Bitch Power

4 - 5 minutes readSerá Mesmo que Toda Bitch Tem o Direito de Recomeçar?

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BITCH POWER – n. 19

Café com creme em uma mão, na outra um facão!

Por Alessandro Chmiel

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Dedicado a Rodrigo A. Silva, um amigo Xenite digno de todo meu carinho. Descobri um amigo no seu falar e no seu abraço. Por trás do sorriso e do olhar desse cara existe um homem iluminado, um cara que tive o maior prazer de conhecer no Encontro Xenite em São Paulo, junho deste ano. Rodrigão, que os nossos Destinos se cruzem por muitas e muitas vezes – e que um dia a gente faça uma sessão Kill Bill com pipoca (ou cereais!).

 

Obs.: SPOILERS do filme Kill Bill (Vol. 01 e 02).

 

A Noiva acabou com ela com maior classe, mas quem vos escreve dividirá esta bitch em três partes.

            Primeiramente, analisemos Vernita Green da “vida passada” (mas não aquele lance de almas com que os Xenites são tão familiares), de quando era a assassina profissional Cabeça de Cobre. Os motivos dela para se tornar uma vilã podem ser tão inusitados quanto os de seus colegas de trabalho, e de fato não são explicados nos filmes. Sabe-se, através dos diálogos entre ela e Beatrix, que Vernita era excepcional em luta de facas – e não é à toa que é a essa arma que ela recorre em meio à batalha surpresa de uma loira enfurecida que invadiu sua casa. Este confronto inesperado confunde quem assiste ao filme pela primeira vez, tomando conta das primeiríssimas cenas de Kill Bill. Ao ver a personagem de Uma Thurman espancando – e tomando uma boa surra também! – a pobre dona de casa interpretada por Vivica A. Fox (46), aparentemente sem razão alguma, confundi quem era boa e quem era má, ainda que essa dualidade não seja estabelecida, enfim, em simples opostos.

            Essa tal dona de casa era a nova vida de Vernita, um recomeço ao qual ela dedicou-se com a força de uma mulher arrependida, tentando compensar seus erros, para o bem do seu coração e das almas das vítimas que matou. Aqui é a segunda parte: sob o codinome Jeannie Bell, a ex-matadora construiu uma família ao lado de um bom homem, criando a filhinha Nikki – uma oportunidade quem Vernita colaborou a impedir Beatrix de vivenciar. Como visto  no filme, Vernita vivia da melhor forma que conseguia administrar, mas ainda sim sabia como se defender, preparada para qualquer ameaça que adentrasse seu lar, lar doce lar que terminou estilhaçado, sujo de suor, café, sangue e cereais.

                  

Após analisar sua “vida normal”, a terceira parte desta divisão: Vernita merecia pagar pelo que fez com sua vida? Eu que não discutiria com Beatrix sobre questões de justiça, e gostaria de ver a opinião do leitor nos comentários! Já devo ter mencionado que Beatrix talvez nunca houvesse sido uma heroína, dada sua natureza de matadora. Não uma heroína do mundo, mas heroína de si mesma, e de certa forma Vernita tentou fazer o mesmo. Pensemos: Vernita acatou numa boa sair “em paz” da gangue de Bill, e só através da fictícia morte da identidade de Cabeça de Cobre que a bitch pode… não ser mais bitch. Mas os erros do passado não se apagam, como nossa Princesa Guerreira sempre soube. E quem a culpa? Afinal, Xena fez a mesma coisa em 01×01 – Sins of the Past: enterrou a “monstra que soltava trovões” e buscou sua vida normal de antigamente. E Vernita não pôde combater seu passado da mesma forma que Xena fez. À primeira oportunidade, Vernita trapaceia contra Beatrix e decide terminar com a vida da loira de vez, fora da arena de um combate justo. Quebrou sua palavra, perdeu sua vida antes da hora.

 

 

Em um filme como esse, classificar alguém como bom ou mau é estruturar um pensamento ordinário frente a personagens tão vivos (bem, até o filme começar a rodar…). Independentemente do sua perspectiva, Vernita errou com gravidade dentro de suas próprias éticas (fica difícil utilizar a palavra “moral” quando se trata de assassinos de elite). E pagou seu preço. Contudo, Vernita já estava morta muito antes de Beatrix acordar do coma e bater à sua porta. A própria Vernita enterrou sua identidade ao dar vida a Jeannie Bell. A Noiva só deu cabo do que restava, guardado nas profundezas da guerreira negra.

            É. Se meteu com quem não devia. Sem perdão da Noiva pra você, cobrinha.

            Não deixe de comentar porque me deixa muito feliz de ver a reação dos leitores! Vejo você no mês que vem, não é? Assim como Beatrix diria, “TEMOS NEGÓCIOS INACABADOS”!

  

            Links: <http://www.fanfiction.net/s/2962578/1/Her_Name_Was_Vernita_Green>.

            Uma fanfic escrita em 50 frases sobre Vernita Green; pequenos recortes da sua vida durante e após a vida como assassina. Interessante pra quem manja de inglês.

 

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