Crônicas

3 - 4 minutes readCome on baby, light my CAMPFIRE

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Mary Anne M.W.

“Parece que tudo aquilo existiu…que as conversas de acampamento a noite foram reais…e que elas ainda estão em algum lugar lá fora, lutando por aquilo que acreditaram. É loucura pensar assim? Acreditar que um amor tão profundo possa realmente existir?”
Essa foi a frase que ouvi uma amiga dizer há alguns meses.Essa minha amiga, a Bruna, foi uma das responsáveis por eu ser a xenite que sou, pois foi ela que insistentemente MANDOU que eu assistisse a série no começo de 2006.Quando finalmente resolvi fazê-lo, viciei.
Minha amiga nunca foi uma pessoa muito cibernética. Raramente entrou nos fóruns da série mas foram inúmeras as longas conversas que tínhamos e eventualmente ainda temos sobre o Xenaverse.
A série acabou. Trouxe lágrimas. Trouxe sorrisos. E chegou ao fim. Mas dizem que a história não acaba quando o livro se fecha. Será que acontece o mesmo com as séries?
Na época dos deuses antigos e também nos tempos modernos. Uma humanidade carente clama por uma heroína.
Não é bem isso que estamos acostumados a ouvir na abertura, mas é o quadro que se pode observar.
Um dos aspectos mais interessantes de XWP é o fato dela perdurar. O que quero dizer com isso? Bom, em literatura, diz-se que um livro é bom, não por vender muito, mas por atravessar gerações. Acredito que o mesmo aconteça com Xena.
Xena começou em 1995, ano em que muitos dos fãs de hoje, nem nascido tinham.
É curioso observar o quanto um programa de tv com efeitos especiais muitas vezes precários, consegue conquistar adultos, crianças, pré-adolescentes e adolescentes e perdurar, o que não ocorre com muitas séries que foram consideradas moderninhas e bem feitas.
Por que isso acontece? Eu não sou psicóloga – e nem pretendo – mas creio que talvez os seres humanos tenham uma carência por heróis.
Viver não é algo fácil. O dia-dia pode ser uma selva perigosa a se atravessar, nós vemos pessoas passando fome, violência na TV, guerras no Oriente entre tantos outros infinitos problemas. Quem nunca pensou que seria tudo mais fácil se existisse uma Xena e uma Gabrielle para resolver essas coisas?
Quem nunca quis ser um guerreiro ou guerreira como elas e sair chutando os traseiros e arrumando o mundo?
Fica mais fácil se identificar com Xena do que com Super Man ou Homem Aranha por exemplo. Ela é humana, mortal, não tem super – poderes. Ela sofre, ela se machuca, ela eventualmente fracassa. Ela morre. Morre?

Você leitor. Quando assiste o FIN, que sensação tem? De que Gabrielle iria continuar sozinha? De que ela se tornaria a sucessora de Xena? De que ela iria para o Egito e traria Xena de volta? Independente disso, Xena não ficou morta, porque ela e Gabrielle vivem constantemente nas nossas mentes e corações – por mais manjada e piegas que essa frase possa soar.
Nós sorrimos com elas, sofremos com elas, passamos apuros com elas, e choramos com elas.
Nós sentimos a dor quando Gabrielle levou uma flechada em One Against an Army e também sentimos dor com as flechas de A Friend In Need.
Nós gritamos com Xena quando Gabrielle caiu no fosso de lava, e choramos a morte de Joxer com elas, dois anos depois.
Elas se tornaram parte de nós, parte de quem somos, e só morrerão, se nós deixarmos que morram. Se não deixarmos…as conversas diante de fogueiras de acampamento sempre existirão. Os banhos de rio. O calor das batalhas. Os momentos de descontração.
Por isso Xenite, o que quero dizer, é: Não deixe Xena e Gabrielle morrerem.
Passe adiante esse amor, converta amigos, primos, sobrinhos, irmãos em xenites. Não importa a sua idade, nunca se acha velho demais para acreditar nas nossas heroínas, nunca deixe o brilho do seu olhar sobre elas se apagar. Nunca deixe o fogo do acampamento se extinguir. O mundo precisa de heróis, mesmo que fictícios, porque eles ainda trazem para nós força da ideologia do bem triunfar sobre o mal. Um mundo sem heróis, é uma caixa de Pandora falha, de onde a Esperança escapou.

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