Ela está na borda do desconhecido, do inexplicável e do impossível! É a GP investigando uma agente do FBI e seus casos improváveis!
Por Alessandro Chmiel
Dedicado a Mary Anne (que nem deve gostar de FRINGE, mas gosta da seção que eu sei!), por ser tão prestativa para comigo e com todos do fandom. Por ser parceira de Legend of the Seeker, por aturar minhas crises e atrasos frequentes, por ser uma grande amiga mesmo virtualmente, por ser uma diva da minha realidade e por ser a melhor Xenite que eu conheço. Guria, teu lugar é garantido no meu coração!
Obs.: Possíveis – mas leves – spoilers da série FRINGE.
Sejam mais que bem-vindos a um artigo novinho em página de internet da GIRL POWER! Para quem perdeu a última GP, corra lá na edição de novembro e confira as inusitadas “aventuras” da heroína nipônica Patrine. Risadas garantidas!
Preparados para mais uma mulher de ferro? É pra já!
Uma nova série a ter início. O episódio piloto prometia. O seriadoFRINGE, mais uma criação do aclamado J. J. Abrams (Felicity, LOST,ALIAS), causou furor antes mesmo de começar. Anunciando uma mistura de Arquivo X e LOST que apetecia os fãs de mistério e viajeira totalsurrealismo, a série destacava-se entre as estreias de 2008 nos Estados Unidos. Fui um dos muitos a baixar o episódio assim que ele saiu on-line, considerando que milhares de viciados em seriados pessoas já haviam assistido a uma versão que escapou antes da exibição oficial na FOX. A expectativa era grande, por se tratar de mais uma série sem-noção de suspense colocando uma mulher na liderança. Que saudades de Sydney Bristow (GP n.09 <http://revistaxenite.vndv.com/girlpower9.html>), a criação antecessora de J. J. em ALIAS! Minha ansiedade resumia-se a uma reinvenção de Sydney, uma outra perspectiva do que é ser uma heroína na atualidade. Porém meu ânimo foi caindo ao passar dos minutos, tamanha enrolação e falta de envolvimento entre os personagens. Onde foi parar a profundidade de J. J.?
Eu insisti. Afinal, muitas foram as séries em que os episódios pilotos foramhorríveis ruins ou não tinham nada a ver com o resto dos episódios, mesmo que a função do primeirão seja viciar a galera logo de cara divulgar o que vem pela frente. Assim como o anime Naruto, foi lá pelo episódio 9 que fui compreender aquela atmosfera sombria, inundada em questionamentos sobre o que é(são) a(s) realidade(s) e o que parece ser mentira e, claro, passar a admirar os perigos que a heroína Olivia Dunham enfrentava!
Protagonizada pela pouco conhecida Anna Torv (31 anos – Mistresses), FRINGE arrebatou mais de 40 mil fãs na comunidade oficial do Orkut nas primeiras semanas, confirmando o fenômeno que viria por aí. Na trama, Olivia é uma agente do FBI com excelente reputação e casos bem resolvidos que é traída por seu parceiro de trabalho – com quem mantinha um relacionamento sigiloso –, supostamente envolvido nas inimagináveis corrupções. Convocada por seu chefe Phillip Broyles(Lance Reddick, LOST), Olivia é ordenada a reunir dois membros para seu time de investigação: o suspeito espertalhão e aproveitador criminoso Peter Bishop, interpretado por Joshua Jackson (31 – Dawson’s Creek); e o pai de Peter, o Dr. Walter Bishop, brilhantemente atuado por John Noble (61 – The Lord of the Rings II – III), um médico interno em um hospício após ter iniciado uma série de projetos misteriosos que poderiam ameaçar o mundo todo. A razão de tudo isso é a abertura de uma nova seção no FBI, a seção FRINGE, que investigaria os acontecimentos bizarros e indiscutivelmente incomuns que sobrevinham envolvendo a Ciência de Borda (uma possível tradução para Fringe), área de pesquisa onde o tal Dr. Walter Bishop atuara. Resumindo, “Olívia reuniu uma força tarefa para investigar The Pattern (“O Padrão”) – uma misteriosa sequência de fenômenos inexplicáveis que sugerem que alguém ou algo está realizando experimentos no mundo” (fonte do site oficial americano, tradução minha), ou seja: o laboratório deles é exatamente onde você vive.
Confusa de início e tencionando a ficar cada vez mais complicado, Olivia está metida na bagunça toda até a alma. A bela mulher de lindos e longos cabelos loiros se descobre em meio de uma rede de mentiras, onde a verdade pode estar até mesmo dentro de sua cabeça, em planos neurológicos ou fisicamente falando. Ao que se viu até aqui, Olivia fez parte de um projeto que treinava crianças a desenvolverem habilidades e capacidades especiais desde cedo, o que a torna alvo de alguns cientistas agora que ela já é grandinha. Pouco se viu sobre quem Olivia realmente é. Do que consigo observar, a agente Dunham é superprofissional, capaz de trabalhar por horas ou dias a fio. Inteligente e articuladora, Olivia é arguta e perspicaz, o que auxilia no seu trabalho de maneira fundamental. Fora isso, suas qualidades pessoais colaboram no decorrer da trama ao lidar com bandidos; com vítimas dos acidentes mirabolantes provocados pela então Ciência de Borda; forçar uma convivência pacífica entre pai e filho, vulgos Peter e Walter, que não se viam há anos; e ainda sobra tempo para atender de ouvinte da irmã em apuros e dar atenção para a sobrinha, uma das poucas alegrias de sua vida estritamente profissional.
Olivia sabe ser durona também! Ela é a única do time que tem permissão de portar uma arma de fogo. Além dos tiros, Olivia demonstrou, ainda que pouco, que sabe se defender no corpo a corpo. Foi uma briguinha aqui, outra ali, mas ainda aguardo para ver bem mais. O seriado tem tudo para ser ainda melhor. Atualmente, a trama gira em torno de uma possível e aparente realidade alternativa – na qual Olivia teve a oportunidade de cruzar os limites de seu próprio universo existencial, a princípio muito bacana. Fora isso, um dos fatores mais intrigantes de FRINGE são os Observadores: homens albinos e completamente carecas que parecem estar presentes em todas as cenas da série. Já virou até brincadeira ficar procurando por eles por detrás dos focos da cena principal. Tudo indica que Olivia está sendo atentamente observada, como mostrado no penúltimo capítulo lançado, 02×08 – August (19 de novembro), e mais perigos vêm por aí.
Acredito que Olivia seja séria demais, o que consigo compará-la remotamente com Xena. Se parar para refletir, a agente do FBI poderia ser uma versão de Gabrielle após os 30 anos, não pelo fato das madeixas amarelas, mas pelo conjunto todo de profissionalismo, justiça e valor humano que Olivia nunca dispensa. Retratando o seriado como um todo, FRINGE se assemelha e muito com XWP por ser um mundo onde tudo – TUDO – é possível. Oportunidades para roteiros mirabolantes e fantásticos não faltam!
Espero que a GP de novembro tenha despertado a atenção de vocês para esse seriado com grande potencial que é FRINGE. Se não, quem não conhecia agora já pode saber um pouco mais do que está rolando dentro da série e, quem sabe um dia, assisti-la. Ainda dá tempo, afinal a série conta com 20 episódios da primeira temporada e com parte da segunda temporada, ainda em exibição e divulgação. Votem e comentem, relatem seus argumentos sobre a série, sobre J. J. Abrams e sobre o artigo em si. Concordam? Gostaram? Não? A palavra é sua.
No mês que vem, ou melhor, no ano que vem (!), a GP começa presenteando a todos que pediram por Disney. Alguém tem um palpite? Não perca! Muito obrigado por esse ano acompanhando a coluna. É uma felicidade enorme poder fazer parte da RX e escrever para vocês. Como sempre digo, a RX é a prova viva de que Xena e Gabrielle VIVEM. Vivem em você, em mim, e cabe a nós perpetuá-las para o resto do mundo. Abraços e beixenites!