Bitch Power

4 - 6 minutes readMedo. Muito medo. Você adotaria Esther?

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A maldade por trás dos olhos de uma… criança?

Por Alessandro Chmiel

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BITCH POWER – n. 12

0000Dedicado a Julia Arduim Soardi, minha Ju, a mais nova Xenite da qual tenho orgulho de ter convertido. Minha amiga da Letras, do Ivo e de todas as horas. Tu não é órfã, mas te adotei como irmã para o resto da vida. Bem-vinda à família Xenite.

Obs.: Os spoilers do filme A Órfã estão ocultos nas linhas em amarelo, para quem já viu o filme e quer uma informação e observação a mais. O artigo, contudo, também se dirige àqueles que ainda não assistiram. Divirtam-se!

2010 bombando a todo vapor e a BITCH POWER não poderia de maneira alguma ficar para trás. Época de Ano Novo é tempo de reflexões para todos, tempo de acreditar, tempo de ter esperança (que palavra medonha para os Xenites, não?). E esperança era tudo o que a família Coleman tinha…
No filme A Órfã (Orphan [2009]; Direção de Jaume Collet-Serra, de A Casa de Cera),  Kate (Vera Farmiga [36] – Os Infiltrados) é uma esposa e mãe que teve um grande trauma recentemente ao abortar sua terceira bebê. Além disso, a mulher passou pela barra de largar o alcoolismo, o que causou certa turbulência dentro do âmbito familiar, em especial com seu marido, John(Peter Sarsgaard [38] – Plano de Voo). Entusiasmados, os dois decidem adotar uma menina já crescidinha, a fim de distribuir esse amor interrompido. É no orfanato da cidade que eles deparam-se com a encantadora Esther (pronuncia-se éster – informações sobre a atriz adiante!). Admirados com a sagacidade da menininha e suas feições de porcelana, o casal apaixona-se e leva-a para casa junto de seus dois filhos legítimos. Tudo parecia se encaixar em perfeita harmonia, até que a suposta paz da família Coleman é ameaçada. O comportamento admirável de Esther denota uma excentricidade aflita e conturbada, o que vai deixando a personagem Kate, sua mãe adotiva, cada vez mais intrigada. Afinal, o que há de errado com ela? A resposta: ela é uma bitch!

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O filme é delicioso em todo o seu terror, com uma história super bem contada e atuações tão profissionais que é difícil enxergar os atores por trás dos personagens. A filmografia é sensacional, surpreendendo os fãs do gênero em seus ângulos duvidosos e suspenses que ludibriam. A casa onde a história se passa ajuda no clima sombrio, contribuindo para a evolução do forte drama psicológico.
“Li o roteiro em duas horas e soube que queria interpretar Esther porque era uma personagem complexa. Não sei bem, mas algo me atraiu para ela. Achei que seria uma personagem desafiadora e divertida de fazer”. Essas palavras pertencem à atriz mirim Isabelle Fuhrman, uma verdadeira estrela tratando-se de seu primeiro papel como protagonista com apenas 12 anos. A figura já apareceu na série Ghost Whisperer, da nossa Girl Power Melinda Gordon (RX n. 17 <http://revistaxenite.vndv.com/girlpower17.html>), como a fantasma Gretchen Dennis no episódio 04×09 – Pieces of You, que lhe rendeu uma indicação ao Young Artist Award. Ela é um talento digno do Olimpo, e sua trajetória pelo mundo da atuação está apenas começando – deleite para nós.

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Sendo uma criança com os dois pés na maldade, Esther só pode ser comparada a uma bitchde XenaEsperança. A filha demoníaca de Gabrielle é um ótimo espelho para as loucuras ensandecidas de Esther. Das origens de Esther, sabe-se que ela veio da Rússia e escapou de um incêndio em sua antiga casa (seria um acidente?), o que talvez a distancie das origens tartáricas de Esperança. A chave do terror das duas, contudo, é a habilidade de utilizar seus traços infantis e aparentemente inocentes que trazem no rosto.

 

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            Para quem já viu o filme, algumas informações e reflexões extras a seguir (SPOILERS!): – o segredo de Esther é difícil de imaginar até mesmo para os mais habituados a esse estilo de filme, tendo crianças como vilãs. Geralmente, as explicações centram-se em filhos do demônio, espíritos corruptos ou seitas macabras. Não é o caso de Esther, uma menina… tá, vocês já viram o filme e sabem que não se trata de nenhuma criancinha. Sofrendo de uma rara deformação hormonal, Leena Klammer, seu verdadeiro nome, não tem 9 anos, mas sim 33 – total louca de hospício; seu corpo é de uma criança, e ela usa esse “atributo” infiltrando-se em famílias na esperança (olha ela de novo) de encontrar amor (?) na figura paterna. No caso de o pai não engatar na cantoria do “Me abraça e me beija / Me chama de meu amor”, ela mata toda sua família – e a ele, claro. Por essa razão, de ser uma adulta no corpo de uma criança, Esther/Leena/Dahak-vestido-de-boneca não consegue se enquadrar perfeitamente no perfil de Esperança, sendo assim uma repaginada nos filmes de terror e drama. Vocês podem conferir ainda um final alternativo para o filme. É de dar medo até no Hades: <http://www.youtube.com/watch?v=OM9IcZFeMjk>. 
O trailer do filme você pode conferir em <http://www.youtube.com/watch?v=cB5zcyckRzc>. Além disso, para quem já assistiu e quer saber como foi o por trás das câmeras, pode conferir o link <http://www.youtube.com/watch?v=LuxX53goRKw> com uma entrevista descontraída com Isabelle. Está sem legendas, mas o pessoal que manja inglês pode curtir numa boa. As piadas com o glare (o “olhar”) da menina são hilárias.

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            Espero que a dica de filme para o verão lhes apeteça. Como já disse, o filme vale por inúmeras razões, mas a principal delas é sem dúvidas a misteriosa personalidade de Esther. Vale passar na locadora. Para o mês que vem, minha dica é a sérieKyle XY – ou ao menos alguns episódios da primeira temporada, que tem um total de 10. Seria essa bitch… uma bitch? Não percam os prós e contras dessa personagem inesquecível e dessa série mágica. Tenham todos um 2010 digno de gritos de guerra de felicidade e… cuidado com os comportamentos que vão adotar por aí depois da Esther, fechado? Abraços e beixenites, aguardo ansioso seus votos e comentários. Até fevereiro!

 

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