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3 - 4 minutes readUm Xenite novo… um novo Xenite.

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Um Xenite novo… um novo Xenite.

Sempre amei futebol… e de repente me vi apreciando mais um time do que o esporte em si e neste time tinha olhares e torcidas para apenas um jogador.

Sempre amei mitologia e assistir Hércules me trouxe a chance de dar imagens mais contornadas e definidas para os mitos que lia. Na verdade amei assistir neste Hércules, um Hércules que tinha sua força em músculos definidos, mas não era nenhum retângulo agrupado de feixes musculares, se apresentando como um grego que cultivava seu corpo e não deformava-o. Sua força vinha de sua ascendência divina e não dos treinamentos  de força tão caros aos gladiadores romanos. Vi um Hércules acompanhado de um amigo leal de extrema agilidade e flexibilidade, um acrobata com grande noção de espaço e tempo: Iolaus.

Acompanhando suas aventuras e amizade num universo tão rico quanto vasto eu imaginava além do narrado e então vi Xena surgir como um mal que se reconhece vazio e perdido, fazendo algo acontecer de maneira repentina, sem aviso, quase como Alti manipulando a realidade fui deixando de assistir o jogo para assistir um time e um jogador. A mitologia deixou de ser meu motivo e passou a ser cenário e ficava concentrada apenas na personagem, em sua complexidade. Hércules deixou de ser principal e passou a ser coadjuvante, tanto quanto Iolaus.
Em Xena mais do que duas personagens que literalmente roubavam a cena, o cenário e o mito, fui impulsionada para além do proposto.

Eu queria descobrir mais e mais de seu passado tanto quanto de seu futuro. Suas motivações, culpas, forças e fraquezas que eram reveladas nas mais diferentes possibilidades e viajando em diversas culturas e crenças Xena trouxe uma nova perspectiva sobre ser herói. Contrariando tudo que se espera de alguém bom ela foi a maldade encarnada e contrariando todo o mal que personificou, salvou o mundo da destruição e a humanidade de eras incontáveis de dor e sofrimento diversas vezes. A metade de sua alma, Gabrielle, contrariando um papel de boa filha fugiu de casa e contrariando sua própria meiguice se tornou uma barda, guerreira e assumiu sua realeza sem reservas.

Xena recebeu oportunidades várias de se tornar deusa, eterna, imortal e desdenhando cada chance se tornou a mais difícil das criaturas sobre a terra, abaixo dos céus e entre mundos e até mesmo no submundo: se tornou uma pessoa. Gabrielle perdeu a inocência, venceu o medo e construiu uma Nação.

Personificaram o amor filial, o amor materno, o amor fraterno, o amor libidinoso e o amor por sua alma gêmea. Servas de um “Deus do Amor” não se submeteram, amante de um Deus da Guerra não se curvou, Senhora de uma Nação não se deslumbrou, oponentes da Deusa da Sabedoria não cometeram equívocos e postas na ponte das decisões pelo bem maior não fugiram.

Viajar com Xena e suas possibilidades infinitas, de realidades alternativas, nórdicas, Conquistadoras, Destruidora de Nações, discípula e mestre faz partilhar esta visão e este sentimento com outros companheiros, ser uma grande aventura onde o erro ou divergência nas interpretações são mais afiadas que espadas e os mais profundos abismos, lavas e fogos são assustadores mas não destino obrigatório.

Ser um Novo Xenite em uma Nação dispersa pelo mundo com vários guerreiros, guerreiras e amazonas que podem te acolher ou esmagar por uma palavra, um gesto ou um olhar é terrivelmente assustador, mas potencialmente prazeroso, pois estas mesmas pessoas são senhoras da boa guerra, rainhas e reis, se movendo como nossa heroína, mostrando que ser Xenite é mais que gostar do jogo e seus resultados, mas viver com a lembrança de ser possível melhorar e vencer se prestarmos atenção na história de cada movimento, cada jogada.

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