Crônicas

3 - 4 minutes readMais Que Um Seriado De Ação

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O  Bardo

         Qualquer desavisado poderia assistir um episódio de Xena e dizer que se trata de um seriado de ação com pouca coisa a contar. Os efeitos especiais não são tão especiais assim, as coisas que Xena faz são impossíveis, eles estragam toda a mitologia, a História…
Sinceramente, não são os efeitos especiais que me chamam atenção em XWP.  Nem os pulos que Xena dá. A mitologia pode ter sido um diferencial no início, mas se fosse só a mitologia, eu teria deixado Xena de lado depois de “Prometheus”… A História, a mesma coisa: no início chamou a atenção de uma pessoa louca pela Grécia Antiga, mas aquelas roupas eram tão medievais que se eu assistisse Xena – Warrior Princess por causa do fator História eu teria desistido logo no início.
Então, o que é Xena? Um seriado de ação que encontrei no meio da programação do acaso da Rede Record?
Pelos deuses, é claro que é mais que isso.

Como descrever o que é XWP? Eu começaria dizendo que é um seriado com um roteiro agradável. Talvez existam seriados com roteiros fantásticos, mas eu acho que nunca vou encontrar um que se compare com o roteiro de Xena. Mesmo nas horas que chega a ser ridículo. Quem não precisa rir de cenas ridículas? (In sickness and in hell é o exemplo do ridículo que funciona). Como dizem por aí: “Rir é um bom remédio”.
E se rir é um bom remédio, chorar faz bem. Lava a alma, nos faz entrar em contato com alguns sentimentos que às vezes nem sabemos que existem. (E me lembrar de como me senti ao ver One against na army ou até mesmo Sacrifice II, sem saber que a Gabrielle não havia morrido me faz pensar que sem os momentos difíceis, os bons momentos perdem o sentido).
Tem ainda aqueles episódios que prendem a atenção, como as duas partes de Adventures in the Sin Trade. Querer entender tudo de uma vez, saber o que acontece em seguida… (“O que Alti tem a ver com o passado de Xena?”, “Será que ela vai encontrar a Gabrielle agora?”, e ficando de olhos grudados na tv enquanto Xena e Alti travam aquela batalha espiritual… ZEUS!).
E o que dizer dos episódios-releitura? A Solstice carol e If the shoe fits… são episódios clássicos! Como não se render ao charme de um conto de Natal/ Solstício como aquele? E as diversas versões para o conto da Gata Borralheira? São episódios com graça, com beleza. Com leveza.
Não posso me esquecer da galeria de personagens secundários inesquecíveis que XWP me ensinou a amar: Joxer, Callisto, Afrodite, Amarice, Eli, Lila, Ares, Solan, Autólycus, Argo, Salmoneus, Ephiny, Meg, Diana, Leah, Minyah, e tantos outros! E os vilões que eu amo odiar? Esperança, Alti, Velasca, Najara… O que seria da minha vida de xenite sem esses personagens e outros mais que eu poderia citar?
Finalmente, chego em Xena e Gabrielle. Tudo o que já foi dito sobre elas, juntas ou individualmente, seja na versão shipper, seja na versão subber… Reparar erros, fazer o possível para ajudar a quem precisa, ter coragem para buscar aquilo que se quer da vida. Amar as pessoas, perdoar os erros daqueles que amamos. Quantas lições a Princesa Guerreira de Amphipolis e a Barda de Potédia já me ensinaram? Inúmeras. E ainda existem outras que aprenderei quando finalmente ver os episódios que me faltam. Sem contar a lição da paciência, que sou obrigada a tomar enquanto não consigo ver o que me falta.
Não sei se isso realmente é tudo o que Xena – Warrior Princess é. Mas, uma coisa eu garanto: Xena é muito mais que um seriado de ação.

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