Ferreiro)
- John Palmer (Baruch)
- Bruce Hopkins (Termin)
- Matthew Jeffs (Gothos)
- Michael Daly (Mesmer)
- Peter Phillips (1º Guerreiro de Xena)
- Grant Boucher (2º Guerreiro de Xena)
- Lawrence Wharerau (Guerreiro Místico)
- Patrick Smith (Dolas)
- Polly Baigent (Dublê: Xena)
Créditos:
- Escrito por: Steven L. Sears
- Editado por: Jim Prior
- Dirigido por: Bruce Seth Green
Sinopse
Gabrielle foi sequestrada por seguidores do Culto de Morpheus que querem que ela perca sua inocência derramando sangue inocente para que possam sacrificá-la. Xena, na tentativa de impedir que isso aconteça, toma o Caminho da Passagem dos Sonhos, onde ela precisa confrontar seu próprio passado para mudar o futuro. Enquanto Xena está tentando lidar consigo mesma na terapia, Gabrielle está passando por três testes nos quais ela tenta se desvencilhar e vencer os desafios por meio da astúcia (e não do derramamento de sangue).
Comentários
Estes comentário foram traduzidos do texto do Whoosh, se quiser saber mais, clique no link
Tradução por: Amanda P.
O episódio “Dreamworker” introduz um tema que atravessa a série, que é o tema do Sangue inocente da Gabrielle (yang). Neste episódio, essa característica acaba sendo imposta por Xena à Gabrielle, fato é que Gabrielle nesse momento estava no ápice da sua devoção por Xena. Ela queria ser como Xena ou ser Xena. Ela até diz isso à sua irmã no primeiro episódio “Sins of the past”. No entanto, Xena estava lidando com suas próprias questões de redenção e não queria nada disso para Gabrielle. Não queria que ela tivesse esse tipo de vida e não permitiria que isso acontecesse. Até chegarmos no episódio Is There a Doctor in The House (S01x24), Gabrielle já havia decidido isso por si mesma. Essa decisão foi testada em “Return of Callisto” (S02x05) quando Gabrielle precisa lidar diretamente com questões de vingança após Callisto ter matado o marido de Gabrielle, Perdicas (comentário da tradutora: com quem ela casa apressadamente levada por sentimentos de culpa e pena). Gabrielle decide não matar. Ela sabia como matar, e sabia como fazer isso de maneira bastante eficiente, mas ela conscientemente decide não fazer isso, mesmo quando em perigo. Essa característica acabou ficando conhecida como “o Código de Gabrielle”. Essa temática acaba sendo sacrificada em favor da questão Dahak/Hope. […]
Este episódio também marca o começo sutil do relacionamento de Xena e Gabrielle.
[…]
Dreamworker também foi o primeiro episódio em que Xena diz o nome de Gabrielle, a primeira vez em que ela entrou em pânico porque Gabriella foi sequestrada, e fez mais para definir o caráter de Gabrielle do que qualquer outro episódio antes ou depois. (Comentário da tradutora: Este episódio é importante pois estabelece a profundidade e a complexidade da relação entre Xena e Gabrielle, assim como a evolução contínua de Gabrielle como um personagem autônomo e moralmente íntegro. A preocupação de Xena e a subsequente busca por Gabrielle demonstram a importância do vínculo entre elas, enquanto a interação de Gabrielle com o mundo dos sonhos e suas decisões morais demonstram sua própria força de caráter e convicções. Isso é uma representação inicial do que viria a ser uma jornada de crescimento e descoberta para Gabrielle, ao lado de Xena, ao longo da série. Isso também estabelece uma base para o desenvolvimento futuro do “Código de Gabrielle”. A preocupação de Xena por Gabrielle, combinada com as escolhas morais e éticas feitas por Gabrielle, criam um episódio significativo que ajuda a definir e aprofundar a dinâmica entre os dois personagens principais, algo que continua a evoluir ao longo da série.)
Fofocas
21 de Fevereiro de 1998. Durante um bate-papo no RealHollywood em 15 de Dezembro de 1998, R.J. Stewart, o produtor executivo de XWP, compartilhou uma anedota interessante. Stewart mencionou, “Talvez seja pelo fato de eu ser o produtor, mas quando algo dá errado, nunca acho graça! Mas vou compartilhar uma situação engraçada que ocorreu… nos primórdios, quando começamos a trabalhar na série, Steve Sears [escritor de DREAMWORKER]… que agora é co-produtor executivo, estava apresentando com entusiasmo uma cena de ação para nós. E ele exclamou ‘e então Xena executa um salto mortal para trás!’ e para nossa surpresa, ele realmente executou um salto mortal para trás bem ali na sala!… Ficamos atônitos, pois essa não é a postura que você esperaria de um escritor… foi um momento incrivelmente surpreendente. Felizmente, os escritores não precisam de fato representar as ações que criam!… Ou todos nós estaríamos em apuros.”
Análise de Episódio
“Dreamworker” – um episódio que nos conduz pelo labirinto do subconsciente e dilemas morais de Xena, trazendo à tona uma série de desafios psicológicos e espirituais que testam a resiliência e ética de nossa heroína. Além de explorar a complexidade de Xena, o episódio desvela a relação entre Xena e Gabrielle, um elo central na trama da série.
A cinematografia em “Dreamworker” se destaca, utilizando transições suaves e imagens oníricas para transportar os espectadores entre o mundo real e o reino dos sonhos. A paleta de cores é escolhida para ser vibrante, utilizar tons arroxeados e azuis e os enquadramentos bem articulados criam uma atmosfera etérea e surreal, refletindo a turbulência interna e a jornada de auto-descoberta de Xena (se na Grécia Antiga existisse psicólogo, acredito que teria sido mais barato…). A edição consegue manter a narrativa em movimento através dos desafios físicos e psicológicos apresentados.
No que diz respeito à narrativa, este episódio ressoa com temas de auto-descobrimento e redenção, que são cruciais para a série. O modo como Xena enfrenta seus demônios passados e se esforça para proteger Gabrielle de um caminho semelhante é emocionante (e psicológicamente revelador). O episódio também explora de forma intrigante o conceito de inocência, tanto literal quanto metaforicamente, através da jornada de Gabrielle.
A estrutura narrativa em “Dreamworker” ecoa elementos típicos de filmes épicos, conforme delineado por Routledge e Gary Allen Smith, especialmente na exploração de temas grandiosos de moralidade, destino e redenção¹². As batalhas internas de Xena refletem os dilemas comuns a heróis épicos, tornando esta análise mais que uma exploração do episódio, mas uma reflexão sobre a condição humana.
“Dreamworker” também apresenta uma coreografia de luta cuidadosamente orquestrada. A música, com suas melodias evocativas, realça a atmosfera mística e a tensão emocional ao longo do episódio.
Para os leitores da Revista Xenite, explorar “Dreamworker” é uma oportunidade de aprofundar-se na alma complexa de Xena e entender o que torna Xena: A Princesa Guerreira uma série que conseguia cativar uma gama tão grande de público para seu período. Este episódio não só oferece um vislumbre do passado sombrio de Xena, mas também ilumina o caminho para sua jornada contínua de redenção e auto-descoberta.
Referências
¹ Routledge (1985). “The Epic Film.” ² Gary Allen Smith (2006). “Epic Films: Casts, Credits and Commentary on More Than 350 Historical Spectacle Movies, 2d ed.”
Pontos altos do episódio
- Os cortes entre sonho e realidade são muito bons e fazem o episódio ter ritmo.
- Gabrielle vencendo os desafios colocando 500xp em Sagacidade é realmente intrigante e mantém a criatividade da barda como um de seus pontos de destaque e que vai aprofundando no decorrer da série.
Diferenças de Roteiro
Diferenças no Roteiro de Gravação
Preparado por SheWho da Whoosh.
No episódio, durante a cena em que Xena flagra Gab brincando com sua espada, descobrimos que ambas estão a caminho de uma vila nomeada Antidoticus, e Xena tem o interesse em descobrir como cruzar as Montanhas Místicas. Elas têm um encontro marcado com as Três Graea, conhecidas adivinhas.
A conversa sobre as regras de sobrevivência entre Xena e Gab se desdobra na cena seguinte, com Xena montada em Argo e Gab caminhando ao lado. Em meio à conversa, Xena oferece a Gab uma carona, mas Gab recusa, dizendo que aceitará “quando fizerem essas coisas mais próximas do chão.”
Antes de Gab pegar a espada durante o primeiro ataque, Xena grita para ela correr. Ao final da luta, Xena limpa o sangue da espada, passando uma mensagem direta a Gab.
Na vila, antes de se separarem, Xena menciona a Gab que não há jovens garotas por perto. Gab supõe que, se for algo como sua cidade natal, todas devem estar em uma festa de tricô.
Há uma mudança de linha interessante: quando o lojista pergunta a Xena, “Essa é sua amiga?”, Xena responde, “Até onde eu sei. Por que a pergunta?”
Na loja de armas, Gab conta sobre a “grande batalha” onde perdeu suas armas, dizendo: “Deve ter havido dez ou vinte deles. Sabe como é, você perde a conta quando está derrubando eles para todos os lados.”
Ao advertir Manus de que ele está em “*grande* apuro”, ele pergunta a ela se conhece Zeus, pois seria o único capaz de ajudá-la agora. Ela responde, “Zeus? Bem… já conversamos.”
Detalhando seus defeitos, Gab menciona que fica “nervosa quando está quente e doente quando está frio.”
Ao se aproximar pela primeira vez de Elkton, o místico cego, ele arremessa uma faca em sua direção, que Xena consegue pegar em pleno voo.
Elkton esclarece que os outros deuses dos sonhos não são malignos, mas “Morpheus tem um lado que não se contenta com o simples louvor das pessoas comuns”, e Manus “alimenta esse lado com maldade.”
Antes de se lembrar do conselho de Xena sobre fazer seus adversários lutarem entre si no primeiro desafio, Gab resmunga, “É por isso que eu deveria ter aprendido o que eu *queria* aprender sobre espadas.”
Os mundos dos sonhos de Xena e Gab se fundem em um belo campo, com Gab sentada ao lado de um pequeno lago, jogando pétalas de flores na água.
No fim, Xena inicia sua conversa à beira do lago com, “Não sou muito boa com sabedoria.” Gab responde, “Isso é óbvio. Continue.” Então Xena lança a pedra na água…
O roteiro traz algumas instruções divertidas:
Uma cena pede por “um grande (mas com consciência de orçamento) grupo de homens de aparência desagradável”, e o líder é descrito como “um rosto cicatrizado desagradável que, sob uma boa luz, seria feio.”
Xena coloca a adaga de peito de Gab “entre seus seios (bem, *é onde deveria ir*).”
Na cena ‘onde-ela-está’ com o lojista, é dito que Xena “está irritada”. E o texto acrescenta: Sim, é assim que eu a teria descrito.