Quando o futuro vira passado, é fácil ver o que tinha que ser feito
Por Tainara Ribeiro Nogueira de Souza
Olá amigos Xenites, estava pensando em como o tempo está passando, me lembrei da primeira vez que escrevi para a Revista. Então achei que seria interessante falar do tempo. Ouvimos muito as pessoas dizerem: “tenho que aproveitar bem o tempo, pois ele é limitado” ou “não podemos parar no tempo”. Não há quem deixe de se espantar com a velocidade com que o tempo passa. Até mesmo Xena, ela sempre parecia não ter tempo suficiente para realizar tudo. Vai indo, temos que organizar nossa agenda, administrar o tempo. Imaginem a situação. Um homem corre até Xena para pedir que ela o salve de algum mal, ou melhor, que salve sua vila.
Homem: Por favor, Xena, salve-nos. A vila precisa de sua ajuda.
Xena: Estou a caminho de outra vila.
Gabrielle: Deixa-me ver em qual horário posso encaixá-lo. Monstros, ladrões, bobinhos metidos a heróis… Sinto muito, a agenda está cheia, tente amanhã bem cedo.
Homem: Você não pode me ajudar mesmo?
Xena: Pensando bem… Joxer!
Homem: Joxer?
Joxer: Sim, o Poderoso.
Claro que Xena nunca faria isso, mas é o que acontece em nossas vidas, às vezes temos que deixar de fazer algumas coisas para dar tempo de fazer outras. Mas será que é possível simplesmente “achar” tempo, como se fosse um objeto que estava perdido no meio da bagunça? Será que é possível dar vida e corpo ao tempo, transformá-lo em um amigo e um aliado, ao invés de lutar contra ele? O fato é que não podemos recuperar o tempo. Se você perde alguma coisa, você acha… Rouba-se seu carro, você compra outro ou o seguro te dá outro… Agora e se você perde tempo?
Gabrielle fazendo a lista de compras
Gabrielle: Ovos, pão, farinha… Botas novas… Xena, precisa de algo?
Xena: Sim, tempo. Dá para você comprar tempo?
Muitos falam que o tempo passa e alguns sentimentos gerados por ele também passam. Às vezes você perde alguém especial, então tem a sensação que a dor vai durar para sempre. Talvez, ou com certeza, foi essa a sensação que Xena sentia quando perdeu o irmão, ou o filho, ou até mesmo quando Gabrielle perdeu Xena, mesmo que elas estivessem sempre juntas. Parece que vai durar para sempre. Agora pensem em Eve chorando porque está com fome: Xena vai lá e amamenta; ela chora, na verdade, não porque está com fome, mas porque pensa que vai ficar com fome para sempre. E isso acontece porque eles não conhecem o tempo. E muitas vezes nós somos nenéns emocionais a vida inteira. O tempo passa. E por isso mesmo que todos devem aproveitar, conhecendo o que é o tempo.
Existe tempo de nascer, você pode até nascer já tendo nascido. Igual quando Xena trocou de caminho, ou quando saímos de algo perigoso. Nascemos de novo.
Tempo de plantar, quem planta, colhe. Se você planta amizades, você ganha amigos. Se você planta ódio, você ganha inimigos. Melhor plantar amizades, do que colher muitas Callistos e Altis da vida.
Muitos têm o tempo de matar. Esse sim é o tempo que com certeza está na agenda de todos vilões. Mas, além de você matar pessoas, podemos matar sentimentos… Sentimentos ruins de preferência.
Tempo de curar, nada como curar uma perna de Gabrielle ou da Xena (risos). Claro que depois do tempo de matar, plantar e nascer, muitas vezes ficam algumas feridas, e para isso existe o tempo de curar, para curar todas as decepções, raivas e tentativas frustradas, para estar boa de novo para o próximo tempo.
Tem o tempo divertido, de rir, dançar, abraçar, pular, beijar, gritar, correr… Aproveite!
O tempo de amar é o que às vezes muitos precisam. De amar, de se entregar na luta pelos seus… Na capacidade de doar-se, ajudar o próximo sem esforços.
Existem vários tempos, e cada um está em um ou até mesmo em todos. E essas pessoas que estão guerreando contra eles mesmos? Israel, Faixa de Gaza, mortos aqui, feridas ali, corre aqui, bombas logo ali… Em qual tempo eles estão? Onde está o tempo da paz?
Ele é o tempo que está dentro de nós e é lá que devemos procurá-lo. Porque a paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos. Por isso, amigos Xenites, administrem seus tempos, e que ele seja a junção de todos os tempos existentes.
Tainara Ribeiro Nogueira de Souza