Bitch Power

4 - 5 minutes readO passado sangrento em diários…

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BITCH POWER – n. 23

…o reflexo sombrio sai do espelho!

Por Alessandro Chmiel

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Twitter: @AleXenite

 

Obs.: Possíveis spoilers de The Vampire Diaries, mas sem estragar o deslumbre que é assistir a série!

 

Katherine Pierce. Antigamente, Katerina Petrova. Na Bulgária de 1492, Katerina era uma dessas moçoilas da alta sociedade estilo Elizabeth Bennet (GP Nº. 30) – tá ok, uns séculos antes… Katerina teve um bebê fora do casamento, e conforme os costumes da época, isso seria um escândalo se exposto publicamente. O pai dela, por sua vez, tirou o bebê da menina, dando-lhe para adoção.

            Expulsa de casa, Katerina parte para a Inglaterra e lá conhece Klaus, um homem poderoso, o qual Katerina acaba descobrindo se tratar de um vampiro excepcional. Descobrindo as intenções do draculóide – malvadas, logicamente, mas não vou expor detalhes aqui –, ela foge em meio a floresta, onde encontra abrigo em uma casa habitada por vampiros que tinham medo de Klaus, tamanho o poder dele. Ferida, Katerina bebe sangue dos vampiros da casa, pois nele encontram-se funções curativas que salvariam sua vida. Contudo, Katerina sabia a verdade sobre Klaus, e seria perseguida até a morte. Desesperada, enforca-se na casa onde permanecia escondida para então se tornar uma vampira – na história de The Vampire Diaries, morrer com sangue de vampiro no sistema sanguíneo é a chave para tornar-se uma criatura da noite. Desse modo, Katerina Petrova torna-se Katherine Pierce, agora forte o bastante para sua condição de fugitiva, já que Klaus assassinou toda a sua família.

 

 

            Parece história de Girl Power, não é mesmo? Até certo ponto, pode-se dizer que sim. Mas o poder traz tentação, e ser vampiro significa ser sedento: ligue os pontos e tem-se uma vilã forte, assassina, extremamente manipuladora e aparentemente imbatível. Mas vilã por quê?

            Na sua adolescência, Katherine (vamos chamá-la assim para terminar com as confusões e estabelecer seu nome atual…) possuía dois amores: Stefan e Damon, os irmãos Salvatore. Assim que tornou-se vampira, Katherine transformou Stefan em vampiro, que por suas razões fez o mesmo com o irmão. Agora inimigos por causa de uma mulher que causou intriga no amor fraterno entre eles, levaria séculos para os irmãos se aproximarem novamente. A história é complexa, e creio que a série é ainda mais intrincada do que os livros de L. J. Smith que originaram o seriado.

 

 

            Sabe-se que Katherine mexeu com os dois, seja no coração ou em outras áreas do corpo… A ligação que Katherine mantinha com os Salvatore séculos atrás era espetacularmente intensa. Prova disso é que no tempo atual (tempo foco também na série) esse triângulo “amoroso” ainda é de extrema relevância para os irmãos se acertarem. A trama se passa em Mystic Falls, uma cidadezinha estadunidense onde só tem gente bonita (ser feio parece ser proibido por lá). Stefan aparece como um aluninho novo e desperta a atenção da doce Elena… e ela é a razão dele ter ido até Mystic Falls. O curioso é que Elena, acreditem, é IDÊNTICA a Katherine. Não bastava Elena ser uma descendente de Katherine, ela saiu igualzinha a original, por razões que até então não se explicam. Sabe aquela história de irmã boa, irmã má? Quase isso (pensem numa versão bitch da Meg em XWP!). Pra piorar a situação, o irmão de Stefan, Damon, também chega à cidade para atrapalhar a vida do novo casalzinho, pagando o vilão apaixonado pela mocinha.

 

 

 

            “Uma mistura de Crepúsculo com novela mexicana e Malhação?!”. Não tem coisa pior, certo? Errado! The Vampire Diaries é demais, e a trama não tem NADA de óbvia. Esqueçam Bella e Edward, ou intrigas à la Usurpadora. The Vampire Diaries é prato cheio pra quem curte ficar boquiaberto na frente da tela, e Katherine tem grande parcela nesse trunfo! Primeiro ela supostamente já estaria morta num incidente onde vampiros foram trancafiados e queimados dentro de uma igreja – mas todo bom espectador sente que essa mulher não se daria por vencida tão facilmente. Quando Katherine retorna à Mystic Falls, sua imprevisibilidade põe Elena a perigo, e cabe aos irmãos uma vez traídos por ela a protegerem das presas dessa bitch que só quer… afinal, o que ela quer?

 

 

 

            Misteriosa, perseguidora, instigante. Adjetivos que transformam Katherine em referências distintas dentro do Xenaverse. A bitch jura amor incondicional a Stefan, e põe em cheque o amor dele por Elena como sendo uma desculpa para Stefan lembrar dos tempos em que os dois viveram lado a lado. Desse modo, Katherine mexe com o passado como Callisto, e provoca a razão como Ares. Cito, na figura acima, Evil Xena, pois cada vez que Elena a enxerga, vê uma possibilidade que seu futuro lhe reserva: tornar-se uma vampira. No fim das contas, seria Katherine uma versão de Elena corrompida por amores não correspondidos? Por joguetes do próprio Stefan? Ou estaria Katherine, apenas, disposta a se redimir a sua maneira?

 

 

 

            Como ela mesma diz, ela só se protege do mal que lhe possam fazer, e questiona qualquer um que julgue suas ações. E lá no fundo, Elena a compreende, e quem assiste de certa forma também. Ainda me pergunto se, no fim de tudo, Elena é a verdadeira vilã.

              The Vampire Diaries está no 11º episódio da sua segunda temporada nos Estados Unidos, e volta dia 27 de janeiro de 2011. Para o deleite dos Xenites, a lindíssima Melinda “Velaska” Clarke, que atualmente está no remake de Nikita, faz algumas participações especiais ainda na primeira temporada. Aproveite o verão ensolarado pra se esconder dos vampiros sanguinários e assistir a série, realmente recomendo! Só lembre-se que no verão também dá aquela sede, nos humanos e nos imortais…

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