Heroína assassina? Dos quadrinhos da Marvel, pras linhas da GIRL POWER!
Por Alessandro Chmiel
GIRL POWER – n. 13
Um ano.
Parece mentira, mas faz todo esse tempo que isso tudo começou. Essa verdade que dá tanto orgulho que é a RX. Fazer parte dessa história é como estar em episódios futurísticos de XENA, levando sua mensagem através das nossas palavras. Parabéns pra REVISTA XENITE.
E já que é edição de um ano, nada mais justo que escolher uma heroína digna de um espaço na GIRL POWER. Originária dos quadrinhos do Demolidor, a assassina Elektra Natchios tem uma história muitíssimo parecida com a da Princesa Guerreira.
Para começar, Elektra deu as caras no meio da história de Matt Murdock, o Demolidor (Dare Devil, no original em inglês), como uma vilã. Assim como Xena em HÉRCULES, ela era originalmente uma bitch. De bitch, Elektra vai despertando um sentimento bem contrário ao ódio no coração do guerreiro cego, e um laço de amor é firmado. Preciso dizer mais?
Preciso. Elektra vem a ganhar sua própria série nos quadrinhos – uma série spin-off, o mesmo caso de XWP -, mas de um jeito um pouco diferente da nossa Princesa. Em HTLJ, Xena sai de cena com a intenção de buscar redenção, em um longo processo para se regenerar – essa história vocês já conhecem bem, certo? Nas páginas de Demolidor – O Homem Sem Medo, contudo, Elektra sofre seu Desafio de um jeito diferente do corredor polonês.
Tudo bem, eu puxei o gatilho e nem pus a bala ainda. É preciso entender um pouco da história dessa duvidosa heroína primeiro (Obs.: a história de Elektra, como qualquer personagem da Marvel, apresenta discrepâncias ao longo dos anos e das adaptações cinematográficas. Dito isso, justifico minha possível ignorância quanto a pequenos detalhes, mas o principal está escrito aqui; afinal, a GP serve para trazer interesse ao leitor em pesquisar mais sobre todas as heroínas, não é mesmo? – sim, podem xingar o colunista nos comentários).
Elektra sofreu muito quando criança, quando sua mãe foi assassinada por um clã desconhecido. Seu pai, por medidas preventivas, resolve criar Elektra no intuito de transformá-la não numa guerreira, primordialmente, mas em uma mulher que saiba se defender com sua força, sabedoria e outros dotes que todo bom lutador precisa. E assim seguiu sua infância, até que por volta da sua juventude, um grupo de assassinos gregos matou o seu pai, e a pequena ninja volta para sua terra natal (Grécia) para curar sua dor.
Anos mais tarde, Elektra retorna para os Estados Unidos e reencontra Matt, então de codinome Demolidor, sendo ela agora uma assassina de aluguel contratada pelo Rei do Crime. O curioso é que a missão da moça era matar justamente seu antigo amor, Demolidor. Depois de muitas brigas – físicas ou não – os dois se reconciliam. O antigo possuidor desse trono, conhecido como Mercenário (Bullseye, no original), resolve matar Elektra para ocupar seu antigo lugar que lhe era digno. A luta dos dois nos gibis marcou a década de 1980, sendo a morte de Elektra uma das mais brutais de todos os tempos, envolvendo muito sangue e humilhação. Seu corpo volta à vida pelas mãos de seu antigo mestre, Stick, um ninja cego com habilidades sobrenaturais. E assim renasce uma nova mulher.
É desse modo trágico que a assassina de vermelho sai das cenas de Demolidor, para retornar tempos mais tarde. Hoje em dia, a ressurreição de algum personagem marveliano parece comum e entediante, mas na época foi bastante discutida e gera polêmicas até hoje. Diferente de Xena, Elektra ressurge em sua própria série alguns anos mais tarde, após reaparecer emDemolidor como uma anti-heroína (vestida de branco) e algumas vezes como vilã (roupa vermelha). Em sua série, Elektra é mostrada ainda como uma assassina, mas em busca de redenção.
Voltemos agora para as comparações com Xena. O que se restringe à Princesa Guerreira, ela deixa de ser uma assassina por completo para seguir sua trajetória de redenção. E quanto a Elektra, por que ela continua sendo uma homicida mesmo após ter encontrado a morte? Essa é a grande questão da sua própria saga de quadrinhos. Talvez Elektra não busque necessariamente por redenção, e sim por atos, pequenos que sejam, que possam redimi-la de ser quem ela é. Afinal, é da natureza dela matar, é o que ela faz de melhor. Nada justificável, mas plausível para alguém que pode não ser uma verdadeira heroína, mas uma lutadora de moral questionável.
Nos cinemas, a belíssima Jennifer Garner (que já apareceu por aqui na pele de Sydney Bristow – GP n. 09) encarna a guerreira nos filmes Demolidor – O Homem Sem Medo (com Ben Affleck, seu atual marido – 2003) e numa sequência só sua,Elektra (2005). O seu filme não recebeu críticas muito favoráveis em questão do roteiro, mas quem assistir e prestar realmente atenção não só na sua história, mas na da pequena Abby (Kirsten Prout), poderá perceber que estão sendo contadas duas histórias que remetem a Elektra, a da sua busca por uma vida diferente (centrada nela) e da sua infância (na pele de Abby). Eu só fui entender o filme e sua essência quando o assisti pela quinta vez, mas espero que vocês entendam de primeira. Quem não entender, pelo menos vai curtir a linda Jen e a fotografia de tirar o fôlego.
Ainda não enjoou da Marvel? Mês que vem, uma das minhas heroínas favoritas vai deixar todo mundo em choque! Mentira, mas que esse frio aqui do sul me fez pensar nela, isso sim. Espero que tenham gostado dessa anti-heroína muito semelhante à Xena. Deixem seu voto e seus comentários, ok? Abraços e beixenites!
2 Comments
Mára
Eu sou fã dos heróis e não tão heróis da Marvel. Eles tem problemas, soluções, raiva, medo e tudo o mais… até problemas pra pagar aluguel. A elektra é incomodativamente linda, atlética, inteligente… com toc kkkkkkkkkkkkkkkkk.
Lembra a mulher gato, a ESTELAR e até a Marin… [Cavaleiros do zodiaco… e é amazona a pestinha]. O que mais gosto nos teus artigos não é somente o paralelo que fazes com Xena mas o quanto deixas a gente mais perto da personagem. Parabéns
Danni Bacelar
Quando eu assisti o filme da Elektra – eu adorei o filme, na verdade, assisti umas 2534165431 de vezes – Logo liguei a história dela, personalidade, entre outras questões a Xena. Acho que as duas tem uma Bela História. Elektra tem muita garra – falando do filme em sí – . A busca e o lado protetor dela, por se ver parecida com a Abby, foi linda. Ela não querer o futuro obscuro pra Abby, foi admirável.