Artigos,  Filmes

6 - 8 minutes readA Sétima Arte, Colorida (8)

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 Ary Mello 

Mary Anne 

Olá pessoal! Nesse mês de Dezembro quem escolheu os filmes foi o Titus!

Espero que vocês gostem das escolhas, e já sabem! Caso os tenham visto, sintam-se à vontade para deixar seus próprios comentários ali embaixo!

Lembrando que assim como neste mês, aceitamos convidados na coluna para meses futuros. Para participar basta enviar um e-mail para [email protected] para se informar sobre disponibilidade e pegar a lista de filmes para o mês seguinte!

 

VICKY CRISTINA BARCELONA (2008)

 

Titus

Engraçado que o maior motivo que me fez assistir a esse filme foi essa coluna aqui, de películas LGBTetc, mas depois de muito tempo de filme corrido eu pensei: “Por que eu vou escrever sobre isso, se não tem nada gay?”, mas depois a coisa muda de figura – porém… Sinceramente, a pitada lésbica que tem é só pra dar um temperozinho a mais, ajudando na construção da alma artista da Cristina (Scarlett Johansson). Você vai querer ver esse filme por muito mais do que isso.

Pelo pouco que vi de Woody Allen, notei que o estilo dele, embora aborde temas profundos e subjetivos, nos é passado nuns ambientes mais lights, são filmes gostosos de ver num sábado de manhã / à tarde, e isso me cativa. Pra começar, o filme tem como cenário a deliciosa Barcelona, como diz o título, já tá dando pra sentir? É uma das obras mais completas em termos de Arte: é o Cinema retratando a Pintura, a Poesia, a Arquitetura e a Música – 5 das 7 artes originais! Amo muito tudo isso, mas MENINE, lembrando que é Barcelona, o tipo de música que toca no filme é a espanhola, mais cigana, sangre fervendo, o que me hipnotiza, assim como acontece com Vicky (Rebecca Hall)… Aí quando tocou uma música que era tema dos meus aquecimentos na aula de flamenco, lembranças de 7 anos atrás, não aguentei: me arrepiei e emocionei. Entrou pro meu TOP, must-see!

PS: A música do meu passado: http://www.youtube.com/watch?v=NvlrCKi-ss4

Nota: 5,0

 

Ary

Por ser um filme do Woody Allen, eu esperava mais! A história é vazia, sem graça. Poucas cenas nos deixam interessados na trama… E a Penélope Cruz, por incrível que pareça, consegue ser chata. Digo, a personagem dela. Fora que eu achei o filme completamente machista! Um homem com todos os trejeitos de cafajeste, pega duas das mais perfeitas atrizes ever.. Aí, elas acabam tendo um mini rolo, porque é isso, nem lésbico consegue ser, de tão MINI que é.  Já a fotografia é belíssima! É de ficar babando. Minha nota vai ser por respeito ao Woody Allen e a interpretação da Penélope que conseguiu ser chata! LOL E outra coisa, o nome deveria ser: Maria Helena Cristina Barcelona!

Nota: 3,0

 

Mary

Não é exatamente um filme gay feminino, apenas tem sua nuance, devido a algumas cenas. Não sou grande conhecedora do Woody Allen, então não creio que eu possa comparar com outras obras. Entendo o mérito do filme por sua – tentativa de – profundidade e grandes atuações (gostei muito da atuação do Javier nesse filme, embora o personagem seja cafajeste), mas no conjunto total, achei ele de certa forma incompleto. Creio que seja porque pra mim soou bem linear. Mas a fotografia é linda.

 Nota: 2,0

MÉDIA: 3,0

 

LES CHANSONS D’AMOUR (2007)

Titus                                

Ó, confesso que o hype era muito maior pra mim: um musical, francês, com o Louis Garrel, e sendo um bissexual – tinha tudo pra eu AMAR esse filme, mas eu não sabia que ele era tão triste e pálido, aí acabou broxando um tanto. Faz vários meses que eu vi e esse filme não é desses que eu fosse querer rever… então não me lembro de muita coisa. Eu sei que ele tem de tudo, momento hetero, gay e bi – atende a todos os públicos.As músicas que eu mais gosto são“As-Tu Déjà Aimé?”, cantada pelo Ismael (Louis Garrel s2) e o Erwann (GrégoireLeprince-Ringuet), e “MaMémoireSale” (uma cena de amor entre eles, bem soft, mas fofa), ambas as músicas são composição de Alex Beaupain.

Beleza que o filme não é ruim, mas eu acho que se ele tivesse me marcado mesmo, eu me lembraria de mais coisas. A propósito, o Garrel não canta muito bem, desculpa, mas continua sendo perfeito pra mim.

Nota: 3,0

Ary

É um bom musical. As letras são bem construídas, faz a gente viajar e se encantar, se interpretarmos corretamente o sentido delas.
É um belo filme estrangeiro, fugindo do esteriótipo americanizado de que tudo o que é bom, tem que vim de Hollywood.
O filme fala de um ménage, isso mesmo! E Lois Garrel… consegue nos tocar a fundo!
Preciso dizer que amei o fato do filme ser inteiro em francês? Acho que isso dispensa comentários. E acho que Ryan Murphy (diretor de séries e filmes) deveria se basear no entrelaço formado pelo roteiro e pelas músicas e aplicar isso em Glee. #FicaDica

Nota: 3,0

Mary

Filmes todo poético cheio de musiquinhas aconchegantes. E o mais importante, traz uma mensagem anti-fórmula. Quando se passa uma vida procurando por padrões, e razões e medidas, às vezes esquecemos do mais importante: viver.
A sociedade quer que você ande em linha reta, e se explique e se justifique e se encaixe num sistema que FAÇA SENTIDO, quando às vezes o mais importante da vida não precisa FAZER SENTIDO, mas sim SER SENTIDO. Acho que isso é a síntese do que a trajetória de Ismael nos passa,com seus erros e acertos.

Nota: 3,5

 

MÉDIA: 3,1

 

LA MALA EDUCACIÓN (2004)

Titus

Este filme me ganhou desde os créditos iniciais. Na verdade, a direção de arte nele todo é linda, toda trabalhada no camp ou kitsch , que é o lance do brega, das personagens caricatas – eu definiria como a estética baseada no movimento de vanguarda artístico que foi o fauvismo – grande marca de Pedro Almodóvar, um dos nomes mais importantes do Cinema Contemporâneo.

Como um legítimo Almodóvar, o filme exige que tomemos um tempo para digeri-lo, com suas tantas subnarrativas, de diferentes personagens (ou não), com diversos leitores e pontos de vista – semelhante a um dos traços do Cinema Noir; e tal relação, de certa forma, nos é quase explicitamente demonstrada na fala do Sr. Berenguer / Padre Manolo, dirigindo-se à Ángel / Juan: “É como se todos os filmes falassem de nós.” (eles estão saindo de uma sessão de filmes noir), e as personagens no diálogo estão envolvidas em um assassinato, reafirmando a influência do Noir na história.

Não irei agora me estender muito, comentarei mais as coisas que me chamaram a atenção, bem. A Mary disse que não sabia de quem mais sentir raiva, mas eu não consigo sentir raiva de ninguém, são todas personagens ambíguas – Noir de novo, cofcof – que têm seus motivos emocionais para errar como erraram… Até o nojento do Sr. Berenguer me comove com o amor que sente pelo Ángel. Ah! Eu A-M-O a Zahara e a(o) Paquito, principalmente a cena deles na frente do cinema, ARRE lol, e todos os louros / Oscars pra atuação e beleza do Gael García Bernal, homem ou mulher – as bee vão [g]amar!

Última coisa: há quem diga que a obra é autobiográfica, ou seja, que o Almodóvar viveu toda aquela loucura, coitado, e depois de ver a última frase do filme, eu concordo. Vejam e tirem suas próprias conclusões!

Nota: 5,0

 

Ary

Direção esplêndida, senhoras e senhores!

“La Mala Educación”, é possivelmente o mais Almodóvar de toda a filmografia do escritor espanhol. Decididamente um filme íntimo e pessoal. Não tem a sensibilidade feminina de outros filmes, mas não aquele toque pessoal e irreverente que o espanhol coloca em tudo o que faz.  A temática não é agradável, pedofilia, abuso sexual de crianças por membros da igreja… Mas aqui Almodóvar faz questão de fazer isso mesmo, de incomodar o espectador pelo subentendido…
Na idade adulta reflectem-se traços da dita “má educação”, aqui tudo é mais explícito, mais duro, da forma que Almodóvar encontrou de mostrar o amor, sobretudo entre os homens.

Nota: 4,5

Mary

Não sei de quem sinto mais raiva ou mais pena nesse filme.
É praticamente um enredo de novela mexicana, e não que isso seja ruim, porque o enredo é muitíssimo bem amarrado, mas dá tantas voltas que me fez querer encher de tabefes quase todos os personagens.
Tirando isso, é um filme denso, e bastante triste, ao se pensar que um menino doce e sensível, ao ser vítima de abusos acaba se tornando um ser humano decadente. Não comentarei sobre os outros personagens envolvidos, senão soltaria spoilers violentos que tirariam toda a graça do filme, mas o Gael Garcia Bernal fez um ótimo trabalho como um filho de uma bacante manca.

Nota: 4,5

 

MÉDIA: 4,6

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