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7 - 10 minutes readA sétima arte, colorida (5)

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Olá povo! Estamos aqui mais uma vez, dessa vez com uma nova convidada participando dos comentários do mês, a Nara!

Espero que vocês gostem dos filmes escolhidos, e já sabem! Caso os tenham visto, sintam-se à vontade para deixar seus próprios comentários ali embaixo!

Lembrando que assim como neste mês, aceitamos convidados na coluna para meses futuros. Para participar basta enviar um e-mail para [email protected] para se informar sobre disponibilidade e pegar a lista de filmes para o mês seguinte!

 

HEDWIG AND THE ANGRY INCH (2001)

“I had tried singing once…and they threw tomatoes. So after the show I had a nice salad”

Mary

É uma vergonha eu não ter visto esse filme antes. Poucos filmes me deixaram com tantas sensações diversas depois de assistir. O filme consegue misturar fatos muito psicodélicos, uma bela pitada de “WTF”, poesia, filosofia, humor e drama, trazendo toda essa mistura embalada numa humanidade gritante. O filme celebra a diversidade sexual e sua fluidez, trazendo como estandarte uma personagem de força incrível.
As músicas não foram compostas para serem “catchy songs”, mas nos conquistam por sua profundidade e poder. Diálogos muito bem trabalhados que nos fazem refletir até nas cenas mais escrachadas.
Que delícia deve ser ver esse musical ao vivo!

Nota: 5,0

 

Ary

Normalmente, não gosto de filmes “musicais”. E se tem uma coisa que nos encanta nesse filme, são as músicas. Ou seja, me entreguei a ele. Confesso que fiz isso por causa da RX, um motivo muito grande. Mas não me arrependo. Os diálogos são absurdamente envolventes e você corre pra ouvir as músicas no YT depois de ver a película. Que coisa mais delirante!Fui pega pela enorme ideologia defendida pelo roteiro. E VIVA O ROCK N’ ROLL!! Viva a arte! Viva a superação!

Nota: 4.0

 

Nara

Adorei a história do filme. Hedwig é tão intensa, tão triste, que coloca todo esse turbilhão de emoções nas músicas que são cantadas ao longo do filme. Acredito que seja esse o diferencial dos musicais e ela conta toda a sua subjetividade, sua história desde que saiu de Berlim até se tornar a estrela de rock frustrada e em decadência com a realidade através das músicas. Eu me encantei com a voz dela e inclusive baixei “A origem do Amor” que é uma música que é cantada umas 3 vezes ou mais. Além disso, o filme traz referências a cantores como Tina Turner, David Bownie, Juliete Lewis e outros. É fantástico.

Nota: 5,0

 

Titus

“To be free one must giveup a littlepartofoneself.” – botei em inglês porque em português não soa tão poético quanto merece. Essa frase, ela tem significado muito pra mim nesses últimos dias, e não só pra mi m, mas pra pessoas importantes na minha vida, então foi bem legal ter visto Hedwig esses dias. Eu gosto disso nesses filmes, frases curtas que você carrega pra vida toda, tipo emThe Rocky Horror Picture Show (“Don’tdream it, be it”). Agora vamos ao filme: Hedwig é uma grande metáfora do Muro de Berlim e vice-versa, e tudo é muito bem encaixado no roteiro, muito genial. E várias músicas do filme são composições da banda da protagonista, “HedwigandtheAngryInch”, baseadas na vida dela. Em “Originof Love”, os xenites vão sentir uma espécie de dèjavu, pois ele conta a mesma história que a Gabrielle conta ao Iolaus em “Prometheus” (O Simpósio de Platão), fora que as imagens animadas durante o filme narram a história também e são muito lindas e surreais. E a suruba que é esse lance de identidade sexual é uma loucura, tem homem que virou mulher com uma polegada de carne no meio das pernas (falando nisso, a música “AngryInch” nos conta detalhadamente sobre isso, e dá maior vontade de dançar, mas de vomitar também LOL), tem mulher que é homem (isso me espantou MUITO, vocês irão notar quem é porque certas vezes a atriz dá uma escapada de marcha, mas é muito impressionante o trabalho que fizeram nela, chegou a ficar bonito, confesso). O filme acabou de uma forma meio estranha, e embora as músicas sejam legais, não me ganharam taaanto, mas é muito bom esse filme, pela ideologia e tudo mais. E eu amo o sotaque da Hedwig!

Nota: 4,0

MÉDIA:  4,7

 

MISTERIOUS SKIN (2003)

” Rise like two angels in the night and magically… disappear”

Mary

Um filme bastante perturbador, como não poderia deixar de ser, tratando do tema da pedofilia, mas que traz à tona uma realidade triste e existente, tanto ao tratar das marcas permanentes que esse ato repulsivo causa nas crianças quanto ao fato de mostrar que infelizmente, muitos criminosos saem impunes.
Colocando Neil e Brian paralelamente, vemos o modo como os dois escolhem lidar com essa tragédia – seja pela fuga fantasiosa de Brian ou pela busca da desmitificação do sexo de Neil- e como a vida de cada um foi afetada diferentemente.
Não é um filme bonito e feliz. Aborda um assunto que espinha, incomoda, e sufoca, mas nos chama para o mundo real, portanto acaba fazendo o papel de educar. Pais, prestem atenção em suas crianças. Pais, compreendam o silencioso e inconsciente grito por socorro.
É óbvio que não dá pra deixar de falar da atuação espetacular de Joseph Gordon-Levitt, que consegue passar através do mero olhar de Neil a alma cheia de cicatrizes desse jovem.
Contudo, existe um ponto que acho preocupante. Uma interpretação errada do enredo pode contribuir para a perpetuação do pensamento que “a pessoa que vira homossexual” o faz porque sofreu traumas, abusos, etc. O filme tenta impedir a idéia deixando claro que a identidade sexual de Neil começava a se formar já antes da fatalidade, mas infelizmente nem todo mundo tem cabeça pra entender a mensagem e diferenciar as coisas.

Nota: 4,0

 

Ary

Que roteiro mais… fabuloso!
O filme é perturbador, nos deixa intrigados, alucinados… Talvez de uma forma não muito bacana. É um soco no estômago, como se tirassem nossas vendas. As consequências insolúveis de um crime maior do que nós ousamos imaginar diariamente.
Lindo, tocante e bem estruturado.

Nota: 3,5

 

Nara

Muito interessante, apesar de sentir raiva gratuita de pedófilos. Enfim, é um filme que demonstra o lado perverso, ou melhor, os distúrbios sexuais que existem. Além de demonstrar bem como as pessoas ficam marcadas com o que acontecem em determinados momento de suas vidas. Não só isso, mas mostra como cada criança reage de um jeito, enquanto um dos garotos molestado se sente mal com o sexo e não consegue se lembrar do que ocorreu o outro, se coloca no papel de culpado, como se ele tivesse provocada a situação, tornando-se um projeto do molestador, vulgarizando o sexo e sofrendo as consequências por isso.
Gostei muito de como Joseph Gordon-Levitt atuou, interpretando um garoto problemático e em guerra consigo mesmo. Acredito que seja um papel diferente que não costumamos vê-lo fazer. 

Nota: 5,0

Titus

Acabei de ver esse filme antes de começar a escrever aqui e devo dizer que estou super perturbado. Tão perturbado que fui na cozinha pegar um copo de Coca e quase passei mal com a cena, composta por sons diegéticos e imagens que me transmitem mensagens subliminares (mas isso é bastante pessoal), não consigo nem puxar assunto com quase ninguém nesse momento, mas enfim, acho que já assustei mais do que deveria. Quanto ao filme em si: no começo eu senti inveja do Neil, porque, Zeus, na minha idade tá difícil de arranjar o que ele arranjou com 8 anos sabe, mas do resto nem sinto inveja viu, vidas super perturbadas desde cedo e tudo mais. Sobre o final, embora tenha esclarecido o principal da história, acho que poderia ter contado mais coisas, como o que aconteceu com certas personagens etc, é um final meio aberto, e um filme MUITO perturbador, mas tem a Michelle Trachtenberg toda linda! O filme atendeu à proposta de perturbar, mas poderia ter tido mais informação, em suma.

Nota:  4,0

MÉDIA:  4,1

THE WORLD UNSEEN (2007)

 

 

Mary

Pra quem assistiu “I can’t think straight” é uma surpresa ver as mesmas atrizes interpretando papéis tão diferentes.Acredito que o filme não agrade a todos, em parte porque seu foco não é a relação das protagonistas, mas sim como elas lidam com suas individualidades num contexto social de repressão e violência. A retratação do Apartheid e como ele afetou a vida das pessoas independente de sua etnia, muitas vezes roubando sua subjetividade, é digna de reflexão.Há quem se limite a chamar o filme de fraco porque esperou o filme todo pela pegação sáfica quente, e se frustrou. Não era a proposta do filme, isso ficou óbvio desde o início. A proposta era falar do desejo por libertação, libertação essa de diversas naturezas. O final aberto deixa aquela reticências da esperança, esta que sentimos até hoje, por uma sociedade mais justa e mais equalitária.

Nota: 4,0

Ary:

Um drama peculiar sobre o Apartheid e suas drásticas consequências para, não só a sociedade Africana, como para todo o mundo. E então, um amor nada comum surge no meio de preconceitos forjados no nascimento. Como sobreviver? A história é eficaz e, mesmo o romance sendo tecnicamente leve, nos faz suspirar a cada instante. É o segundo filme que assisto com as duas atrizes. No primeiro, algo mais moderno e dinâmico. A química impera fabulosamente entre elas. Boas interpretações, ótimo contexto histórico mas o final deixou um pouco a desejar.

Nota: 3,5

 

Nara

Quando comecei a assistir ao filme tive a sensação de já tê-lo visto, já que as duas atrizes principais também atuaram juntas no filme “I Can’t Think Straight”, que é um filme que adorei assistir. Apesar de “The World Unseen” ser um filme com uma temática que geralmente costumo gostar, já que adoro ver as pessoas agindo sem medo contra as regas impostas, achei-o meio fraco, lento e não prendeu muito a minha atenção. Mesmo com todos os clichês, o filme dispensa cenas sexuais entre as duas, o que foi um diferencial, ele retrata de todos os preconceitos existentes na época do “Apartheid” de maneira bem sutil. Mesmo assim, faltou paixão entre as duas, ficou tudo muito morno, só entre olhares, que até senti sono. Fiquei mais envolvida com o casal Jacob e Madeline que não podiam ficar juntos devido a ela ser branca e ele negro. 

Nota: 3,5

Titus

Nossa, como certos filmes conseguem me deixar com ódio. Na verdade é bastante parecido com “Tomates Verdes Fritos” , devido ao fato de ambas as histórias abordarem um café, um caso de lesbianismo bem sutil, um espaço meio rural e antigo, cheio de machismo e preconceito racial e sexual, que nos enche de raiva MESMO, pelo menos temos vários exemplos de girl power nessas histórias, baseadas em livros. Creio eu que mesmo sendo bastante parecidos, “Tomates” ainda tem uma pitada de humor maior do que o outro, então já vou avisando o que o filme é tenso mesmo, mas vai melhorando, digamos. E kudos pra cena da Amina se arrumando que nem a Xena na abertura! 

Nota: 3,5

 

MÉDIA: 3,6

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