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13 - 18 minutes read[Re-Up] Alguns fatos que nem todos os xenites sabem.

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Esse artigo foi oficialmente postado em 4 de Agosto de 2012, mas está sofrendo um “retcon/revisão/adição de informações” mais de 10 anos depois.

Mineirar informações sobre uma série que começou há quase 30 anos pode ser trabalhoso, mas não deixa de ser um deleite quando no meio de várias escavações por pergaminhos perdidos, encontramos algo interessante. Vamos a algumas informações não tão conhecidas, por assim dizer.

PAN, O ACROBATA DA FLORESTA

Imagem gerada por AI com a descrição do que Pan seria.

Talvez alguns xenites já tenham ouvido falar a respeito das primeiras idéias para a série, as quais NÃO INCLUIAM Gabrielle como a companheira de viagens de Xena! Dá pra imaginar um cenário assim? Horrível, certamente! Mas foi o que foi inicialmente divulgado:

Xena viajaria ao lado de PAN, o Acrobata Ginasta da Floresta, um surdo-mudo com jeitão de tarzan, e os dois lutariam contra o vilão recorrente: O Grande Khan.

Esse absurdo foi inicialmente anunciado em 5 de maio de 1995 como um press release da série na Revista Newswire…poucos meses antes de Xena ir ao ar oficialmente, revista essa que dizia que Xena viria como uma “alma gêmea para Hércules”.

Houve também uma publicação na revista SciFi Universe onde a mesma notícia foi veiculada.

Créditos: Ausxip (Obrigada Nic Barker, por me apontar o link)

Mas afinal, de onde saiu essa idéia de jerico? Da cabeça do Tapert?

Exatamente, meus caros leitores! Mas ele se justifica…Numa entrevista presentes nos extras do box Xena 10th Anniversary, Tapert fala sobre alguns aspectos iniciais da série. Como sabemos, Xena foi levada ao ar por um sistema de sindicação pela Tribune Media Services, a qual é responsável por achar empresas patrocinadoras para a série, ou seja, aquelas que terão seus produtos anunciados entre um intervalo e outro e com isso, enfiarão grana no bolso da Tribune/Universal/MCA/etc.

Ao saber das primeiras idéias para Xena, uma mulher forte, independente, que viajaria sozinha com uma garota contadora de histórias, a Tribuna e a Universal tiveram um chilique e falaram que em hipótese alguma a produção de Xena poderia levar a história pro lado da homossexualidade, ou, não haveria quem patrocinasse.

Na cabeça de Robert Tapert e seus amigos, nem tinha cruzado a palavra “subtexto” naquela época, mas achando a suposição um absurdo e não querendo perder a chance de ter a série financiada, jurou de pés juntos para os “big guys” da indústria que sumiria com Gabrielle nos primeiros episódios e a substituiria, por ninguém mais ninguém menos que: PAN, O ACROBATA GINASTA DA FLORESTA. E não é que eles engoliram esse papo furado? Alegremente deram o aval para a produção da série, sem saber que Tapert faria algumas “mudanças sutis” no que havia proposto. Provavelmente quando se deram por si, viram que já era tarde e Xena tava rendendo um ibope danado.

Mas o fato é que questionamentos sobre essa mudança de plano de fato surgiram! Afinal, o que havia acontecido com Pan e porque Khan o Grande nunca apareceu? Nossos espertos produtores deram outro jeitinho de fugir do aperto justificando o seguinte: KHAN não havia sido excluído, havia apenas mudado de nome, agora se chamava Draco! E Pan?

Ah, assim de última hora, resolveram que era melhor transformar ele numa mulher, e botar o nome de Ephiny…afinal, amazonas são acrobatas da floresta, não?

E como a preocupação da indústria com a questão da sexualidade ainda existia, resolveram prometer que Ephiny se juntaria à Xena e Gabrielle e assim seriam um trio viajante… Promessa essa que evidentemente não cumpriram.

EM BUSCA DO PAI

Na mesma época onde as primeiras ideias que envolviam Pan e Khan foram divulgadas, havia também algumas falas que indicavam que o principal arco da primeira temporada se daria ao redor da busca de Xena por seu pai, que possivelmente seria um rei ou alguma outra figura de poder, o que por consequência justificaria o título de “Princesa Guerreira” (que só foi justificado muito mais tarde, em The Debt). Um dos indícios, além do material liberado para a imprensa pouco antes da série ser lançada, são algumas linhas de um script “azul” de Sins of the Past, onde consta como uma das falas de Gabrielle “Você está procurando por seu pai, não é?” e também uma fala de Cyrene

“Quando eu era uma jovem, mais ou menos de sua idade, um lindo guerreiro veio a Amphipolis. Seu nome era Nelo. Ele usava um medalhão de Argos. Ele disse que era ligado ao Rei da Micena. Eu me apaixonei loucamente por ele. Eu era tão feliz. Então um dia ele foi embora, de volta pra Argos, suponho. Isso partiu meu coração, por meses eu o amaldiçoei, e então você nasceu. Depois disso, eu louvei o nome dele aos deuses por trazer uma alegria tão grande pra minha vida”.

O TV Guide da época também lança uma sinopse que menciona “Seguida por Gabrielle, Xena sai em busca de seu pai e continua sua batalha contra as forças do mal”.

QUALIDADE DE FILMAGEM

Quando Xena foi lançada e seu corpo de produção foi definido, uma das preocupações de muitos envolvidos era que, Hercules, sendo a série “original” e a queridinha da Universal na época, ganharia tudo do melhor, no que dizia respeito a aspectos técnicos, e as sobras ficariam com Xena. E nesse caso nem se tratavam de sobras materiais, mas sim de EQUIPE mesmo. Felizmente não foi o que ocorreu no que diz respeito a EQUIPE, mas nos aspectos materiais, Xena sofreu um pouco de início.

Como é muito citado, Xena começou com “sobras” de cenário de Hércules, e com uma qualidade de filmagem bem inferior.
Hércules era filmado em filme de 35mm, enquanto Xena começou com 16mm, formato que já estava quase em desuso na época. Isso explica o aspecto granulado dos episódios, que se estende até o meio da segunda temporada mais ou menos.

A qualidade menor, no entanto, não foi apenas uma desvantagem, ela teve seu lado positivo. Como as câmeras eram consideravelmente menores e mais leves, foi possível adaptá-las para cenas mais dinâmicas (pendurá-las em arames) o que o estilo acrobático das lutas de Xena exigia.

E quanto a preocupação de Xena ficar com as sobras de equipe? Parece que as coisas saíram exatamente ao contrário, pois até hoje senhor Kevin Sorbo choraminga que Xena tirou tudo dele e deixou ele com o pior. Que dó. Que dó.

ÚLTIMA TENTATIVA

Que Xena a princípio era para ter sido interpretada por outra atriz, Vanessa Angel, praticamente todo xenite sabe. O que muitos não sabem é a verdadeira odisséia que foi para que as coisas saíssem do jeito que sairam e hoje tenhamos a digníssima Lucy Lawless interpretando nossa heroína.

Tudo isso começou lá por volta de 1993, quando Lucy Lawless fez um teste para o papel de Hipólita, a rainha das amazonas, que seria personagem do filme Hercules and the Amazon Women. O fato de ela ter feito um teste impressionante e ter chamado atenção dos produtores, não conseguiu vencer o preconceito que o estúdio tinha em escalar uma atriz não-americana para o papel, e devido a isso, quem acabou faturando foi Roma Downey.

Apesar disso, a sua postura em cena fez com que ela ganhasse um papel menor, como a amazona Lysia, uma das subordinadas da Rainha Hipólita, que segundo eles “fazia o chão tremer” por onde passava, dada sua postura de poder. Isso fez com quem eles a chamassem novamente para interpretar Lyla – a manipuladora namorada de um centauro – no episódio As the Darkness Falls, do começo da primeira temporada de Hercules.

Na foto superior, a amazona Lysia. Na inferior, Lyla

Nesse meio tempo, as primeiras idéias para a Princesa Guerreira, que atormentaria o juízo de Hercules e Iolaus durante um arco de três episódios estavam sendo feitos, e mais do que isso, a Universal cogitava tirar Vanishing Son, série que ia ao ar antes de Hércules do ar, e devido a isso botava pressão nos produtores pra quem arranjassem um substituto. Foi aí que Tapert sugeriu que em vez de matar Xena, no terceiro episódio do arco dela em HTLJ, fosse criado um spin-off e David Eick por sua vez, um dos produtores, sugeriu que Lucy Lawless poderia ser uma boa Xena.

Mas escalar uma atriz Neo-Zelandesa para interpretar uma personagem daquelas? Deus me livre! Ela não tinha popularidade nenhuma, e a Universal EXIGIA alguém que fosse um rosto conhecido, ou seja, Vanessa Angel (ironicamente de quem muita gente nunca ouviu falar).

Angel já tinha sido cogitada para interpretar Hipólita e até mesmo Deianeira em Hércules, mas deu um pé na bunda  da Ren Pictures (companhia de Tapert e Raimi) e foi trabalhar numa série chamada Weird Science. Agora, após duas tentativas fracassadas, os diretores da Universal enfiaram na cabeça de que queriam ela como Xena, não se importando com o fato de ela não ter exatamente um porte de guerreira.

Só que havia um problema…como era fixa em Weird Science, ela não poderia fazer parte de um spin-off de Xena, teria que fazer apenas três episódios e acabar ali. A Universal não viu problema nesse fato, afinal, eles também produziam Weird Science, e ter uma atriz dessa série fazendo uma ponta em Hércules, alavancaria a série do oleoso herói grego. Que o spin-off fosse descartado, eles queriam Vanessa Angel e fim de papo.

Como resultado, enfiaram Vanessa Angel num treinamento de artes marciais para que ela ao menos parecesse convincente nos três episódios que participaria, mas tudo desandou quando ela decidiu visitar a família na Inglaterra, no Natal de 1994 e logo em seguida pegou uma gripe das brabas e não pode voltar para filmar na Nova Zelândia, no começo de janeiro.

Roma Downey

Robert Tapert e John Scullian já arrancando os cabelos por causa do imprevisto, entraram em contato com Roma Downey, que havia anteriormente feito teste para interpretar o papel, mas ela recusou. Havia também Melinda Clarke (sim, a VELASCA), mas ela tinha acabado de pegar um papel em um filme e não achou que seria uma boa idéia largar.

“Ela poderia ser a Princesa Guerreira” , sugeriu Tapert se referindo à Lucy enquanto olhava as edições do episódio As Darkness Falls, e John Schullian concordou fortemente. Mas um outro produtor achou que seria uma péssima idéia, porque além do fato de ela ser Neo-Zelandesa, eles tinham acabado de usá-la em cena, três semanas antes.

Ainda assim, não se dando por vencido, Rob prometeu que faria ela ter uma aparência diferente, de modo que não fosse notada a reciclagem, e relutante, o produtor em questão, concordou. Tudo parece um final feliz, não?

Que nada!  Eles ligaram para Lucy, mas como era o período entre final de Dezembro e começo de Janeiro,  ela tinha saído para um longo passeio com o marido e a filha (em parte numa tentativa de salvar o casamento ) que incluía acampamento e visita a casa de vários parentes.

Foi aí que a resolução de Ano Novo de Robert se tornou achar alguém pro papel de Xena.  Desesperados com a perspectiva de tudo desandar de vez, eles ligaram para mais 3 ou 4 atrizes que haviam sido cogitadas, mas todas recusaram. Voltando à idéia de usar Lucy, eles ligaram para o agente, mas ele disse que ela apenas tinha sumido, sem dizer pra onde ia. Numa terceira tentativa, ligaram para os pais, mas eles também não sabiam para onde a filha havia ido ou como contactá-la (lembremos que estamos falando de 94-95, onde celulares eram bem escassos).

Com o desespero chegando a 100%, numa última tentativa e à espera de um milagre, ligaram novamente para a casa dela na Nova Zelândia, e o irmão de Lucy que tinha dado uma passada de CINCO MINUTOS para recolher a correspondência, atendeu à ligação. Depois de alguns minutos, ele encontrou o número de alguns parentes do marido de Lucy e o entregou para Tapert. Ele ligou já quase sem esperança e finalmente conseguiu contato com ela, que na manhã seguinte pegou um ônibus para se dirigir à reunião com os produtores e desandou em lágrimas, achando que não estava pronta pra assumir algo tão grande. Dentro de dois dias, ela estava com o cabelo sendo tingido e experimentando as roupas, que tiveram de ser refeitas, pois tinham o tamanho e Vanessa Angel. E como Lucy, diferente de Angel, tinha disponibilidade pra filmar bem mais do que três episódios, os planos de Tapert para o spin-off se tornaram possíveis e o resto é história.

Mas epa, espera aí? E escalar a Gabrielle, foi fácil, rápido e certeiro? Não extamente.

Como todo mundo tinha dado a sorte grande de ter conseguido Lucy, que esbanjava beleza e sensualidade para interpretar Xena, foi consenso geral entre Robert e seus colegas de que a atriz que interpretaria Gabrielle não precisaria ter exatamente destaque por beleza, mas sim por talento.  É válido citar aqui, que de início RJ Stewart e Steven Sears, como roteiristas, estavam receosos pela lista não tão extensa de trabalhos de Lucy, e resolveram escrever histórias que dessem mais ação do que falas para ela, até se certificarem que ela se garantiria mesmo pra atuar (Que blasfêmia! Mas a gente te perdoa, Steve). Por esse motivo, eles precisavam de alguém com mais experiência e segurança em atuação para interpretar Gabrielle, afinal seria ela quem “contaria” a história de Xena.

A diretora de elenco, Beth Hymson-Ayer, viu centenas de garotas que achava que poderiam se sair bem no papel, fazendo com elas uma pré-leitura. Dessas centenas, 50 foram mandadas para falar com os produtores, e entre seis e sete delas tiveram a chance de fazer o teste, entre elas, Renée O’Connor e Sunny Doench.

Renée O’Connor, tendo feito o teste, rapidamente se destacou entre as demais, devido a seu currículo considerável, de Texas à Hollywood, e já ser conhecida deles da época em que trabalhou num dos filmes de Hercules  e também Darkman. Robert Tapert lembrava dela porque no teste para o papel de Deianeira (personagem do filme Hercules and The Lost Kingdom, e não a esposa de Hercules ), Renée caiu da cadeira onde estava sentada e achou que por isso tinha perdido o papel. Beth Hymson admirou o senso se humor, inteligência e jovialidade dela e considerando a aura de inteligência crucial para a personagem Gabrielle, todos acharam que ela seria uma ótima escolha. Eles não estavam procurando por uma garota estilo “Baywatch“, porque já tinham Lucy Lawless pra acrescentar o fator “beleza e sensualidade”, então o foco era achar uma atriz que soubesse atuar, já que estavam inseguros com Lucy até então.

Renée como Deianeira no filme Hercules and The Lost Kingdom

Tudo parecia perfeito, exceto que  ninguém ainda havia informado das decisões para a Universal (ah, sempre ela!). Acontece que os “big guys” do estúdio bateram o pé. Segundo eles Renée não era “bonitinha” o suficiente para a série (mereciam que Zeus lhes jogasse um raio na bunda por essa blasfêmia), e a preferência deles, era alguém, que segundo eles era mais atraente: Sunny Doench.

Contrariados como Argo num campo sem maçãs, Robert e seus colegas acataram a ordem dos superiores e entraram em contato com Doench, mas para surpresa de todos, ela acabou recusando o papel, porque não queria se mudar para Nova Zelândia e deixar o namorado no Reino Unido (obrigada Afrodite). Sem outra opção viável (e pulando de alegria) eles escalaram Renée O’Connor. Ironicamente para a Universal que não considerava Renée bonitinha o bastante, foi a roupa dela que foi encurtada temporada após temporada, mostrando cada vez mais corpo.

Então, como vocês podem ver, e como Liz Friedman citou numa das convenções precisou de muitas coincidências para que Xena Warrior Princess acontecesse e desse certo. Com certeza, era destino!

CURIOSIDADES SOBRE TESTES PARA OUTROS PAPÉIS

Adrienne Wilkinson:

Quando Adrienne fez o teste para o papel de Livia, ela em nenhum momento soube de antemão que a personagem seria a filha de Xena. O enredo com os 25 anos de congelamento era um segredo, então basicamente os produtores lhe informaram que ela seria um tipo de imperatriz, e seria um nemesis para Xena.
Ela se mostrou bastante pessimista com suas chances, por se achar fisicamente semelhante à Lucy, o que na sua opinião lhe tiraria as chances. “Eu tinha certeza que eu não conseguiria o emprego porque eu achava que eu tinha semelhanças (físicas) com Lucy. Eu achei que eles iriam querer uma ruiva, ou alguém completamente diferente”.

Ted Raimi:

Após terminar SeaQuest da NBC, Ted ficou meses e meses sem trabalho. Ele admite ter sido irresponsável com seu dinheiro na época, o que o fez ficar com dificuldades até mesmo para pagar o aluguel. Para piorar, o momento tenso fazia com que ele não tivesse concentração em seus testes para outras produções, fazendo com que todos fossem um fracasso.
Num determinado dia quando ele saia da Universal após mais um teste fracassado, imaginando se o carro teria combustível o suficiente pra chegar em casa, ele recebeu um telefonema de Robert Tapert que o convidava para trabalhar em Xena.

Hudson Leick:

Ao chegar no escritório onde ocorria os testes e ver um ambiente lotado de candidatas e completamente impessoal, Hudson teve uma reação inusitada.
Abordou cada uma das inúmeras mulheres que esperavam lá, apertando-lhe as mãos e fazendo um contato visual bastante direto ao se apresentar.
Os produtores brincam que quando chegou a vez dela de entrar para fazer o teste, eles já estavam com medo dela por causa da atitude anterior. E então eles pensaram “Se ela nos faz ficar com medo, ela é pessoa certa pra interpretar Callisto”.

POLÍTICA DA NÃO VIOLÊNCIA

Durante os primeiros anos do Xenaverse/Hercaverse, os produtores tinham uma política de não violência.
Uma das maiores preocupações gerais na época – seja dos produtores, da crítica ou do público – era o fato de Xena ser uma guerreira com passado sangrento que semanalmente lutava com os mais variados vilões e diferente de Hércules, MATAVA.
Isso logo gerou preocupação, porque o público majoritário de Hércules eram crianças com menos de 10 anos, e era suposto que grande parte do público de Xena também fosse dessa faixa etária.

Até o começo da segunda temporada de Xena, Tapert e companhia diziam que não havia motivo para preocupação. As cenas de Xena era feitas para não serem chocantes. Não eram “acreditáveis”, porque não havia sangue, hematomas ou gente aparentando sofrer realmente, ou seja, nada muito diferente do que as crianças viam nos desenhos da época. Até então considerava-se o episódio mais “pesado”, Gauntlet, onde Xena é espancada pelos seus ex-soldados, o que levou a cortarem boa parte da cena, que segundo eles era muito mais chocante.

Dito isso, é interessante notarmos como houve uma mudança de foco no decorrer do desenvolvimento de Xena. …Há quem diga que Xena é uma série falsa, por não mostrar sangue ou machucados, mas vejamos o que se seguiu quando já na terceira temporada, os produtores resolveram jogar ao Tártaro sua visão de “série politicamente correta”:

Gabrielle sendo arrastada por meia Grécia em The Bitter Suite, Xena matando geral em Once Against an army, Xena sendo espancada por Najara em Crusader, Xena levando uma chakrada no pescoço em Between the Lines, perdendo os membros em The Way, sendo pregada na cruz em Ides of March, Gabrielle quase perdendo o escalpo em Motherhood, mãos sendo comidas por vermes em The Hauting of Amphipolis, Xena sendo espancada ao último em Who’s Gurkhan, e…levando centenas de flechadas e por fim decapitada em A Friend In Need.

Um pouco demais para a abordagem da não violência, não?

Já sabem né? Comentários são obrigatórios bem vindos!

11 Comments

  • ABarda

    Nossa, me diverti demais lendo o artigo.
    A Universal achava mesmo que ia dar certo uma série com um personagem chamado Pan, o Acrobata Ginasta da Floresta??
    E que complicação essa escalação das atrizes… Que bom que as Fates estavam do lado da Lucy e da Renee.
    Ah, o Sorbo devia calar e ficar quietinho no canto dele…

  • Alê Chmiel

    Diversão e informação – amo essa revista, e em especial os seus artigos, Mary. Várias dessas coisas eu só sabia pedacinhos partidos, nunca li tão detalhadamente sobre tantos golpes de sorte (e ridicularidades evitadas!) que moldaram XWP.
    Palmas pra ti, lindo artigo!

  • Mára Núbia da Silva

    Muito obrigada!!!!!!!!!!!!!
    Os atuais filmes [desenhos/animes] são bem gráficos também e uma série sobre uma guerreira não violenta é estranha. Foi muito bom saber destas coisas. Valeu

  • Dynelle

    Realmente eu desconhecia essa ideia maluca de colocá-la ao lado deste tal de “PAN, o Acrobata Ginasta da Floresta” e que bom q não se manteve essa ideia “Tapertiana”, pois provavelmente eu veria a série de uma forma diferente, talvez da mesma forma que via/vejo a série do Escovinha!
    Parabéns pelo artigo!!!

  • Jaqueline

    “PAN, O ACROBATA GINASTA DA FLORESTA? Pelo amor de deus… poupe-me. Se bem que se fosse assim eu não teria nem conhecido XWP, fato. Até mesmo porque uma coisa eu digo sem Reneé o’Connor eu jamais teria visto Xena. Ela é o único motivo pra mim ter assistido essa série. Pois desde o primeiro episódio eu caí de amores por essa atriz super competente.

  • Chapo

    sempre um prazer ENORME ler essa odisséia pra achar Lucy Lawless!
    Essa paranóia de PAN e sei lá o q. Era pra ser uma série de maconheiros neh?
    Deus me livre!

    Ja pensou? Ephiny na cola de G&X ? vai de reto!

    E gente, devo dizer: será q essa insistencia do Tapert já não era um fogo de paixão na bacurinha??

    Obrigada afrodite²

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