Guia de Episódios

6 - 9 minutes readGuia de Episódios (GdE): Os Titãs (07).

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Índice

Episódio: The Titans

Sinopse

Quando Gabrielle, em um momento de pura curiosidade e um toque de imprudência, acidentalmente recita um encantamento ancestral, ela desperta três Titãs de proporções míticas. Estes gigantes, longe de serem amistosos, começam a causar uma verdadeira tempestade de problemas. Xena, então, precisa agir rapidamente para conter essa situação gigantesca. O episódio é uma mistura perfeita de aventura e comédia, mostrando que até um pequeno deslize pode desencadear consequências épicas. Com uma abordagem leve e divertida, o episódio navega pelas consequências hilariantes de mexer com forças maiores do que se pode controlar. Gabrielle, em sua busca para corrigir seu erro, oferece momentos de diversão e ensina uma lição importante sobre a responsabilidade das próprias ações.

EPISÓDIO Nº. 07
Temporada 1, episódio 7
Series 107

Nome em Português: Os Titãs

Nº de Produção: 76906
Nº do Roteiro: 404
Xena Scroll nº: 805-01-76906
Datas aproximadas de gravação: Julho 1995

Data da primeira exibição do episódio: 30 de outubro de 1995.

Convidados Especiais

Elenco Base

Créditos

Curiosidades

  • Este foi um dos primeiros roteiros escritos (inclusive foi escrito depois de Dreamworker, que é o terceiro a ir ao ar).
  • A Lucy disse que nesse episódio ela trabalhou com um diretor que – como pessoa – foi com quem ela mais gostou de trabalhar, que é Eric Brevig. Ela disse que ele tinha experiência com efeitos especiais e usou a câmera de perspectiva forçada (que é o efeito de trazer a câmera pro plano de modo que as pessoas se pareçam gigantes). Ela também diz que, apesar dele ser uma pessoa incrível, ele nunca tinha dirigido antes, e ele produziu um episódio que não tinha – segundo ela – coração suficiente “Além disso, foi o primeiro episódio que fiz onde não era a história de Xena [tanto quanto a de Gabrielle], e eu não sabia o que fazer com isso. Eu meio que tropecei nisso. Era mais uma estrutura tipo Hercules [lutando contra os gigantes] e eu estava perdida. Então, eu me senti péssima com isso. Eric fez um trabalho maravilhoso com os efeitos. E nós meio que vendemos isso com base nisso.” (The Official Guide To The Xenaverse por Robert Weisbrot – 1998)
  • No dia 26 de novembro de 1998, durante a maratona de Ação de Graças de Xena e Hércules nos EUA, Lucy Lawless, a própria Xena, compartilhou alguns momentos especiais entre os episódios. Ela comentou com entusiasmo sobre o episódio “Os Titãs”, destacando como foi a primeira vez que a equipe experimentou com perspectiva forçada – uma técnica sem o uso de efeitos especiais, realizada apenas com a câmera, e que, segundo ela, funcionou incrivelmente bem. Lucy também revelou um vislumbre do que acontece por trás das câmeras. Ela divertiu os fãs ao falar sobre como o elenco troca de sotaques: um minuto são os personagens em cena, no outro estão falando em seus sotaques naturais. Lucy brincou sobre como é difícil manter o sotaque americano e confessou que, especialmente depois das férias, leva cerca de uma semana para se reajustar ao personagem de Xena. (Whoosh.org)
  • Em janeiro de 1998 na Creation Con em Burbank, Brad Carpenter fascinou os fãs com uma demonstração de como os efeitos dos Titãs eram criados. Ele explicou que tudo era uma questão de trabalho de câmera, sem recorrer a efeitos especiais computadorizados. (Whoosh.org).
  • Na mesma linha, durante a Creation Con de Valley Forge em maio de 1997, Sharon Delaney também confirmou que “Os Titãs” foi filmado sem efeitos especiais. A ilusão dos gigantes era conseguida com o posicionamento inteligente da câmera e a distância entre os atores. E, para surpresa de muitos, foi revelado que nos episódios em que Xena cospe fogo, Lucy realmente fazia isso! Ela tomava leite para proteger seu estômago e boca e depois expelia querosene sobre uma chama para criar o efeito – uma proeza que ela não fazia mais desde a terceira temporada, quando passaram a usar efeitos especiais. (Whoosh.org)

Diferenças de Roteiro

Segue uma análise detalhada de “SheWho” do Whoosh.org, onde comparamos o roteiro original com o episódio transmitido de “Xena: A Princesa Guerreira”. Confira as diferenças:

Cena Conforme o Roteiro Cena na Versão Transmitida Observações das Mudanças
Xena rebate a Hesiodo com uma pitada de sarcasmo: “Só nos seus sonhos.” A resposta de Xena é mais contida: “Em você, Hesiod? Não.” Uma alteração sutil, que suaviza a natureza audaciosa da fala de Xena.
Xena assobia e seu cavalo surge, com Gabrielle segurando as rédeas. Esta cena não foi incluída na transmissão. O encontro inicial entre Xena e Gabrielle no roteiro é omitido na tela.
Uma cena cortada revelava um triângulo amoroso entre os deuses e a arrogância de Hyperion. Essa parte não aparece na versão final. A omissão deixa de fora importantes nuances dos personagens divinos e suas tensões.
Xena amarra Hesiodo a um pilar antes de correr em defesa das crianças. A cena é omitida na versão que foi ao ar. As ações e motivações de Xena são menos exploradas sem essa cena.
O roteiro descreve uma luta intensa de Xena ao ser capturada por uma rede. A captura é mostrada, mas sem a intensidade descrita. A luta de Xena é mais elaborada no roteiro do que na tela.
O roteiro mostra Hyperion perseguindo Xena até o templo e um confronto visual entre eles. Essa perseguição e confronto não são exibidos. A tensão dramática do confronto é perdida na versão transmitida.
Phyleus é descrito como tendo uma paixão por Gabrielle. A versão transmitida não aborda essa paixão especificamente. A dinâmica entre Phyleus e Gabrielle é menos evidente na transmissão.
Xena aconselha Gabrielle a aprender com os erros e seguir adiante. Esta lição é omitida no episódio exibido. Um momento de crescimento para Gabrielle fica de fora, tirando profundidade da narrativa.
Gabrielle e Phyleus descobrem um pergaminho que exige a compreensão dos ritmos Dorianos. O pergaminho é mencionado, mas não a complexidade dos ritmos Dorianos. O roteiro destaca o conhecimento cultural de Gabrielle, não explorado na versão final.
Gabrielle usa sua sagacidade para ludibriar os Titãs após ser capturada. A cena é similar, porém mais simplificada na transmissão. A astúcia de Gabrielle é mais acentuada no roteiro.
Xena se liberta e escuta os planos de Hyperion para despertar mais Titãs. Este detalhe não é mostrado na versão que foi ao ar. A omissão subtrai uma camada de intriga e perigo do enredo.
Gabrielle confronta Xena sobre ser vista como uma criança, não como uma mulher. Essa confrontação não é mostrada. O desenvolvimento de Gabrielle e sua relação com Xena são mais profundos no roteiro.
O roteiro traz um final mais significativo entre Xena e Gabrielle, com reflexões sobre amizade. A conversa final é mais breve e superficial. A edição final perde a chance de explorar mais profundamente a conexão entre as duas.

Análise do Episódio

O episódio “Os Titãs” falha em atingir as expectativas que “Xena: A Princesa Guerreira” normalmente estabelece. A representação de Gabrielle, uma personagem geralmente perspicaz e forte, se desvia para o arquétipo antiquado da ‘dama em perigo’, o que não só contraria a essência da série mas também diminui a sua evolução como personagem independente e capaz. A narrativa em si parece deslocada, carecendo da complexidade e do tom levemente mais sombrio que são marcas registradas do universo de Xena.

Os diálogos, que muitas vezes servem como veículo para um humor inteligente e trocas significativas entre os personagens, aqui parecem desgastados e sem o impacto habitual. A dinâmica entre Gabrielle e Xena, um pilar central para o desenvolvimento do enredo em outros episódios, é superficialmente explorada, deixando a desejar em termos de aprofundamento emocional e crescimento mútuo.

Além disso, a inserção dos Titãs, seres de imensa força e poder na mitologia, é tratada de maneira quase caricata, não conseguindo transmitir o peso e a ameaça que deveriam naturalmente possuir. A tentativa de entrelaçar humor e drama resulta em uma execução desequilibrada, que nem se beneficia totalmente da comédia nem se firma no drama.

Tecnicamente, a direção até faz um esforço para injetar energia e criatividade nas cenas, mas esbarra em limitações do roteiro e de uma possível restrição orçamentária, que impedem que a visão plena seja realizada. As sequências de ação, normalmente um ponto alto da série, são previsíveis e carecem do vigor e da coreografia elaborada que se espera de uma guerreira do calibre de Xena.

Em resumo, “Os Titãs” é um episódio que parece fora de sintonia com a narrativa geral da série e com o desenvolvimento dos seus personagens. Ele lembra mais uma fábula simplista, adequada ao tom mais leve e direcionado ao público infantojuvenil de “Hércules”, e não ao público que busca em “Xena” uma mistura mais madura de aventura, mitologia e relações complexas.

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