2 - 3 minutes readXena, de Skrillex e Nai Barghouti
Confesso que Skrillex é um daqueles nomes que vi muito, mas não escutei nada, não por não gostar do gênero, mas pura e simplesmente por falta de oportunidade de ter conferido o artista.
Foi durante uma busca sobre informações sobre sonoplastia em Xena que me deparei com um vídeo sobre o processo criativo dessa música do cantor que foi lançada no começo desse ano.
Junto da cantora Palestina Nai Barghouti que emprestou seus vocais, Skrillex produziu o single, produção que começou lá em 2017 e só teve sua versão final nesse ano.
Os vocais da cantora misturados a efeitos de som que fazem referência ao famoso grito de Xena permeiam uma música que mistura uma melodia com tom tradicional da música árabe e batidas eletrônica frenéticas, criando um contraste que prende e empolga.
A letra em árabe, ainda que se resuma a uma estrofe que é bastante repetida, é difícil de ser traduzida mesmo pro Inglês, mas relata algo como:
“Cantando pelos filhos de seu tio, eles o caçarão
Conte o dote e dê das bençãos
Com os cavalos que selaram, eles te caçarão
Zafoli Mohammed à porta da coluna”
Seu vídeo, lançado em 8 de Junho desse ano, torna as coisas ainda mais interessantes, misturando momentos de conflito, guerra, resistência, amor e fé. Segundo a diretora, Amara Abbas “O vídeo se trata da paixão/raiva, liberação, dualidade de cultura, liberdade de escolha e resistência femininas. É sobre mulheres que estão liderando revoluções em sistemas que foram projetados contra elas… É sobre o que esse movimento representa, o que essas jovens representam o que elas inspiram.”
Ela continua “Não são muitas de nós que estiveram em regiões onde esses eventos tão intensos ocorreram e os ossos do que ocorreu ainda estão bem presentes. Esse filme é, de certo modo, um momento de fênix para mulheres que estão vivendo nessa realidade”.
Como se tudo isso não pudesse ecoar mais XENA do que já ecoa, o vídeo em si, abre com cenas de uma jovem menina numa área de conflito com uma ponte incendiada e vários veículos tombados, sendo retirada de lá por um motociclista que já resgatava outra criança. Dali, temos um corte pra essa mesma menina, já mais velha, numa cena de luta com outra adolescente. Ainda que se tratasse de uma “briga normal” de duas adolescentes, a mensagem passada é clara: Ela se tornou uma lutadora. Com cerca de 17 anos (a mesma idade que Xena tinha quando se ergueu contra Cortese), vemos a menina com um grupo de jovens em cenas de rebeldia, libertinagem e revolta se mesclam com tristeza e pesar pela guerra.
Confiram “Xena” de Skrillex e Nai Barghouti