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6 - 8 minutes readQuem acha que Papai Noel não existe, que atire o primeiro Chakram!

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Aryane Mello

“…Mas é que Papai Noel não se esquece de ninguém… Seja rico, ou seja pobre, o velhinho sempre vem…”

Não é conversa para boi dormir! Você acreditava nisso, oras! Era como imaginar que a fada dos dentes viria e deixaria um presente pra você; só porque alguém te disse que guardar um dente embaixo do travesseiro era algo mágico. 
Mas não é pra isso que somos feitos? Pra acreditar em magia? Ter esperança sempre? Sermos crianças eternamente?
Xena SEMPRE nos ensinou a pisar firme naquilo que acreditamos e queremos pras nossas vidas! Ela passou isso para cada um de nós e para sua barda durante seis temporadas. 
Eu sei que esperança é um nome meio… assustador? Mas dezembro é um mês que nos trás esse sentimento. Querendo ou não. Fugindo ou não. Esperando ou não.

É Natal, pessoal! Daqui uns dias vamos encher o bucho na seia natalina, esquecer os verdadeiros propósitos da data, beber até cair, se deliciar com aquele peru; ouvir baboseiras daquele tio barrigudo que não tira a lata de cerveja da mão a semana inteira, ou aguentar aquela tia simpática apertando tuas bochechas e dizendo “Como você cresceu!”… É a ordem natural das coisas. 
Xena teve apenas um episódio com a temática Natalina:  “A Solstice Carol”. Pra muitos, ele é sinônimo de quarenta minutos de paradeira e encheção de lingüiça. Pra outros, dá pra dar boas risadas aqui, outras ali… E pra alguns, os raros Xenites do Fandom, é um episódio que mesmo sendo básico, nos trás uma mensagem sensacional! Fora a comprovação da existência do ‘Bom Velhinho’.

É Natal! Ou melhor, Solstício de inverno! [ O que dá na mesma… ] 
Gabrielle está excitadíssima com a data e doida para trocar presentes com Xena, que por sua vez, não está muito na ‘vibe’ da barda. Gabby propõe que as duas comprem presentes, mas impõe regras! Não deve custar mais de cinco dinares e de forma alguma uma pode descobrir o presente da outra. Xena aceita, mas gesticula que preferiria dar o dinheiro pra loirinha comprar algo que ela realmente gosta. E como sempre, a guerreira é vencida pelo cansaço.

Enquanto todo esse acordo é selado, Xena está atenta a um garotinho que ronda as barraquinhas do mercado da cidade. [Ela tem muitas habilidades, consegue fazer mil coisas ao mesmo tempo e bla bla bla.] Então o moleque rouba o Chakram, fazendo com que comece uma correria: Gabby sai pela direita, Xena vai pela diagonal, o menino escapa por entre os buracos e entra por uma porta desconhecida. 
As duas seguem a criança e percebem que ali existem milhares delas. É um orfanato, tipicamente pobre. Ah, e o Chakram é usado como adorno no topo da árvore de Natal. 
Xena está preocupadíssima em recuperar o seu ‘anel gigante’, então ela faz melhor, ela recupera e ainda deixa uns soldados fedidos com a cara no chão através de um malabarismo incrível. 
A Barda e a Guerreira descobrem que o orfanato está para ser fechado devido a falta de pagamento dos impostos. E mais, é absolutamente proibido qualquer tipo de manifestação Natalina, o que deixa a Ex-Destruidora de Nações muito encucada.
Eis que entra na história Cínticles, um homem já de idade que promove leis de prisão de acordo com os mandos e desmandos do Rei Silvus.
Ele explica às duas que o tal Rei perdeu sua mulher na véspera de um Solstício há trinta anos. E por isso, ele proibiu a comercialização de brinquedos, decoração de árvores e canções de Natal. 
Xena acha um absurdo, juntamente com Gabrielle, que promovem planos A B C e D pra acabar com essa baixaria! Gabby vai até o mercado barganhar – “Se tem algo que sei, é pechinchar.” – e volta com um Asno. Isso mesmo, o Tobias. Gabby tem coração mole, minha gente. Ainda é o começo da 2ª temporada, ela ainda não pegou o espírito brutal da vida da 5ª temporada em diante. 
Xena se fantasia de três destinos pra tentar convencer o Rei, que mais ronca do que qualquer outra coisa, a mudar seu estilo de mandato. No meio disso tudo, com a ajuda do novo membro da família, que não pode ouvir um assovio de fiu-fiu que já sai correndo, Gabby quase quebra a perna fantasiada de Anália[a Ex do Rei], que não morreu. Ela abandonou o rei. Acho que eram os roncos excessivos… – Anália que era mulher de verdade…
Várias tentativas prosseguem e o Rei é duro na queda.
Gabby está procurando por Cínticles, o fofoqueiro de meia tigela, pra saber porque ele é tão covarde; e por acaso adentra em um cômodo onde estão milhares de brinquedos escondidos. O velho homem começa a se explicar, dizendo que fabricava para as crianças e depois parou, por causa das leis. Gabby fica toda feliz porque acha um carneirinho parecido com o que tinha quando era mais nova. 
Então os dois se empolgam! Gabby e Cínticles resolvem entregar os presentes para as crianças do orfanato! E o bom velhinho, que sempre fez tudo de graça, sem receber nada em troca, se disfarça de vermelho e barba branca para não ser reconhecido. E adivinhem? Ele entra pela chaminé! Isso mesmo! … E Gabby também cai desengonçada pela chaminé…

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As portas estão cheias de soldados do rei, que por sua vez, está presenciando tudo de perto e mudando seus princípios, graças a Xena.

Mas antes do feliz para sempre, os soldados invadem o orfanato. Gabby implora para Xena não ser “radical” nas lutas por ser Solstício. Se não tem espada, vai brinquedos mesmo! E vira uma bagunça digna de muitas risadas com direito a tortas na cara dos soldados e Xena brincando com uma espada de borracha… E com um Hércules!

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– O rei reconhece que estava errado e retira todas as leis contra o Natal. E ainda levou a esposa de brinde.
– Cínticles gostou do que fez. E ele fez bem! Afirmou que vai fazer todos os anos… E olhem só, vai ser sempre pela chaminé, porque segundo ele, dá uma adrenalina do Hades!
– Tobias acaba ficando com um casal de estrangeiros que passam por ali como quem não quer nada… Muitos dizem que é Jesus, Maria e José, mas como em Xena tudo é possível e impossível…
– Gabby ganha presentinho de Xena! O tal carneirinho que ela tanto gosta. E agora especialmente para os subbers… 
Gabrielle olha para Xena com cara de cachorro que caiu da mudança na chuva.
– Não tenho um presente pra você.
Xena coloca sua usual mão no ombro da barda, de forma carinhosa…
– Gabrielle, você é um presente pra mim.

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É incrível como o Rei se tornou egoísta com a perda da esposa. Seja para a morte, ou não. Para ele, era pra sempre! Não tinha volta… Ela tinha ido e não voltaria jamais. É isso o que fazemos para esquecer aqueles que nos deixam: eliminamos, conscientemente ou não, tudo o que nos trás lembranças da pessoa. Como um vento que passou.
O Rei Silvus foi abandonado na véspera do Solstício, ou seja, era uma cicatriz muito grande pra ele presenciar a comemoração da data e lembrar, ao mesmo tempo, da dor que sentiu há trinta anos. Então tomou uma atitude egoísta e severamente maldosa: proibiu tudo o que lembrava a Ex. 
É exatamente a atitude que tomamos. Mas depois de presenciar tudo o que ele mesmo prejudicou; ao ver aquelas pobres crianças tristes e quase sem teto, ele caiu em si. Nenhum mal pode ser corrigido com outro mal. 
Lembranças podem causar sorrisos e lágrimas, podem nos trazer alegrias e podem causar dores. Não tem como arrancá-las de nossa mente. O que temos em mão é sempre fazer o melhor e aprender com o que foi tirado de nós. 
Cínticles era medroso, covarde, mas enfrentou tudo para entregar os presentes às crianças. 
Xena, que sempre adorou uma boa batalha, foi serena o suficiente pra respeitar a data especial de Gabrielle, mesmo não representando nada pra ela.

O Natal é isso! É doação, é serenidade, é festa, bebedeira, pisca-pisca, peru, presentes e a presença eterna de lembranças que nos seguirão em qualquer data, lugar ou festividade.

“Então… É Natal! E o que você fez? O ano termina… E começa outra vez!”

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