Xena e a Rainha Melosa olhando para frente. As duas são mulheres na faixa de 30 anos, fortes, brancas (ou latinas), vestidas com armaduas e roupas de couro
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4 - 5 minutes readAmazonas e Princesas Guerreiras na tela – o legado de Xena após 20 anos.

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Por: Amanda Potter
Traduzido por: Amanda Perbeline
 
Disclaimer: Este artigo trata-se de uma tradução autorizada. O texto original pode ser lido aqui
Xena e as amazonas.
Imagem: Compartilhamento autorizado de whenheartscollide.net

Xena, a princesa guerreira, vivida por Lucy Lawless, conquistou espectadores ao redor do globo durante suas seis temporadas, com seus potentes chutes, destreza com a espada e seu singular grito de guerra. A série narra suas batalhas contra exércitos, monstros e deuses, ao lado de sua alma gêmea e consciência moral, Gabrielle (Renee O’Connor).

A saga nos conduz numa viagem através de eras e territórios, começando pela Grécia Antiga e atravessando Roma, Egito, Grã-Bretanha, China, Índia, Escandinávia, culminando no Japão, onde a jornada chega ao fim, há 20 anos, em 18 de junho de 2001.

Inicialmente introduzida como adversária de Hércules em três episódios de “Hércules: As Jornadas Lendárias”, Xena cativou o público a tal ponto que ganhou sua própria série spin-off, exibida de 1995 a 2001. 

Na época, “Xena: A Princesa Guerreira” foi considerada revolucionária por apresentar uma heroína de ação forte e ser o único programa popular do gênero aventura, ação, ficção científica ou fantasia com protagonistas femininas sem contrapartes masculinas.

No 20º aniversário do episódio final, é uma bela chance para recordar essa série magnífica e explorar os motivos de seu encanto perene para uma vasta gama de espectadores, desde jovens garotas motivadas por um modelo feminino forte até entusiastas da história antiga, aficionados por ficção científica e a comunidade LGBTQ+.

Xena e as Amazonas

Embora não fosse uma Amazona, Xena, a ex-guerreira da Grécia Antiga, era uma aliada das tribos de mulheres guerreiras. Para os antigos escritores gregos, as Amazonas eram vistas como bárbaras que combatiam como homens. 

Com o passar do tempo, tornaram-se ícones femininos que desafiavam estereótipos misóginos, vivendo numa sociedade autossuficiente e dominada por mulheres, atuando tanto como guerreiras quanto intelectuais. Atualmente, o termo feminismo Amazona é utilizado para descrever uma vertente feminista que valoriza a força física feminina como meio de alcançar igualdade de gênero.

Antes de Xena, as Amazonas foram representadas na série Wonder Woman dos anos 1970. Diferentemente dos ícones feministas contemporâneos, essas mulheres vestiam trajes leves e levavam uma vida pacífica sem homens na Ilha Paraíso.

Em Xena, apesar de as Amazonas vestirem trajes reveladores feitos de peles, sua sociedade prezava tanto as habilidades marciais quanto acadêmicas. Uma Amazona explica a Gabrielle que o mundo delas é alicerçado na “verdade e na força individual de uma mulher”.

Xena e a Rainha Melosa olhando para frente. As duas são mulheres na faixa de 30 anos, fortes, brancas (ou latinas), vestidas com armaduas e roupas de couro
Fonte da imagem: whenheartscollide.net

Conforme a mitologia grega, as Amazonas viviam isoladas dos homens, nas fronteiras do mundo conhecido, e enfrentavam bravamente heróis masculinos como Hércules, Teseu e Aquiles. Em Xena, elas habitam uma sociedade matriarcal e são guerreiras habilidosas que se defendem valentemente contra os homens.

As Amazonas em Wonder Woman (2017) podem ser vistas como descendentes cinematográficas de Xena. O vestuário e as habilidades de combate de Penthesilea (Nina Milner) em Troy: Fall of a City (2018) da BBC carregam um toque de Xena. Além disso, a liderança da imortal Amazona Andy (Charlize Theron) em The Old Guard da Netflix também parece ser inspirada por Xena.

Embora Troy: Fall of a City e The Old Guard sejam direcionadas para um público mais maduro, Xena agradava a todas as faixas etárias. Por exemplo, episódios de Xena eram transmitidos no Reino Unido durante as manhãs de sábado no Channel Five’s Milkshake! nos anos 90 e início dos anos 2000, encantando muitas jovens que viam em Xena um modelo a ser seguido.

Subtexto em Xena

Xena também se tornou um ícone entre a audiência gay e lésbica. Nos anos 1990, relações homossexuais explícitas eram praticamente inexistentes nas séries televisivas populares dos EUA. No entanto, a relação entre Xena e Gabrielle era vista tanto como uma parceria heroica quanto amorosa. 

Os produtores da série flertavam com essa interpretação, como no episódio da segunda temporada “Um Dia na Vida”, onde Xena e Gabrielle compartilham um banho sensual, tornando o subtexto, para muitos, o texto principal.

Muitos fãs ficaram desolados com a morte de Xena no último episódio, mas foram consolados com um beijo de despedida entre Gabrielle e o espírito de Xena. O relacionamento delas nunca foi explicitamente retratado como um romance lésbico pelos produtores, mas a comunidade LGBTQ+ celebrou sua relação, que se acredita ter pavimentado o caminho para representações de relações homossexuais nas séries de TV de hoje.

Revisitar Xena 20 anos depois é um deleite devido à sua leveza, se comparada a dramas de fantasia mais sombrios como Game of Thrones. A série apresenta personagens femininas poderosas e, por vezes, transmite mensagens sérias sobre solidariedade feminina e feminismo, mas sem perder seu charme e humor. Alguns efeitos especiais podem parecer datados agora, mas as narrativas permanecem relevantes e Xena e Gabrielle continuam a inspirar uma nova geração de jovens espectadoras.

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